A escritora
italiana Oriana Fallaci, atualmente residindo em Nova York, foi intimada por um
tribunal de Bergamo, Itália, na terça-feira passada, a comparecer ante a
Justiça, para responder por possível ofensa contra o Islã, expressa em um de
seus livros. Ora, o Corão ordena aos muçulmanos matar os infiéis:
"Matai-os onde quer que os encontreis" (sura 2:191). Ou sura 4:91:
"...capturai-os e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos
concedemos autoridade absoluta". Isto sem falar em outras incitações ao
assassinato. Nesta nossa era politicamente correta, ordenar a matança de
cristãos, pode. O que não pode é tornar público certos fatos sobre o Islã.
Muitos outros
versículos do gênero podem ser encontrados neste livro que é publicado e
difundido no Ocidente, sem que ocidental algum se sinta ofendido ou ameaçado.
Mas ai de quem repudiar estas incitações ao crime e ao ódio religioso! Seja
anátema! Um boato não comprovado de que um Corão teria sido jogado numa latrina
por soldados americanos (o que só serviria para entupir a latrina), provocou
alaridos e assassinatos em todo o mundo islâmico. A morte em massa de
iraquianos por terroristas sírios e iraquianos não sensibiliza muçulmano algum.
Há uns bons
três anos, comentei La Rabia
e l'Orgoglio, o soberbo panfleto de Oriana Fallaci em defesa do
Ocidente e seus valores, escrito por ocasião do atentado ao World Trade Center
e mais tarde transformado em livro. Em meados de dezembro de 2001, quando foi
lançado, eu estava em Roma e via as pilhas de livros sumindo rapidamente, de
minuto em minuto, nas livrarias. Vendeu como pão quente, chegando a atingir 50
mil cópias por dia, proeza sequer igualada pelos Harry Potters da vida. O livro
foi traduzido em todos os idiomas da Europa e sua recepção foi tamanha na
Itália, que velhinhas romanas compravam-no às pilhas e saiam a vendê-lo nas
ruas e estradas.O que só demonstra a colossal covardia dos editores
brasileiros. As livrarias estão repletas dos lixos de Paulo Coelho ou Jô Soares
e nem sombra do livro da escritora italiana. Que, nesta altura, já produziu
mais dois, ambos lançados no ano passado e também ignorados pelo mercado
livreiro tupiniquim: La Forza
della Ragione e Oriana
Fallaci intervista Oriana Fallaci.
Me atenho ao
primeiro, no qual Fallaci mostra uma Europa prestes a render-se à nova invasão
do Islã. Se os árabes foram expulsos do velho continente pela força das lanças
e espadas há cinco séculos, estão voltando agora munidos de armas mais sutis:
direitos humanos, tolerância religiosa, diversidade cultural ... e o uso do
ventre das muçulmanas. A autora já nos fala de uma Eurábia - e o neologismo não
é seu, mas título de uma revista criada em 1975, por entidades européias em
parceira com grupos árabes - na qual os muçulmanos passaram a impor suas
mesquitas, seus ritos e atrocidades, sem respeito algum aos poderes europeus.
Na Inglaterra já existe uma organização chamada Parlamento Muçulmano, cujo
primeiro objetivo é recordar aos imigrantes que não estão obrigados a respeitar
as leis inglesas: "Para um muçulmano respeitar as leis em vigor no país
que o acolhe é algo facultativo. Um muçulmano tem que obedecer a Sharia e
ponto", diz sua Carta Constituinte.
O que permitiu
ao conselheiro da Federação Espanhola de Entidades Religiosas Islâmicas, o imã
Mohammed Kamal Mustafá, nesta Europa do século XXI, escrever um manual sobre
como surrar uma mulher: "Utilizar uma vara fina e leve, útil para
golpeá-la desde longe. Golpeá-la apenas no corpo, nas mãos, nos pés. Nunca no
rosto, porque se vêem as cicatrizes e os hematomas. Lembrar que os golpes devem
fazer sofrer psicologicamente, não apenas fisicamente".
Em Granada, no
bairro de Albaicín, os árabes criaram um Estado dentro do Estado espanhol, que
vive com suas próprias leis e instituições. Com seu hospital, cemitério,
matadouro, jornal, bibliotecas e escolas (onde se ensina exclusivamente a
memorizar o Corão). Não bastasse isso, criaram moedas próprias, de ouro e
prata, cunhadas segundo o modelo dos dirham utilizados nos tempos de
Boabdil, que o Ministério da Fazenda espanhol finge ignorar.
Na Itália,
centro histórico e político do cristianismo, as comunidades islâmicas já exigem
o ensino do Corão não só nas escolas como nas faculdades de Direito, Teologia,
Filosofia e História. Conquistaram ainda uma antiga e absurda reivindicação
(que comentei há alguns anos, quando ainda era projeto), a de permitir que as
mulheres árabes portem véu... nas carteiras de identificação. Em 1995, um
ex-ministro do Interior emitiu uma circular informando a polícia que a
obrigação de aparecer com a cabeça descoberta nas fotos dos documentos se
referia somente ao chapéu. "Para não atentar contra o princípio
constitucional garantido pelo artigo 19 em matéria de culto e liberdade
religiosa, está, pois, permitido colocar nos documentos de identidade uma foto
com a cabeça coberta com as citadas prendas" (as que formam parte da
indumentária islâmica, entre elas o chador, o hijab e o turbante).
As mesquitas
estão nascendo em todas as capitais e grandes cidade européias como cogumelos
após a chuva, com apoio político e financeiro do Estado... e mesmo da Igreja
Católica. Em Paris, o Instituto Cultural Islâmico da Rue Tanger, dirigido pelo
fundamentalista argelino Larbi Kechat (preso mais tarde por seus vínculos com a
Al Qaeda), foi criado graças ao apoio de dois padres católicos. Em Lyon, a
Grande Mesquita foi mandada fundar pelo cardeal Decourtray. A Igreja Católica,
diz Fallaci, "no fundo está de acordo com o Islã, porque os padres se
entendem entre eles".
Outro fato
insólito que a autora denuncia é a adesão das esquerdas ao islamismo. "Com
o afundamento da União Soviética e com o ressurgir do capitalismo na China, a
Esquerda perdeu seus pontos de referência. Ergo, se aferra ao Islã como a uma
tábua de salvação". O que explica a nonchalance com que certos filósofos
contemporâneos navegam do marxismo ao catolicismo e finalmente ao islamismo,
pobres diabos imaturos em busca desesperada de um absoluto qualquer.
E por aí vai.
Catei três ou quatro exemplos entre as centenas que Fallaci arrola. Se você
gosta da Europa e da cultura européia, procure urgente este livro na Internet.
Porque aqui, tão cedo não será editado. E mesmo talvez nunca. Para concluir,
transcrevo este depoimento surpreendente de uma italiana de Milão, Aisha
Farina, convertida ao islamismo. Para Aisha, a dominação da Europa é apenas uma
questão de tempo.
- Um dia Roma será uma cidade aberta ao Islã e, de fato, já é uma cidade aberta. Porque nós, os muçulmanos, somos muitos. Milhares e milhares, muitíssimos. Mas não devem assustar-se. Isto não significa que nós queiramos conquistá-los com os exércitos, com as armas. Talvez todos os italianos acabem convertendo-se e de todas as formas os conquistaremos pacificamente. Porque a cada geração nós nos duplicamos ou mais. Por outro lado, vocês se reduzem à metade. Têm um índice de crescimento zero.
- Um dia Roma será uma cidade aberta ao Islã e, de fato, já é uma cidade aberta. Porque nós, os muçulmanos, somos muitos. Milhares e milhares, muitíssimos. Mas não devem assustar-se. Isto não significa que nós queiramos conquistá-los com os exércitos, com as armas. Talvez todos os italianos acabem convertendo-se e de todas as formas os conquistaremos pacificamente. Porque a cada geração nós nos duplicamos ou mais. Por outro lado, vocês se reduzem à metade. Têm um índice de crescimento zero.
Segundo a ONU,
os muçulmanos têm uma taxa de crescimento entre 4,6 e 6,4 por cento ao ano. Os
cristãos, só 1,4 por cento. Se você ainda tem algum fascínio pela cultura
ocidental, faça os cálculos - e as malas - e viaje logo. Pelo que nos relata
Fallaci, a Europa que amamos tem seus dias contados.
PS - Se você entende espanhol e quiser ler o texto básico que deu
origem a La Rabia e
l'Orgoglio, basta pedir-me que o envio com prazer. Acabo de
receber também o texto integral em inglês.
Artigo: sexta-feira, maio 27, 2005
Fonte: Cristaldoblospot - Janer Cristaldo Ferreira Moreira
(Santana do Livramento, 2 de abril de 1947 — São Paulo, 27 de outubro de 2014)
foi um escritor, ensaísta e contista brasileiro. Bacharel em direito, graduado
em filosofia, trabalhou como tradutor, e articulista de jornais onlines e sites
do Brasil
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