Por Anon
Subjetivamente,
se o Eu nunca existisse nada existiria. Mas se após existir ou quando o Eu
deixasse de existir o universo continuaria existindo? Quando o Eu nasceu,
apesar de ter todos os cinco sentidos ou quase todos, ele não atinava, não
tinha consciência, pois não dominava o conhecimento e assim, sem saber, ele já
existia, mas não sabia que existia¹. Portanto, aquele minúsculo ser somente
existia para os outros que sabiam que ele existia, pois tinham o conhecimento,
ad hoc, mais consciência de que ambos existiam. Ele existia para todos, mas não
existia para si mesmo. E assim, então, nem ele e nada existia para ele mesmo. A
sua total falta de conhecimento impossibilitou a sua consciência do seu Eu para
a vida.
Alguém já disse
antes: “Penso, logo existo”. Mas como já vimos anteriormente, de modo
introspectivo e em se tratando do Eu ou subjetivo, esta premissa poderia gerar
outra proposição: “tudo existe porque penso. Mas, em geral, se tratando de um
mundo cheio de subjetividades, de EUs (nós), ninguém precisa pensar para
existir, basta alguém pensar por ele, logo ele existe. “Penso, logo existo”.
Baseado nesta frase, ou as pedras, as montanhas, as coisas inanimadas pensam,
logo existem ou apenas são uma miragem criada pelo EU Criador de Descarte ²?
Com asserções
satíricas a parte. Basta eu caminhar para a minha direita para que um objeto
inerte que se encontra a minha frente possa mudar o seu posicionamento para à
minha esquerda. Basta eu rodopiar 180 graus para o sol que se encontra à minha
frente passar para atrás; basta eu fechar meus olhos para fazer do dia uma
escuridão. Este posicionamento do ego em relação ao mundo pode até mesmo ser
egotista, mas não e totalmente falso. Apesar de não existir meias verdades, a
verdade pode ser subjetiva ou ideológica ³. A verdade absoluta existe, porém
raramente temos acesso a ela. Se o Eu pode apenas interagir ou mudar o mundo,
isto em si, depende muito da fé ou da ilusão de cada Eu. Pois a fé pertence
àqueles que acreditam; e a ilusão pertence àqueles que acham que podem¹¹
Por outro lado,
se alguém, em sua vida, nunca tivesse a oportunidade de ter ido ao Mar
Mediterrâneo, ou mesmo sem saber que ele existe, mesmo assim, ele estaria lá.
Muitos não sabem, ou nunca ouvirão falar das Galáxias. Mas elas existem e estão
lá, cada uma ocupando um lugar no espaço em direção à expansão universal. A
falta de conhecimento nos limita, mas não causa a inexistência de algo. Se
assim fosse, as coisas apenas criariam forma ou passariam a existir após serem
vistas ou sentidas pelo Eu, quando o Eu estivesse passeando pelas ruas da
cidade ou pelos campos. Tudo iria se formando gradativamente, passos a passo
diante dos nossos sentidos.
Em suma, se for
o pensamento do meu Eu que projeta a minha existência e a existência das
coisas; se for a minha consciência constituída de uma gama de conhecimentos
adquiridos ao longo da minha existência e que promove toda a existência. Logo,
tudo que existe é por que eu existo²²; e se eu creio na existência de Deus,
logo ele existe?
Existe por que
creio?
Não, ELE existe
porque simplesmente existe. Não se deve alterar a ordem da ordem. A criatura
não pode criar o criador. Sendo Ele o Existencializador, aquele que
existencializa o dom de toda a existência ramificada em cada um de nós. Portanto,
graças a sua existência, temos o dom existir. Pois, basta um único criador,
para que tudo possa existir. Basta um único Ser Onisciente para que cada
consciência ciente ou inconsciente possa existir ou externar toda a sua
existência. Anon, SSXXI.
P.S - As
palavras Existencializador e existencializar não existem em nosso léxico.
1 – Empirismo –
o conhecimento obtido pela experiência através dos cinco sentidos.
2 – racionalismo
– tudo no universo pode ser explicado racionalmente (pela razão) incluindo o próprio
universo. A ciência como Deus, o coletivismo como regra.
3 – relativismo
– quando a verdade pode ser manipulada pela ciência ou por
qualquer interesse político ou ideológico.
11 –Transumanismo
– super- humano aperfeiçoado pelo avanço da ciência e tecnologia. A ilusão que
nunca se tornará realidade, pois se caso venha ocorrer o homem deixará de ser
humano.
22 – Existencialismo
– Segundo Jean Paul Sartre, o existencialismo
é, pura e simplesmente, uma forma de humanismo. A existência do homem como sendo
o centro do mundo. A existência humana antes de tudo, antes mesmo de sua
própria essência. Quando surge o ser não é nada, mas vai se aprimorando e,
através de si mesmo, irá se definir naquilo que será.
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