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sábado, 31 de janeiro de 2015

Origens do Totalitarismo - Hannah Arendt

Prefácio à primeira edição

Por Hannah Arendt

Duas guerras mundiais em uma geração, separadas por uma série ininterrupta de guerras locais e revoluções, seguidas de nenhum tratado de paz para os vencidos e de nenhuma trégua para os vencedores, levaram à antevisão de uma terceira guerra mundial entre as duas potências que ainda restavam. O momento de expectativa é como a calma que sobrevém quando não há mais esperança. Já não ansiamos por uma eventual restauração da antiga ordem do mundo com todas as suas tradições, nem pela reintegração das massas, arremessadas ao caos produzido pela violência das guerras e revoluções e pela progressiva decadência do que sobrou. Nas mais diversas condições e nas circunstâncias mais diferentes, contemplamos apenas a evolução dos fenômenos — entre eles o que resulta no problema de refugiados, gente destituída de lar em número sem precedentes, gente desprovida de raízes em intensidade inaudita.

Nunca antes nosso futuro foi mais imprevisível, nunca dependemos tanto de forças políticas que podem a qualquer instante fugir às regras do bom senso e do interesse próprio — forças que pareceriam insanas se fossem medidas pelos padrões dos séculos anteriores. É como se a humanidade se houvesse dividido entre os que acreditam na onipotência humana (e que julgam ser tudo possível a partir da adequada organização das massas num determinado sentido), e os que conhecem a falta de qualquer poder como a principal experiência da vida.

A análise histórica e o pensamento político permitem crer, embora de modo indefinido e genérico, que a estrutura essencial de toda a civilização atingiu o ponto de ruptura. Mesmo quando aparentemente melhor preservada, o que ocorre em certas partes do mundo, essa estrutura não autoriza antever a futura evolução do que resta do século xx, nem fornece explicações adequadas aos seus horrores. Incomensurável esperança, entremeada com indescritível temor, parece corresponder melhor a esses acontecimentos que o juízo equilibrado e o discernimento comedido. Mas os eventos fundamentais do nosso tempo preocupam do mesmo modo os que creditam na ruína final e os que se entregam ao otimismo temerário.

Este livro foi escrito com mescla do otimismo temerário e do desespero temerário. Afirma que o Progresso e a Ruína são duas faces da mesma medalha; que ambos resultam da superstição, não da fé. Foi escrito com a convicção de serem passíveis de descoberta os mecanismos que dissolveram os tradicionais elementos do nosso mundo político e espiritual num amálgama, onde tudo parece ter perdido seu valor específico, escapando da nossa compreensão e tornando-se inútil para fins humanos. A passividade de ceder ao processo de desintegração converteu-se em tentação irresistível, não somente porque esse processo assumiu a espúria aparência de “necessidade histórica”, mas também porque os valores em vias de destruição começaram a parecer inertes, exangues, inexpressivos e irreais.

A convicção de que tudo o que acontece no mundo deve ser compreensível pode levar-nos a interpretar a história por meio de lugares-comuns. Compreender não significa negar nos fatos o chocante, eliminar deles o inaudito, ou, ao explicar fenômenos, utilizar-se de analogias e generalidades que diminuam o impacto da realidade e o choque da experiência. Significa, antes de mais nada, examinar e suportar conscientemente o fardo que o nosso século colocou sobre nós — sem negar sua existência, nem vergar humildemente ao seu peso. Compreender significa, em suma, encarar a realidade sem preconceitos e com atenção, e resistir a ela — qualquer que seja.

Assim, deve ser possível, por exemplo, encarar e compreender o fato, chocante decerto, de que fenômenos tão insignificantes e desprovidos de importância na política mundial como a questão judaica e o antissemitismo se transformaram em agente catalisador, primeiro, do movimento nazista; segundo, de uma guerra mundial; e, finalmente, da construção dos centros fabris de morte em massa. Também há de ser possível compreender a grotesca disparidade entre a causa e o efeito que compunham a essência do imperialismo, quando dificuldades econômicas levaram, em poucas décadas, à profunda transformação das condições políticas no mundo inteiro; a curiosa contradição entre o “realismo”, como era cinicamente enaltecido pelos movimentos totalitários, e o visível desdém desses sistemas por toda a textura da realidade; ou a irritante incompatibilidade entre o real poderio do homem moderno (maior do que nunca, tão grande que pode ameaçar a própria existência do seu universo) e a sua incapacidade de viver no mundo que o seu poderio criou, e de lhe compreender o sentido.

A tentativa totalitária da conquista global e do domínio total constituiu a resposta destrutiva encontrada para todos os impasses. Mas a vitória totalitária pode coincidir com a destruição da humanidade, pois, onde quer que tenha imperado, minou a essência do homem. Assim, de nada serve ignorar as forças destrutivas de nosso século. O problema é que a nossa época interligou de modo tão estranho o bom e o mau que, sem a expansão dos imperialistas levada adiante por mero amor à expansão, o mundo  poderia jamais ter-se tornado um só; sem o mecanismo político da burguesia que implantou o poder pelo amor ao poder, as dimensões da força humana poderiam nunca ter sido descobertas; sem a realidade fictícia dos movimentos totalitários, nos quais — pelo louvor da força por amor à força — as incertezas essenciais do nosso tempo acabaram sendo desnudadas com clareza sem par, poderíamos ter sido levados à ruína sem jamais saber o que estava acontecendo.

E, se é verdade que, nos estágios finais do totalitarismo, surge um mal absoluto (absoluto, porque já não pode ser atribuído a motivos humanamente compreensíveis), também é verdade que, sem ele, poderíamos nunca ter conhecido a natureza realmente radical do Mal. O antissemitismo (não apenas o ódio aos judes), o imperialismo (não apenas a conquista) e o totalitarismo (não apenas a ditadura) — um após o outro, um mais brutalmente que o outro — demonstraram que a dignidade humana precisa de nova garantia, somente encontrável em novos princípios políticos e em uma nova lei na terra, cuja vigência desta vez alcance toda a humanidade, mas cujo poder deve permanecer estritamente limitado, estabelecido e controlado por entidades territoriais novamente definidas.

Já não podemos nos dar ao luxo de extrair aquilo que foi bom no passado e simplesmente chamá-lo de nossa herança, deixar de lado o mau e simplesmente considerá-lo um peso morto, que o tempo, por si mesmo, relegará ao esquecimento. A corrente subterrânea da história ocidental veio à luz e usurpou a dignidade de nossa tradição. Essa é a realidade em que vivemos. E é por isso que todos os esforços de escapar do horror do presente, refugiando-se na nostalgia por um passado ainda eventualmente intacto ou no antecipado oblívio de um futuro melhor, são vãos.

Verão de 1950

Fonte: Livros Gratis (PDF)

Cientista ateu garante que viu anjo no espaço e diz: “Eles estavam indo para a Terra”

O cientista Mark Kelly da estação espacial garante que viu anjos no espaço enquanto trabalhava ao lado de fora na manutenção de um satélite da NASA emprestado a um grupo Japonês

Nunca acreditei em Deus e anjos, até que olhei e ví oito passando a 50mt de mim no espaço. Eles olharam pra mim e senti paz. Hoje eu tenho certeza, fomos criados por alguém e pra alguma coisa. Isso aqui não é obra do acaso. Na hora pensei que estava tendo alucinações, eles estavam indo para a terra”

Segundo ele divulgou no twitter que na época em que esteve lá em 05 de Junho de  2008 na missão STS-124 viu oito seres brancos que viajavam pelo espaço em direção a terra enquanto instalava câmeras de vídeo nas laterais do laboratório japonês Kibo.

A Nasa cortou o twitter do  cientista e o proibiu de divulgar informação dessa natureza nas redes sociais. Mas essa semana ele voltou comentar com alguns amigos que realmente viu anjos no espaço. O jornal The Guardian publicou uma matéria sobre essa história que não está ganhando amplitude, pois a NASA não apresentou a câmera que estava com Mark no dia do acontecimento.

Mark Kelly era um cientista ateu que não acreditava em nada sobrenatural, mas depois dessa experiência ele não é mais o mesmo. Vive pensativo o tempo todo depois que retornou a terra, atualmente frequenta a Igreja.

“Se Deus não existe não sei ainda, mas que eu ví anjos, eu ví. E se tem anjos deve ter Deus, sim” disse Mark Kelly.

A imprensa americana tem evitado divulgar essas informações, pois contraria os princípios da NASA sobre esse assunto. A câmera no capacete de uso do cientista foi retido pela NASA. Tudo indica que ela tenha registrado algo sobrenatural, mas isso mudaria a história da humanidade se viesse a tona. Segundo, Albert Lan um ex-funcionário da NASA existe um fluxo de luzes brancas em forma de pessoas no vídeo da câmera que estava no capacete de Mark, mas que superiores insistiram em dizer que era reflexo no espaço.

Fonte: Jornal Britânico The Guardian

Em 1984 outros astronautas garantem terem vistos seres angelicais no espaço, mas a NASA desmentiu essa informação na época.

Centro Espacial da NASA desmentiu o cientista e astronauta Mark Kelly sobre anjos no espaço.  Charles Bolden chefe da NASA, ateu assumido negou a existência de anjos. O centro tecnológico da NASA aproveitou e voltou a desmentir a tribulação de 1984 que diz ter vistos anjos no espaço, mas a NASA calou a imprensa naquele ano pois não cedeu as imagens..

Em julho de 1984, os cosmonautas russos a bordo da estação espacial Soviética Salyut 7 no 155° dia de sua missão. Este foi também o dia em que o grupo relatou estranhas luzes e seres. De acordo com o comandante Oleg Atkov e Vladmir cosmonautas Solovyov e Leonid Kizim, a estação espacial foi completamente banhado em uma luz laranja hipnotizante. Ele apareceu do lado de fora, entrou pelas janelas da estação espacial e escorreu através de uma parede absolutamente opaca.

Em 2012 o jornal americano beforeitsnews publicou uma reportagem que foi bloqueada pela NASA e não teve repercussão mundial.



Fonte: bibliacatolicanews

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Por que os intelectuais odeiam o capitalismo?

Por Jesús Huerta de Soto

N. do T.: o artigo a seguir foi adaptado de um discurso improvisado feito pelo autor, daí o seu tom mais coloquial.

Por que os intelectuais sistematicamente odeiam o capitalismo?  Foi essa pergunta que Bertrand de Jouvenel (1903-1987) fez a si próprio em seu artigo Os intelectuais europeus e o capitalismo.

Esta postura, na realidade, sempre foi uma constante ao longo da história.  Desde a Grécia antiga, os intelectuais mais distintos — começando por Sócrates, passando por Platão e incluindo o próprio Aristóteles — viam com receio e desconfiança tudo o que envolvia atividades mercantis, empresariais, artesanais ou comerciais.

E, atualmente, não tenham nenhuma dúvida: desde atores e atrizes de cinema e televisão extremamente bem remunerados até intelectuais e escritores de renome mundial, que colocam seu labor criativo em obras literárias — todos são completamente contrários à economia de mercado e ao capitalismo.  Eles são contra o processo espontâneo e de interações voluntárias que ocorre de mercado.  Eles querem controlar o resultado destas interações.  Eles são socialistas.  Eles são de esquerda.  Por que é assim?

Vocês, futuros empreendedores, têm de entender isso e já irem se acostumando.  Amanhã, quando estiverem no mercado, gerenciando suas próprias empresas, vocês sentirão uma incompreensão diária e contínua, um genuíno desprezo dirigido a vocês por toda a chamada intelligentsia, a elite intelectual, aquele grupo de intelectuais que formam uma vanguarda.  Todos estarão contra vocês.

"Por que razão eles agem assim?", perguntou-se Bertrand de Jouvenel, que em seguida pôs-se a escrever um artigo explicando as razões pelas quais os intelectuais — no geral e salvo poucas e honrosas exceções — são sempre contrários ao processo de cooperação social que ocorre no mercado.

Eis as três razões básicas fornecidas por de Jouvenel.

Primeira, o desconhecimento.  Mais especificamente, o desconhecimento teórico de como funcionam os processos de mercado.  Como bem explicou Hayek, a ordem social empreendedorial é a mais complexa que existe no universo.  Qualquer pessoa que queira entender minimamente como funciona o processo de mercado deve se dedicar a várias horas de leituras diárias, e mesmo assim, do ponto de vista analítico, conseguirá entender apenas uma ínfima parte das leis que realmente governam os processos de interação espontânea que ocorrem no mercado.  Este trabalho deliberado de análise para se compreender como funciona o processo espontâneo de mercado — o qual só a teoria econômica pode proporcionar — desgraçadamente está completamente ausente da rotina da maior parte dos intelectuais.

Intelectuais normalmente são egocêntricos e tendem a se dar muito importância; eles genuinamente creem que são estudiosos profundos dos assuntos sociais.  Porém, a maioria é profundamente ignorante em relação a tudo o que diz respeito à ciência econômica.

A segunda razão, a soberba. Mais especificamente, a soberba do falso racionalista.  O intelectual genuinamente acredita que é mais culto e que sabe muito mais do que o resto de seus concidadãos, seja porque fez vários cursos universitários ou porque se vê como uma pessoa refinada que leu muitos livros ou porque participa de muitas conferências ou porque já recebeu alguns prêmios.  Em suma, ele se crê uma pessoa mais inteligente e muito mais preparada do que o restante da humanidade.  Por agirem assim, tendem a cair no pecado fatal da arrogância ou da soberba com muita facilidade.

Chegam, inclusive, ao ponto de pensar que sabem mais do que nós mesmos sobre o que devemos fazer e como devemos agir.  Creem genuinamente que estão legitimados a decidir o que temos de fazer.  Riem dos cidadãos de ideias mais simplórias e mais práticas.  É uma ofensa à sua fina sensibilidade assistir à televisão.  Abominam anúncios comerciais.  De alguma forma se escandalizam com a falta de cultura (na concepção deles) de toda a população.  E, de seus pedestais, se colocam a pontificar e a criticar tudo o que fazemos porque se creem moral e intelectualmente acima de tudo e todos.

E, no entanto, como dito, eles sabem muito pouco sobre o mundo real.  E isso é um perigo.  Por trás de cada intelectual há um ditador em potencial.  Qualquer descuido da sociedade e tais pessoas cairão na tentação de se arrogarem a si próprias plenos poderes políticos para impor a toda a população seus peculiares pontos de vista, os quais eles, os intelectuais, consideram ser os melhores, os mais refinados e os mais cultos.

 justamente por causa desta ignorância, desta arrogância fatal de pensar que sabem mais do que nós todos, que são mais cultos e refinados, que não devemos estranhar o fato de que, por trás de cada grande ditador da história, por trás de cada Hitler e Stalin, sempre houve uma corte de intelectuais aduladores que se apressaram e se esforçaram para lhes conferir base e legitimidade do ponto de vista ideológico, cultural e filosófico.

E a terceira e extremamente importante razão, o ressentimento e a inveja.  O intelectual é geralmente uma pessoa profundamente ressentida.  O intelectual se encontra em uma situação de mercado muito incômoda: na maior parte das circunstâncias, ele percebe que o valor de mercado que ele gera ao processo produtivo da economia é bastante pequeno.  Apenas pense nisso: você estudou durante vários anos, passou vários maus bocados, teve de fazer o grande sacrifício de emigrar para Paris, passou boa parte da sua vida pintando quadros aos quais poucas pessoas dão valor e ainda menos pessoas se dispõem a comprá-los.  Você se torna um ressentido.  Há algo de muito podre na sociedade capitalista quando as pessoas não valorizam como deve os seus esforços, os seus belos quadros, os seus profundos poemas, os seus refinados artigos e seus geniais romances.

Mesmo aqueles intelectuais que conseguem obter sucesso e prestígio no mercado capitalista nunca estão satisfeitos com o que lhes pagam.  O raciocínio é sempre o mesmo: "Levando em conta tudo o que faço como intelectual, sobretudo levando em conta toda a miséria moral que me rodeia, meu trabalho e meu esforço não são devidamente reconhecidos e remunerados.  Não posso aceitar como intelectual de prestígio que sou, que um ignorante, um parvo, um inculto empresário ganhe 10 ou 100 vezes mais do que eu simplesmente por estar vendendo qualquer coisa absurda, como carne bovina, sapatos ou barbeadores em um mercado voltado para satisfazer os desejos artificiais das massas incultas."

"Essa é uma sociedade injusta", prossegue o intelectual.  "A nós intelectuais não é pago o que valemos, ao passo que qualquer ignóbil que se dedica a produzir algo demandado pelas massas incultas ganha 100 ou 200 vezes mais do que eu".  Ressentimento e inveja.

Segundo Bertrand de Jouvenel, O mundo dos negócios é, para o intelectual, um mundo de valores falsos, de motivações vis, de recompensas injustas e mal direcionadas . . . para ele, o prejuízo é resultado natural da dedicação a algo superior, algo que deve ser feito, ao passo que o lucro representa apenas uma submissão às opiniões das massas. [...]

Enquanto o homem de negócios tem de dizer que "O cliente sempre tem razão", nenhum intelectual aceita este modo de pensar.

E prossegue de Jouvenel:

Dentre todos os bens que são vendidos em busca do lucro, quantos podemos definir resolutamente como sendo prejudiciais?  Por acaso não são muito mais numerosas as ideias prejudiciais que nós, intelectuais, defendemos e avançamos?

Conclusão

Somos humanos, meus caros.  Se ao ressentimento e à inveja acrescentamos a soberba e a ignorância, não há por que estranhar que a corte de homens e mulheres do cinema, da televisão, da literatura e das universidades — considerando as possíveis exceções — sempre atue de maneira cega, obtusa e tendenciosa em relação ao processo empreendedorial de mercado, que seja profundamente anticapitalista e sempre se apresente como porta-voz do socialismo, do controle do modo de vida da população e da redistribuição de renda.

Jesús Huerta de Soto , professor de economia da Universidade Rey Juan Carlos, em Madri, é o principal economista austríaco da Espanha. Autor, tradutor, editor e professor, ele também é um dos mais ativos embaixadores do capitalismo libertário ao redor do mundo. Ele é o autor de A Escola Austríaca: Mercado e Criatividade Empresarial, Socialismo, cálculo econômico e função empresarial e da monumental obra Moeda, Crédito Bancário e Ciclos Econômicos.


Porque é que a maioria dos Intelectuais odeia o Capitalismo? - - Jesús Huerta de Soto


O Poder: história natural de seu crescimento - Bertrand de Jouvenel

Uma das mais importantes obras de teoria política de todos os tempos, O Poder foi o melhor livro de ciência política escrito no Século XX, um século marcado por revoluções, guerras, revoltas e, especialmente, por uma descomunal concentração do poder político. Saiba mais, aqui.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Uma teoria simples sobre a corrupção

Por Hans F. Sennholz

Por que há essa percepção generalizada de que políticos são corruptos?  Qual exatamente é o arranjo que gera incentivos para que eles sejam corruptos?  Existe realmente uma maneira de ser diferente?

O intuito aqui é estabelecer uma teoria muito simples sobre a corrupção.

O poder do estado — e, por conseguinte, o poder daqueles que detêm cargos de poder dentro da máquina estatal — é o poder de pilhar, usurpar e dar ordens.  Quem detém o poder estatal detém a capacidade de se locupletar.  A capacidade de se locupletar estando dentro da máquina estatal é a definição precípua de corrupção.  A corrupção sistemática necessariamente acompanha um governo.  Ela está presente na história de absolutamente todos os governos.  Varia apenas a intensidade e o grau de exposição e de denúncia pela mídia.

A teoria por trás destas conexões é simples.  O governo detém o monopólio da criação de leis.  E o monopólio da criação de leis gera oportunidades para se roubar legalmente.  Roubar legalmente significa aprovar uma lei ou regulamentação que favoreça um determinado grupo à custa de todo o resto da economia, principalmente os pagadores de impostos.

Grupos de interesse — por exemplo, grandes empresas, empreiteiras ou empresários com boas ligações políticas — ansiosos por adquirir vantagens que não conseguem obter no livre mercado irão procurar determinados políticos e fazer lobby para "convencê-los" a aprovar uma determinada legislação que lhes seja benéfica.  Essa legislação pode ser desde a imposição de tarifas de importação até a criação de agências reguladoras que irão cartelizar o mercado e impedir a entrada de novos concorrentes.  Pode também ser uma mera emenda orçamentária que irá beneficiar alguma empreiteira que será agraciada com a concessão de alguma obra pública.

Em todos esses casos, o dinheiro público estará sendo desviado e desperdiçado, seja em obras superfaturadas, seja na criação de burocracias desnecessárias e que irão apenas encarecer os preços dos bens e serviços e reduzir sua qualidade.  E quanto maior o volume de dinheiro público desviado, maior é a fatia que acaba indo parar no bolso desses próprios políticos.

O fato é que o voto destes políticos em prol da criação destas legislações anti-mercado ou destas emendas orçamentárias é um bem econômico para essas empresas.

Mas há um problema: se esses legisladores não cobrarem um preço pelo seu voto favorável — isto é, se o custo para se fazer lobby for zero —, então a demanda por legislações específicas será infinita.  Sendo assim, esses legisladores terão de elevar o preço do seu voto com o intuito de estabelecer parâmetros para os espertalhões que estão brigando pelo seu voto favorável.  Esse preço inclui contribuições de campanha, dinheiro em contas no exterior, favores corporativos, publicidade favorável, e vários outros.  Suborno e propina são apenas as formas mais cruas desse leilão.

O resultado final é uma corrupção endêmica que não pode ser eliminada.  E ela será tanto maior quanto maior for o tamanho e o escopo do estado.  Não existe algo como um governo limpo e transparente.

Senadores, deputados e burocratas reguladores — todos estão, de uma forma ou de outra, propensos a esta atitude.  Mesmo um político ou burocrata que seja genuinamente honesto pode ser acusado de conivência, pois não irá denunciar seus colegas.

Roubo e corrupção perpassam o governo em todas as suas atitudes e medidas.  Todas as atitudes e medidas do governo sempre envolvem mentiras, injustiças, malversações, delitos, propinas, subornos, favorecimentos, fraudes, deturpações, negociatas, emendas favoráveis e exploração.  E essas são apenas as coisas publicáveis.

A corrupção, aliás, já começa pela linguagem.  "Contribuições de campanha" ou "doações" são apenas um eufemismo para 'propina'.  Quem dá dinheiro a políticos o faz ou porque acredita no que eles dizem defender ou porque espera influenciar seus votos legislativos.  Tais pessoas sempre esperam ganhar algo que necessariamente virá à custa de outros.  Políticos que recebem contribuições de campanha se tornam meros porta-vozes dos interesses de seus financiadores.  O dinheiro irá ajudar o candidato a criar uma coalizão que poderá usar o poder do estado em benefício de um determinado grupo de interesse sem sofrer nenhuma resistência excessiva.  Afinal, trata-se de um roubo legalizado.

A grande arte da política está em conseguir, simultaneamente, aplausos dos favorecidos e apoio dos que estão sendo roubados.

O político gerencia um esquema de extorsão semelhante ao da máfia.  Seu salário é pago pelas vítimas, ou seja, pelos pagadores de impostos que não têm voz ativa.  Seus "complementos salariais" — o chamado "por fora" — são pagos por grupos de interesse, o que fará com que ele espolie ainda mais os pagadores de impostos.  Tudo é feito com grande astúcia, sendo a função do político convencer as vítimas de que elas não estão sendo espoliadas.  Isso ele sempre consegue.  O político é, acima de tudo, um falso.

Corrupção sistemática — não apenas a corrupção que envolve meios financeiros, mas também a corrupção da linguagem e das atitudes — necessariamente acompanha um governo.  Qualquer governo.  E a corrupção é endêmica porque a política é a arte da ladroagem.

Quando eleito, um político irá se esforçar para garantir seus interesses e os interesses de seus financiadores da melhor forma possível.  Para que mais serve um governo?  Governo é roubo.  Governo é corrupção.

Hans F. Sennholz  (1922-2007) foi o primeiro aluno Ph.D de Mises nos Estados Unidos.  Ele lecionou economia no Grove City College, de 1956 a 1992, tendo sido contratado assim que chegou.  Após ter se aposentado, tornou-se presidente da Foundation for Economic Education, 1992-1997.  Foi um scholar adjunto do Mises Institute e, em outubro de 2004, ganhou prêmio Gary G. Schlarbaum por sua defesa vitalícia da liberdade.

Tradução de Leandro Roque

Um cristão deve ser antimarxista

Por Eguinaldo Hélio

A igreja precisa se opor ao marxismo seja qual for o nome adotado por ele: socialismo, comunismo, progressismo. Precisa rejeitá-lo em qualquer área que ele queira se infiltrar: política, filosofia, história, sociologia, teologia, etc. Precisa falar contra, escrever contra, votar contra.

Um verdadeiro cristão deve ser completamente antimarxista. Por quê? Pelo simples fato do marxismo ser anticristão.

E o marxismo não é anticristão em sua história. É anticristão em sua essência. Não é anticristão por ter matado milhões de cristãos. Antes matou milhões de cristãos por ser anticristão. Esse é um fato. Qualquer tentativa de negá-lo não passará de no mínimo auto engano e no máximo pura fraude.

Os ataques do marxismo não são exclusivamente contra o cristianismo, porém, na prática, ele fez dos cristãos o principal alvo de seu ódio. “O nazismo odiava o Deus de Abraão; o comunismo odiava todo tipo de deus, principalmente aquele Deus”, escreveu Alain Besançon. Por ter nascido no seio do cristianismo e por ter se propagado em países onde este era maioria, os cristãos do mundo inteiro foram vítimas dessa ideologia. Não houve na história um único país que tenha adotado o marxismo e não tenha, de alguma forma, perseguido a Igreja.

“Mas o comunismo quer abolir estas verdades eternas, quer abolir a religião e a, moral, em lugar de lhes dar uma nova forma e isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior.[1]”

Quando Marx escreveu isso em 1848 no famigerado Manifesto Comunista, abolir as verdades eternas e abolir a religião só poderia significar abolir a teologia e a prática cristã, pois essa era a religião de seu meio. Os mártires cristãos dos países comunistas nada mais foram do que fruto óbvio de suas intenções.

“Posso entender”, escreveu um pastor que passou anos sendo torturado por sua fé, “posso entender que os comunistas prendam padres e pastores como contra-revolucionários. Mas por que os padres foram forçados a dizer a missa sobre excrementos e urina, na prisão romena de Piteshti? Por que cristãos foram torturados para tomarem a comunhão com esses mesmos elementos? Por que a obscena zombaria da religião?” (Era Karl Marx um satanista?, p. 47). Sim, por quê? Simples, porque o marxismo é anticristão e seu alvo é destruir o cristianismo tão logo possa fazê-lo.

Deus, salvação, pecado, espírito eram conceitos negados por Marx e seus seguidores. Só existe a matéria e tudo o mais além disso eram invenções das classes dominantes para manter sua supremacia. Envenenado pelo ateísmo de seu tempo sua doutrina não se ateve apenas às questões políticas e econômicas. Para chegar a estas teve que formular uma concepção do mundo e da História que suplantasse o próprio Cristianismo e a história da salvação. Para Marx e Engels, sua teoria filosófica era superior a tudo o que houve antes. O cristianismo não passava de uma ilusão criada pelas condições econômicas, um inimigo a ser vencido.

O sistema marxista nunca co-existiu pacificamente com o Cristianismo. Ou ele tentou dominá-lo, ou destruí-lo, ou corrompê-lo. E assim o fez. Marx odiava o cristianismo, por que esperar que seus seguidores o tolerrassem?

Para Marx, de qualquer forma, a religião cristã é uma das mais imorais que existe (Karl Marx, Vida e Pensamento, David McLellan, Vozes, p. 54).

Como, pois conciliar cristianismo e marxismo? Qualquer cristão que tente fazê-lo logo mais sentirá seu ferrão. Andarão dois juntos se não estiverem de acordo? O objetivo é sempre estabelecer a sharia comunista, onde as ideias da esquerda destroem qualquer opinião contrária juntamente com seus opinantes.

Onde chegou o marxismo houve tentativa de destruir o cristianismo. Talvez um bom exemplo disso seja o que aconteceu na Rússia, onde prevalecia a Igreja Ortodoxa.

A Igreja Ortodoxa sofreu a mais longa  e a mais  intensa perseguição  de  que  lembra a História (..) a Rússia era cristã há um milênio. A Igreja foi dizimada, visto que a maior parte dos bispos e dos padres, juntamente com milhares de crentes, tomaram o caminho dos campos. [2]

E assim foi na China, na Coréia do Norte, no Camboja, em Cuba e onde quer que a ideologia marxista tenha chegado. Os mártires cristãos sob essa ideologia superam em muito todos os mártires de toda Era Cristã. Abaixo, um exemplo da China.

O holocausto silente, conhecido como Revolução Cultural [na China], havia invadido outro lar inocente. Cena semelhante se repetia há muitos  quilômetros ao sul, onde mais  de vinte funcionários  da  Associação Cristã de Moços e da Associação  Cristã de Moças foram forçados a ajoelhar-se perante um monte de bíblias em chamas. Enorme multidão presenciava o espetáculo. À  medida que as chamas  se  intensificavam e irradiavam o calor na direção das  vítimas, estas gritavam de dor excruciante. Atormentados por intensas queimaduras, muitos se suicidaram, atirando-se de altos edifícios. Eram estes os mesmos secretários e pastores progressistas que apoiaram a política  do governo  nos  anos  50, louvando o partido comunista por conseguir o que o Cristianismo não havia conseguido em cem anos.[3] [Grifo meu]

A igreja precisa se opor ao marxismo seja qual for o nome adotado por ele: socialismo, comunismo, progressismo. Precisa rejeitá-lo em qualquer área que ele queira se infiltrar: política, filosofia, história, sociologia, teologia, etc. Precisa falar contra, escrever contra, votar contra. Precisa combatê-lo como se combate qualquer heresia cristã. Ou antes, como uma das piores heresias cristãs, pois transformando o Estado em seu Leviatã oprime a tudo e a todos.

Mesmo que ele se apresente em uma forma amiga e agradável, não passará de Lúcifer transformado em anjo de luz. Seus frutos venenosos podem demorar a aparecer e podem ser antecedido pelas flores mais belas. Isso não diminuirá seu veneno e nem o seu poder destruidor como vemos hoje na Venezuela.

Não basta ele ser derrotado nas urnas. Precisa ser extirpado das cátedras, da cultura, das mentes. Não com sangue e força bruta, mas com inteligência e coragem daqueles que se proclamam cristãos.

Já deixamos o monstro crescer demais. Não somos inocentes. Sua força nasceu da conivência e da negligência dos cristãos. Alimentou-se da ganância e da inocência. E se lhe for permitido se imporá sem dó nem piedade sobre tudo o que é possível se impor, desde a política até a religião.

Derrotar o socialismo nas urnas é urgente. E é apenas o começo de uma grande batalha.

Notas:
[1] MARX, K. e  ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global Editora, 1986, p. 35

[2]  BESANÇON, Alain. Breve tratado de sovietologia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

[3] LAWRENCE, Carl. A Igreja  na China. São  Paulo: Vida, 1987, p. 25, 26

Fonte: MSM

Os Jesuítas (O Marxismo Dentro da Igreja) - Malachi Martin



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