Texto extraído do livro “Pensadores da
Nova Esquerda (Capítulo 8 - Antonio Gramsci)”, de Roger Scruton:
Mesmo se aceitamos
a identificação – altamente fortuita – do nacional-socialismo com o fascismo
italiano, falar de um ou de outro como o oposto político verdadeiro do
comunismo é cair em uma ingenuidade perigosa.
Comunismo, assim como
fascismo, envolve a tentativa de criar um movimento popular de massa unido a um
Estado submetido à regra do partido único, no qual haverá total coesão para o
objetivo comum.
Isto exige a eliminação da oposição, por quaisquer meios, e a
substituição da disputa ordenada entre partidos pela "discussão"
clandestina dentro dos limites de uma única elite dominante.
Envolve tomar conta – em "nome do povo" – dos meios de
comunicação e educação, bem como implantar um princípio de comando sobre a
economia. Ambos os movimentos consideram a lei muito falível, e os parâmetros
constitucionais muito irrelevantes – pois são essencialmente "revolucionários"
, governados desde cima por uma "disciplina de ferro" . Ambos buscam
um novo tipo de ordem social, não mediada por instituições, e exemplificando
uma coesão fraterna e imediata.
E na busca desta associação ideal - chamada de fascio pelos socialistas
italianos do século XIX – cada movimento cria uma forma de governo militar,
envolvendo a mobilização constante e total de toda a população, que não pode
mais fazer nem mesmo as coisas aparentemente mais pacíficas - comer, andar,
rezar ou se encontrar – exceto no espírito da guerra. A diferença mais
importante, historicamente, é que enquanto os governos fascistas mais
frequentemente chegaram ao poder pela eleição democrática, os governos
comunistas sempre o fizeram por meio de um golpe de Estado...
Pensadores da Nova Esquerda, de Roger
Scruton – ( Compre este livro,
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