Uma sociedade em
que o ideário e a política socialista predominam é como um viciado, e o
Socialismo é sua droga. Ambos se tornam dependentes de algo que os destrói.
A droga causa dois
tipos de dependência. Dependência física é a incapacidade de o corpo funcionar
normalmente sem a droga, dependência psicológica se manifesta como ansiedade e
desconforto quando não se está sob o efeito da droga ou ela não está
disponível.
Dependência física
Sob o Socialismo, o paralelo da dependência física é a dependência material. O Socialismo promove o crescimento contínuo do número de pessoas que dependem do governo e de sua política de redistribuição de riqueza para prover suas necessidades básicas.
A droga gera
dependência física substituindo a química normal do sistema nervoso ou
alterando seu funcionamento. Da mesma forma, o Socialismo cria dependentes
substituindo a estrutura de incentivos de uma sociedade.
Onde antes a
riqueza era resultado do trabalho, ela passa a ser resultado do arbítrio
governamental. Trabalhar para produzir riqueza é substituído por fazer política
para conseguir riqueza. Por receber riqueza diretamente do governo, e sem
esforço, o indivíduo se torna intolerante ao meio normal de enriquecer: o
trabalho.
Por ser estimulado
diretamente pela droga, o mecanismo de recompensa do viciado se torna
insensível aos prazeres normais, como comida e sexo. Da mesma forma, por ter
suas necessidades saciadas pelo governo, o indivíduo perde o senso de
responsabilidade individual – a percepção de que ele próprio é quem deve
resolver seus problemas.
Tolerância
Outra
característica dos quadros de dependência é o desenvolvimento de tolerância. O
corpo se adapta à presença da droga de modo que doses cada vez maiores são
necessárias para obter o mesmo efeito.
O mesmo ocorre com
a política Socialista. Para cada “benefício” concedido pelo governo, há alguém
pagando a conta. Pela ameaça física o indivíduo é forçado a abrir mão de sua
riqueza em favor de outros, contra sua vontade.
Nenhum indivíduo,
mesmo o caridoso que troca voluntariamente o resultado de seu trabalho
produtivo por satisfação pessoal, se esforça a troco de nada. Aqueles que são
forçados a pagar a conta do Socialismo se adaptam a cada nova política de
expropriação. Logo a redistribuição se torna ineficaz e uma nova política mais
intervencionista se torna necessária para obter o mesmo efeito.
Imagine que um
governo obrigue os empregadores a continuar a pagar por meses o salário de toda
mulher que se ausente para ter um filho. Os empregadores se adaptam pagando
menos às mulheres em geral – para compensar este risco.
Torna-se
necessário proibir o pagamento de salários diferentes para homens e mulheres,
do contrário não se consegue mais o efeito desejado. Mas os empregadores se
adaptam novamente, preferindo contratar homens. Já que é obrigado a pagar o
mesmo preço, o empregador prefere o empregado que não pode ficar meses fora,
recebendo.
Torna-se
necessário proibir a preferência por contratação de homens. Mas isto ainda não
resolve o problema. Através de artifícios como benefícios não monetários
pode-se continuar pagando mais a homens. Outros artifícios permitem evitar a
contratação de mulheres. Mais leis, mais controles e mais policiamento são necessários
para obter o efeito desejado.
Privilegiar uns à
custa de outros sempre cria uma necessidade constante de endurecimento das leis
– pois quem paga a conta contra sua vontade sempre se esforça para se livrar de
suas correntes.
Dependência psicológica
Nas sociedades
democráticas, o paralelo da dependência psicológica no Socialismo é o
populismo, uma “dependência política”. Por criar uma legião de dependentes
materiais, o Socialismo elimina do debate político qualquer proposta política
contrária.
O Bolsa-Família é
um excelente exemplo. Um quarto de toda a população brasileira pertence a
famílias que recebem dinheiro deste programa - um candidato que se oponha a ele
terá grande dificuldade em se eleger.
Também é característico da dependência psicológica a supressão das inibições do viciado na busca pela droga. Isto se reflete em um comportamento descontrolado e amoral. Conseguir a droga está acima de qualquer inibição – vergonha, nojo, respeito à vida e à propriedade alheia, nada disso impedirá o viciado de conseguir a droga.
Da mesma forma,
sob o Socialismo há uma supressão de todas as inibições na busca pela benesse
governamental. As inúmeras denúncias e casos constatados de fraude em todos os
chamados "programas sociais" ilustram este fato. Casos de empresários
que corrompem governantes para obter benefícios são outro exemplo.
Autodestruição
A droga destrói no
viciado aquilo que existe de mais importante, o que o define como um indivíduo:
sua vontade. Em quadros severos de dependência química, a pessoa pode se tornar
praticamente um zumbi: a busca da droga se torna seu único propósito, a vida é
esquecida.
O Socialismo faz o
mesmo na sociedade. Para que o governo dê algo a um é preciso primeiro que tire
de outro. Ao violar os direitos à vida, à propriedade e à liberdade das
pessoas, o governo destrói sua vontade de agir produtivamente. Em quadros
severos de socialismo, tomar a riqueza dos outros se torna o único propósito,
produzir riqueza é esquecido. O atraso econômico das nações que implantaram o socialismo,
inclusive o Brasil, é evidência deste fato.
Abstinência
Quando um viciado
fica sem a droga, desenvolve-se um quadro conhecido como síndrome de
abstinência. Trata-se dos efeitos físicos e psicológicos da remoção da droga de
seu organismo. A abstinência é dolorosa e desesperadora. É só depois de passar
por este período de sofrimento que os mecanismos normais do organismo e da
mente se restabelecem.
Eliminar o
socialismo em uma sociedade apresenta o mesmo fenômeno. Os dependentes
materiais se vêem obrigados a trabalhar para obter aquilo que antes recebiam de
graça. Muitos podem ver não atendidas suas necessidades básicas, antes saciadas
pelo esforço alheio.
A libertação dos
indivíduos que pagavam a conta, em tempo, leva à proliferação de oportunidades
e à prosperidade generalizada, embora não igualitária. Este é o mecanismo normal de
progresso humano: o Capitalismo. Mas chegar até este ponto requer
vencer a abstinência.
Terapia
Na recuperação de
uma nação socialista, assim como na recuperação de drogados, o primeiro passo é
reconhecer que há um problema. No Brasil ainda há poucas vozes altas e claras
dizendo que roubar de um para dar a outro é imoral. Os direitos individuais não
são vistos como algo inalienável.
Os poucos
defensores da liberdade econômica são blogueiros e colunistas como Reinaldo
Azevedo e articulistas como Rodrigo
Constantino e o empresário João Luiz Mauad. A recente revolta popular
contra a CPMF mostra que estas poucas vozes encontram coro na sociedade, e o
partido Democratas parece estar se movendo na direção de defender estes
princípios.
Reconhecer o
problema, no entanto, não é suficiente para resolvê-lo. Dado o sofrimento que a
abstinência do Socialismo pode causar, um projeto político para a recuperação
do país precisa oferecer uma solução clara para vencer este abismo. É aí que
está a verdadeira dificuldade.
Dada a
similaridade entre Socialismo e as drogas, pode-se aproveitar idéias que têm
bons índices de sucesso na recuperação de viciados. Uma delas é a substituição
da droga por outra menos destrutiva, capaz de aliviar parte dos efeitos da
abstinência. O uso da nova droga é gradativamente reduzido até sua eliminação.
Uma aplicação
desta idéia à política seria a privatização de um serviço atualmente prestado
pelo governo (seja educação, saúde ou qualquer outro), acompanhada do
fornecimento de “vales” à população de baixa renda para uso na compra deste
serviço.
Desta forma ainda
há redistribuição de riqueza, mas o governo em si não opera o sistema. Isto
permite que surja um mercado para suprir a demanda, com o aumento de eficiência
e queda de preços característicos da iniciativa privada.
Esta política
continua sendo uma droga, mas menos destrutiva que a anterior. E os “vales”
podem ser gradativamente eliminados, dando tempo às pessoas para se adaptarem à
responsabilidade individual.
Conclusão
Socialismo é uma
droga – e todo o mundo está usando. Como viciados, as sociedades ocidentais não
percebem que estão destruindo aquilo que têm de mais importante: A LIBERDADE
INDIVIDUAL.
É no mínimo
irônico que o autor da frase “a religião é o ópio do povo” tenha criado a
ideologia cujo efeito na sociedade mais se assemelha com o da droga.
Fonte: O Capitalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Boa parte dos conhecimentos surgiu dos questionamentos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.