Escrito por Leão Alves
A bizarra tentativa
comunista de produzir homens-macacos reflete a falta de limites do comunismo e
seus vínculos históricos como o racismo, a eugenia e a desumanização.
No artigo ‘Scientific
Ethics and Stalin’s Ape-Man Superwarriors’ do mestre em Antropologia
Evolucionária, Eric M. Johnson, publicado na revista “Scientific American”,
este registra que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)
financiou na década de ’20 do século passado uma pesquisa visando à geração de
híbridos de humanos e macacos. Híbridos são seres resultantes da mistura de
espécies diferentes como, p. ex., o burro, que resulta do cruzamento entre
jumento e égua.
A pesquisa esteve a
cargo do especialista russo em procriação animal, Ilya Ivanov, um cientista de
prestígio mundial. Em 1901, ainda na época da Rússia czarista, Ivanov havia
criado o primeiro centro especializado em inseminação artificial no mundo. Foi
também o primeiro cientista a produzir híbridos através de inseminação
artificial.
Após encerrar sua
formação acadêmica, em 1896, na área de fisiologia, tornou-se pesquisador do
Instituto Pasteur, da França. Também trabalhou com Ivan Pavlov, prêmio Nobel de
Medicina.
As técnicas de inseminação artificial
desenvolvidas por Ivanov eram voltadas especialmente para animais de pecuária.
Entre os tipos de híbridos produzidos artificialmente por ele havia zebroides,
resultantes da mistura de zebra com outras espécies de equinos.
Já em 1924, Ivanov
comentou em uma conferência na Áustria sobre a possibilidade de gerar híbridos
entre humanos e macacos.
A idéia de manipular
biologicamente o ser humano não era algo novo para o comunismo nem um fato
isolado desta ou daquela face com a qual se apresenta, mas parte essencial do
evolucionismo e materialismo marxista.
Em “Literatura e
Revolução”, escrito por volta de 1922, por Léon Trotsky, este afirma que:
“O Homo sapiens,
atualmente congelado, tratará a si mesmo com objetos dos métodos mais complexos
da seleção artificial e tratamentos psicofísicos. (…) O gênero humano, que
deixou de arrastar-se diante de Deus, do Czar e do Capital deverá capitular
ante as leis obscuras da herança e da cega seleção sexual? O homem livre
tratará de alcançar um equilíbrio melhor no funcionamento de seus órgãos e um
desenvolvimento mais harmonioso de seus tecidos (…). Por conseqüência, não há
dúvida de que a falta de harmonia anatômica e fisiológica, a extremada
desproporção no desenvolvimento de seus órgãos ou o emprego de seus tecidos dão
a seu instinto vital um temor mórbido, histérico, da morte (…). Por isso,
elevar-se-á ao nível mais alto e criará um tipo biológico e social superior, um
super-homem, se desejares. (…) O homem [comunista] se fará incomparavelmente
mais forte, mais sábio e mais sutil. Seu corpo será mais harmonioso, seus
movimentos mais rítmicos, sua voz mais melodiosa. O homem médio alcançará o
nível de um Aristóteles, de um Goethe, de um Marx. E acima destas alturas,
novos cumes se elevarão”.
Antes dele, Joseph
Stálin, em “Anarquismo ou Socialismo?”, de 1907, afirmara que,
“Na vida social mudam
(…), primeiro, as condições externas, mudam primeiro as condições materiais, e
depois, em consonância com isso, mudam também o modo de pensar dos homens, seus
usos e costumes, sua concepção do mundo.
“Por isso diz Marx:
“‘Não é a consciência
dos homens que determina seu ser, mas, pelo contrário, seu ser social é que
determina sua consciência’”.
De Karl Marx a Pol Pot,
racismo e eugenia sempre foram parte da ideologia comunista. O atual apoio
comunista ao abortismo, ao verwoerdismo e à Desmestiçagem na América Latina não
são, assim, um desvio casual ou mais um diversionismo.
Voltando aos
homens-macacos, Ivanov conseguiu, em 1924, autorização do Instituto Pasteur
para o projeto, além de livre acesso a um centro de chimpanzés na Guiné, na
África, à época uma colônia francesa.
As despesas foram
bancadas pela URSS. Ivanov recebeu da Comissão Financeira Soviética a quantia
de U$ 10.000,00 e, depois, o aval da Academia Soviética de Ciências.
Ivanov chegou à Guiné
Francesa em março de 1926. Ele pretendia inseminar chimpanzés com esperma
humano. A dificuldade de encontrar fêmeas em idade fértil e a hostilidade da
equipe local limitaram as tentativas a três. Com as verbas e o tempo acabando,
o cientista comunista teve uma idéia mais revolucionária ainda: inseminar
mulheres africanas com esperma de chimpanzés… sem o conhecimento delas. Estava
a ponto de realizar a experiência, mas o governador geral da Guiné proibiu.
Ivanov, então, voltou à Europa.
A tentativa de
inseminar mulheres africanas sem o consentimento das mesmas causou grande
revolta na Academia Soviética de Ciências, mas não por qualquer questão de
escrúpulo – esta ‘coisa’ conservadora –, mas pelo fato de que “poderia minar a
confiança entre africanos e pesquisadores e médicos europeus e tornar
problemáticas quaisquer outras expedições de cientistas russos para a África”.
Assim, embora Ivanov
tivesse fracassado na África, na Geórgia os comunistas continuaram as
experiências com supostas voluntárias. Mas nada de nascer o homem-macaco.
Fracassado e
marginalizado, mas não derrotado, Ivanov soube da existência de uma senhora
cubana que criava chimpanzés em Havana. Não, desta vez Fidel não teve nada a
ver com a história – nesta época Cuba ainda era dos cubanos.
Ivanov enviou a ela uma
carta solicitando um chimpanzé macho. Como não tinha recursos para a nova
tentativa, solicitou ajuda à Associação Americana para o Progresso do Ateísmo.
O presidente desta organização tinha o gracioso hábito de aparecer para suas
apresentações ao lado de um chimpanzé vestido. O presidente não manteve sigilo
e, assim, o que os comunistas andaram fazendo com as mulheres e os macacos
chegou à imprensa dos EUA.
Aqui a história
tornou-se mais bizarra ainda. Não as feministas, mas os cavaleiros encapuzados
da organização racista branca Ku Klux Klan ameaçaram a senhora cubana exigindo
que ela não colaborasse com o racista soviético. Ivanov ficou sem o macaco.
Derrotado, foi
condenado por seu fracasso e prejuízo aos cofres públicos a cinco anos de
prisão, o que foi mudado, em 1931, para exílio no Cazaquistão, onde morreu no
ano seguinte.
Mas, afinal, qual o
interesse comunista em gerar os “humanzés”? As hipóteses são muitas e uma das
mais difundidas diz que Stálin pretendia criar um exército de super-guerreiros:
“Eu quero um novo e invencível ser humano, insensível à dor, resistente e
indiferente à qualidade da comida que consumir” – teria dito, segundo jornais
de Moscou.
Alexander Etkind, PhD,
da Universidade de Cambridge, nascido na URSS e especialista em história da
Rússia, cita três possibilidades para o projeto comunista: “em primeiro lugar,
a hibridização entre homens e macacos, caso tivesse sucesso, seria um apoio à
propaganda ateísta dos bolcheviques [os comunistas que governavam a URSS]; em
segundo lugar, independentemente do sucesso da hibridação, Ivanov iria pegar e
trazer os macacos para a Rússia, os quais eram necessários para os programas de
rejuvenescimento que estavam na moda entre a elite bolchevique; e em terceiro,
a hibridação, se fosse bem sucedida, abriria o caminho para o Novo Homem
Socialista cuja ‘construção por meios científicos’ era o propósito oficial dos
bolcheviques”.
Relatos como este podem
surpreender a muitos e com a sistemática doutrinação comunista atual,
especialmente na mídia, no meio universitário e pelo governo federal petista
muitos recusarão a acreditar ou depreciarão a importância do fato. Não faltam
registros, porém, que demonstram que os vínculos do comunismo com a eugenia e
com o racismo, inclusive o nazista, não são recentes nem casuais – e isto deve
ser lembrado, particularmente em temas como direitos humanos, reprodução e
discriminação racial.
Leão Alves é médico e
secretário-geral do Movimento Nação Mestiça.
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