Esta
trilogia reúne os livros fundamentais de Francis Schaeffer em volumes
separados. Schaeffer encarava esses três livros como essenciais para o
entendimento de qualquer outra coisa que ele já havia escrito (vinte e três
livros ao todo), e é aqui que ele lança o fundamento de toda a sua obra.
Decidimos reeditar esses três livros devido ao sentido contínuo e relevância do
pensamento de Francis Schaeffer. Na verdade, a maior parte dos seus escritos
não nos parece menos atual hoje do que na época em que foram publicados pela
primeira vez muitos anos atrás. O que há de exclusivo na contribuição de
Francis Schaeffer é a sua compreensão da desesperadora carência que o homem
moderno tem da verdade, beleza e sentido da vida. Isto fica particularmente evidenciado
no seu ministério do L'Abri, na Suíça, que foi fundado por Francis e Edith
Schaeffer e se concentrava amplamente naquele lar. Milhares de pessoas vinham
até o L'Abri: profissionais de todos os tipos e de todas as partes do mundo.
Como Edith Schaeffer escreveu em seu livro L'Abri:
Em vez
de estudar livros e mais livros em uma torre de marfim isolada da vida e
desenvolver teorias alienadas do pensamento e das lutas do ser humano (Frands
Schaeffer conversou durante muitos anos) com homens e mulheres bem em meio às
lutas daquelas pessoas. Ele estabeleceu diálogo com existencialistas,
positivistas lógicos, hindus, budistas, protestantes e católicos liberais,
judeus reformados e ateus, muçulmanos, membros de seitas do ocultismo e pessoas
de uma ampla variedade de religiões e filosofias, bem como ateus de uma grande
variedade de tipos. Ele conversou com os mais brilhantes professores, os mais
brilhantes estudantes, os mais brilhantes evadidos. Conversou com beatniks,
hippies, dependentes de drogas, homossexuais e pessoas com distúrbios
psicológicos. Conversou com africanos, indianos, chineses, coreanos, japoneses,
sul-americanos, pessoas das ilhas de todos os mares, da Austrália e Nova
Zelândia e de todos os países europeus bem corno dos Estados Unidos e do
Canadá. Conversou com pessoas de cores políticas bem distintas. Ele dialogou com
médicos, advogados, cientistas, artistas, escritores, engenheiros,
pesquisadores de vários campos do saber, filósofos, homens de
negócios,jornalistas e atores, pessoas famosas e camponeses.
Com
tudo isso, Deus lhe deu uma formação que é privilégio de poucos. As respostas
foram encontradas, não em decorrência de alguma pesquisa acadêmica (embora ele
costumasse ler livros e mais livros para se manter atualizado), mas a partir
desses diálogos vivos. Ele respondia a questões verdadeiras com respostas
cuidadosamente elaboradas e que eram, de fato, as respostas verdadeiras. Ele
fica entusiasmado toda vez que se dirige a mim, frequentemente dizendo:
"Esta é a resposta certa, Edith! Ela se encaixa. É verdade mesmo, e porque
é verdade, ela se encaixa com a
realidade."
Foi a
partir desse encontro com pessoas de verdade, com necessidades verdadeiras, que
Francis Schaeffer escreveu os livros que compõe a sua trilogia. Podemos dizer,
de forma sumária, que eles se relacionam um ao outro do seguinte modo: O Deus
que Intervém (no original, The God Who Is There) foi escrito em primeiro lugar
e lança os fundamentos, estabelece a terminologia e propõe a tese básica. Neste
livro, Francis Schaeffer mostra como foi que o pensamento moderno abandonou a
idéia de verdade, com trágicas consequências para todas as áreas da
cultura—desde a filosofia, até a arte, música, teologia e na sociedade como um
todo. A única esperança, argumenta Schaeffer, está em confrontar a nossa
cultura com a verdade histórica do Cristianismo — apresentada com paixão e sem concessões,
e vivida de forma completa, em todas as áreas da vida individual e comunitária.
A
Morte da Razão (no original, Escape From Reason) complementa o primeiro livro
desenvolvendo esses princípios no campo filosófico da natureza e da graça. Além
disso, A Morte da Razão tem uma contribuição significativa, no sentido de
mostrar como a cultura moderna nasceu e se expandiu a partir de raízes
corrompidas, vindas desde o final da Idade Média.
O Deus
que se Revela (no original, He Is There and He h Not Silent) foi o último a ser
escrito nessa trilogia. Como o autor explicou em suas próprias palavras,
"Esse livro trata de uma das questões mais fundamentais de todas: como é
que podemos vir a saber e como podemos saber que sabemos. Se a nossa
epistemologia não estiver correta, todo o resto acabará igualmente
comprometido." Assim, Schaeffer pondera que o pensamento moderno está
fundamentalmente errado em suas posições quanto a como sabemos e o que sabemos.
Contrastando com o silêncio e desespero do homem moderno, Schaeffer mostra que
podemos de fato conhecer o Deus que existe porque ele se revela.
Não
seria exagero afirmar que esses três livros produziram um impacto profundo em toda
uma geração de cristãos nas últimas décadas. Reeditando essas obras agora é
nossa esperança que a aguçada percepção de Francis Schaeffer ajudará outras
gerações em busca da verdade, beleza e significado da vida.
Veja mais livros na Biblioteca do Subversivo do Século XXI, aqui
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