Palestra de Tarcísio Padilha
Louis Lavelle
Louis Lavelle nasceu em 15 de julho
de 1883 em Saint-Martin de Villeréal (Lot-et-Garonne) e morreu em Parranquet,
perto de seu povoado natal, em 1o de setembro de 1951. Seu pai era professor primário
e sua mãe possuía uma pequena fazenda. Os pensadores desta região – Montaigne,
Fénelon, Maine de Biran – permaneceram toda a vida particularmente caros a ele.
Ele deixa o Périgord com os pais com a idade de sete anos e prossegue seus
estudos em Amiens e Saint-Étienne.
Bolsista da Faculdade de Lyon,
entusiasma-se com o pensamento de Nietzsche, participa de manifestações
libertárias, mas assiste a muito poucas matérias. Após diversas suplências em
Laon – período durante o qual teve oportunidade de assistir, em Paris, a vários
cursos de Brunschvicg e de Bergson – e em Neufchâteau, ele é agrégé em
1909 e nomeado em Vendôme, e depois em Limoges. De seu casamento em 1913 nasce
primeiro um menino, em 1914, e depois três meninas.
Quando soa a hora da mobilização,
Louis Lavelle, reformado e posto à disposição do prefeito de Limoges, consegue
ir para o front. Enviado a Somme em setembro de 1915, e depois a Verdun
em fevereiro de 1916, é feito prisioneiro em 11 de março e passa os últimos
anos da guerra no campo de Giessen. Em cinco cadernetas compradas na cantina do
campo, ele escreve o que se tornará sua tese de doutorado (defendida em Paris
em 1922): La Dialectique du Monde Sensible.
Nomeado professor num liceu de
Strasbourg após a guerra, desempenha um papel muito ativo nas organizações
sindicais de professores da Alsácia-Lorena. É também nessa época que se
diagnostica em seu filho a doença óssea que o matará em 1952, cinco meses após
a morte de seu pai. De 1924 a 1940, Louis Lavelle ensina em Paris em diferentes
liceus e cursos particulares. É dele a coluna de filosofia do jornal Le
Temps, e ele codirige em Aubier, com o amigo René Le Senne, a coleção
“Philosophie de l’Esprit”. Nesses mesmos anos são publicados seus primeiros
grandes livros: De l’Être (1928), La Conscience de Soi (1933), La
Présence Totale (1934), De l’Acte (1937), L’Erreur de Narcisse
(1939).
Em 1940, o armistício o encontra em
Bordeaux, onde, após uma breve passagem pelo Ministério da Instrução Pública, é
nomeado inspetor-geral no início de 1941 e escolhido para a cadeira de
filosofia do Collège de France em outubro seguinte. Numerosas obras aparecem
após a guerra, enquanto se multiplicam as conferências no estrangeiro. Mas,
paralelamente às graves preocupações causadas pelo estado de seu filho, sua
saúde pessoal se altera muito rapidamente. No ano mesmo de sua morte, em 1951,
são publicadas três de suas principais obras: De l’Âme Humaine, Le Traité
des Valeurs e Quatre Saints.
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