Obra do pintor orientalista austríaco,
Ludwig Deutsch (1855 - 1935),
retratando um soldado de um dos
reinos da África moura.
Ludwig Deutsch (1855 - 1935),
retratando um soldado de um dos
reinos da África moura.
O
brasileiro médio jamais para para refletir a questão "por que negros foram
escravizados no intervalo de tempo entre os séculos XV e XIX?" e a lacuna
deixada pela inexistência dessa reflexão é ocupada na mente dessas pessoas por
uma gosma disforme de significados extraídos de discursos que não fazem
absolutamente nenhum sentido, mas são criados apenas para colocar seus
receptores em um estado emocional específico. Esse simulacro de raciocínio é
construído pela mídia impressa, pelas novelas da rede Globo, pelas instituições
ditas "de ensino", todas elas instâncias dominadas por esquerdistas
(aqui cabe lembrar que a mente é como um pedaço de terra fértil, se não for
jardinado todos os dias, se seu dono não fizer valer todos os dias seu direito
de escolha do que pode e do que não pode crescer em seu pedaço de terra,
rapidamente toda a extensão do terreno — e da mente — será ocupada
por erva daninha).
O pathos geral
aceito pela sociedade é que pessoas oriundas do continente africano foram
escravizadas no Brasil porque tinham a pele escura. O que é, obviamente, um
disparate completo. É muito fácil desmontar essa mendacidade, basta se reportar
à História anterior ao século XV. Durante milênios de registros históricos há
várias ocorrências de nações inteiras que foram escravizadas e A GRANDE MAIORIA
DELAS ERA COMPOSTA POR PESSOAS DE PELE BRANCA. Judeus brancos foram
escravizados por egípcios, "ucranianos" bárbaros foram escravizados
por romanos, gregos e persas escravizaram vários povos e todos eles eram
compostos de indivíduos de pele BRANCA. A própria História da humanidade é a
História de grupos humanos lutando para dominar ou se libertar do domínio de outros
grupos.
A ditadura do
politicamente correto, ao repetir o mantra "os negros foram vítimas da
escravidão", sem deixar claro, por exemplo, que a maioria dos negros que
foram tornados escravos foi escravizada por OUTROS NEGROS, trabalha para
estabelecer um consenso social no qual a consequência lógica de que, SE
"os negros" foram "vítimas", ENTÃO "os brancos"
foram os "algozes". Ninguém nunca vai ouvir o movimento negro ou a
mídia dizer "ALGUNS negros foram vítimas da escravidão, mas OUTROS TANTOS
lucraram com ela". Muito menos "se houve negros que foram
escravizados, quão maior não foi o número de brancos que foram IGUALMENTE
escravizados". A ideia é repetir o enunciado "os negros foram vítimas
da escravidão" até que as mentes se aprisionem em uma realidade paralela
na qual "negros são vítimas dos brancos, porque o fato de alguém ter a
pele negra o torna, automaticamente, inocente e bom, ao passo que possuir a
pele branca é motivo para tornar alguém pervertido e mau".
Esse tipo de
"raciocínio", além de ser pernicioso em si mesmo, principalmente por
se basear em falseamentos da realidade, induz a outros erros de raciocínio, ao
tomar como pressuposto uma mentalidade COLETIVISTA. Para ficar mais claro o que
estou afirmando nesse ponto, usarei um dos comentários que foram feitos ao lado
da imagem publicada na página para abordar a questão da escravidão. Um cidadão,
cuja massa encefálica foi visivelmente liquefeita pelo sócio construtivismo, se
utilizando de ironia barata, escreveu: "Tão bonzinho o homem branco".
Percebam que tal comentário é exatamente a materialização de todos os processos
que foram descritos até aqui. Uma colocação desse tipo, obviamente, não faz
nenhum sentido (nem mesmo o sentido que seu autor imagina estar emitindo), uma
vez que o coletivo "homem branco" não pode ser nem
"bonzinho" nem "mauzinho", exatamente porque é composto de
uma infinidade de INDIVÍDUOS, entre os quais alguns são bons e outros são
maus.
De uma forma ou de
outra, não há nenhuma relação de continuidade entre a fibra moral de um
individuo e a cor de sua pele. Essa relação é apenas uma mera falácia
espertamente construída por intelectuais orgânicos, para fazer a massa
ignorante aceitar a agenda esquerdista. Além disso, antes que alguém se permita
fazer um julgamento moral tão infeliz, é preciso compreender que a ideia de
"humanidade", como a instância superior que abarca TODOS os grupos
humanos é relativamente recente. Ideias como a de que um ser humano possui
determinados direitos apenas por ser um ser humano são mais recentes ainda. Se
nos livrarmos da mentalidade moderna e olharmos para a História entendendo as
vicissitudes que assombravam os homens de épocas anteriores, poderemos
compreender que, em um mundo primitivo, sem as instâncias sociais das quais
gozamos hoje (e sem o desenvolvimentismo da política internacionalista
moderna), o ato de escravizar chegava a ser uma necessidade de sobrevivência de
cada grupo. Uma vez que se o grupo não fosse capaz de impor sua estrutura de
poder ao grupo com que ele se relacionava, com certeza sofreria a imposição da
estrutura de poder dele.
Nesse contexto, ao
longo do primeiro milênio de nossa época, o cristianismo estabeleceu uma
espécie de "cimento cultural" que, de certa forma, pacificou a
Europa. Como todos os grupos oriundos do continente europeu partilhavam o
lastro de sua própria cultura (a religião cristã), a compreensão que esses
grupos tinham por "nós" se expandiu para comportar os grupos
imediatamente próximos a eles. Não que as guerras tivessem cessado de uma hora
para outra, mas a criação de determinadas estruturas sociais fez com que não
mais fizesse sentido que um cidadão de uma cultura cristã escravizasse o
cidadão de outra cultura igualmente cristã. Dito de outra fora, em dado
momento, o entendimento que os povos europeus tinha da ideia de "nós"
que antes significava "nós que pertencemos a uma tribo de 1.000
indivíduos" se expandiu até alcançar o tamanho de "nós que somos
europeus cristãos". Os habitantes do resto do mundo ainda eram os
"eles", ainda não era reconhecidos pela cultura dominante como
"semelhantes em humanidade".
Assim, desde o fim
do Império Romano que a prática da escravidão havia entrado gradualmente em
desuso na Europa. Mas, ao alcançar a África subsaariana, os europeus
encontraram um continente no qual o cristianismo não havia penetrado, ou seja,
no qual as tribos guerreavam entre si e se escravizavam umas às outras. No que
diz respeito ao que hoje nós chamamos de "Direitos Humanos", a África
estava culturalmente atrasada milênios em relação à Europa. Como a concepção de
"nós" do europeu não abarcava os povos não-cristãos e como esses
povos se escravizavam uns aos outros, então pareceu perfeitamente cabível à
maioria dos europeus que eles poderiam lançar mão da instância "escravidão
humana" (que, de uma forma ou de outra, já estava sendo praticada no
continente africano) para servir a seus próprios interesses.
A compreensão dos
processos acima descritos faz cair por terra a outra coluna de sustentação da
mentalidade mantida pelo brasileiro médio sobre a questão da "negritude,
escravidão e racismo", que é a ideia de que o povos africanos foram
escravizados porque possuíam a pele negra. NÃO HÁ NENHUMA relação de
continuidade entre o fato desses povos terem a pele negra como fato deles terem
sido escravizados pelos povos de pele branca. É trivial e fortuita a condição
de que povos de diferentes continentes tenham cores de pele diferentes. Os
motivos que levaram os europeus a escravizarem os africanos foram:
01) O estado de
desenvolvimento da mentalidade dos povos europeus, na época, não os fazia
reconhecer povos não cristãos como "nós" (e não há nenhum problema
nisso, uma vez que se observarmos globalmente, podemos perceber que todos os
outros grupos humanos tinham seu próprio conceito de "nós" e todos
eles eram ainda mais restritos do que o conceito alcançado pelo europeu do
século XV).
02) Os povos
asiáticos eram culturalmente e tecnologicamente tão desenvolvidos quanto os
europeus, o que obrigou os europeus a respeitá-los em um grau que a primitividade
tecnológica dos africanos e americanos não permitiu. Sobretudo no que diz
respeito aos africanos (com a exceção do norte da África, que tinha sido
aculturado pelos muçulmanos) as línguas ao redor das quais seus grupos humanos
se organizavam eram ÁGRAFAS, ou seja, eram línguas sem escrita. A escrita é a
condição necessária para que haja desenvolvimento tecnológico. É a escrita que
permite que haja acumulo de conhecimento pelo processo do legado
civilizacional. Embora houvesse na África subsaariana impérios capazes de gerar
até mesmos concentrações populacionais relativamente volumosas ("cidades
grandes" — como é o caso, por exemplo, do Mali e do Dahomé), a cultura
desses impérios era primitiva, eles não possuíam literatura, nem filosofia, e
tecnologia menos ainda. Eram impérios erguidos em cima de culturas tribais que
vivam no "tempo circular da oralidade". O europeu, de forma
completamente compreensível, via o homem proveniente de tais culturas como
inferior. Portanto, porque não se aproveitar do trabalho mecânico deles, da
mesma forma como se aproveitavam da força mecânica do gado que gira o moinho?
(lembre-se que as travas que nos impedem de fazer isso hoje simplesmente não
existiam na mente dos europeus, portanto não se trata de uma discussão moral, já
que os parâmetros morais com os quais atualmente julgamos a instância
"escravidão" ainda não tinham sido desenvolvidos).
Há casos de um ou
outro japonês que, na época, tenha sido trazido, por europeus, para a América,
como escravos, mas o próprio grau do desenvolvimento cultural e tecnológico
desses povos impedia que o número de indivíduos escravizados oriundos dessas
culturas fosse comparável ao número de africanos. Portanto, se os africanos
foram escravizados, tal processo não foi induzido pela cor de sua pele. Se os
africanos foram escravizados em massa por europeus o motivo pelo qual isso
aconteceu foi o mesmo motivo que provocou a escravidão de TODOS os povos que
foram escravizados na História da humanidade: o povo escravizado era
culturalmente, tecnologicamente e/ou militarmente INFERIOR ao povo
escravizador.
O que é e como
surge o racismo
Feitos os
esclarecimentos acima, finalmente podemos ter mais clareza sobre uma questão
que é uma das mais deturpadas pela burrice que reina absoluta nas caixas
cranianas dos brasileiros, o chamado "racismo". Segundo a versão
vendida a granel nas novelas da rede Globo o racismo é uma espécie de
deformidade moral causada pela maldade subjacente ao ser humano de pele branca
e da qual as únicas vítimas são os seres humanos de pele negra, os quais
possuem uma bondade inerente que lhes impossibilita de praticar qualquer tipo
de discriminação baseada na cor da pele, mas apenas estão sujeitos a sofrer
esse tipo de discriminação. Afora o caráter maniqueista dessa falácia, trata-se
de um raciocínio fruto de confusão e que causa mais confusão ainda. Para sermos
capazes de desatar tal nó, precisamos antes entender o que é
"discriminação" e o que é "preconceito".
01) Discriminação é
a ação de diferenciar. A discriminação nasce da capacidade que o ser humano tem
de fazer ESCOLHAS. Uma pessoa que, na hora do almoço, opte por não se servir de
churrasco, mas coloque no prato um pedaço de tofu praticou a DISCRIMINAÇÃO
contra o churrasco. Discriminar não é uma atitude imoral, pelo contrário, é uma
atitude inerente ao ser humano. Durante o curso de nossas vidas, estamos
constantemente discriminando, inclusive pessoas. Afinal, é humanamente
impossível nos relacionar com TODAS as pessoas do planeta, então nós escolhemos
algumas pessoas com as quais nos relacionaremos (as que ficaram de fora dessa
escolha foram discriminadas) e mesmo dentro desse grupo, nossa atenção é
repartida de forma desigual. Algumas pessoa pelas quais guardamos maior
predileção recebem mais atenção e outras menos, na proporção direta dos nossos
valores, daquilo que consideramos importante ou daquilo que nos agrada (isso
também é discriminar). A palavra discriminação foi tão martelada pela mídia nos
últimos anos que ganhou uma conotação pejorativa, mas conforme pode compreender
quem entendeu a explicação acima não há nada de errado em discriminar.
02) Preconceito é o
conceito que temos sobre determinado objeto, fato ou situação de forma prévia
ao momento em que experimentamos esse objeto, fato ou situação. Todos nós temos
preconceitos e, sem eles, a vida seria simplesmente impossível. Alguém que
nunca tenha experimentado comer peixe cru pode ter uma reação de ojeriza ao
mero pensamento de fazê-lo, sem nem mesmo ser capaz de imaginar o gosto que tem
a iguaria e, portanto, sem de fato saber se esse gosto agrada ou não ao seu
paladar. Essa é uma reação de preconceito. Cada ser humano tem seu próprio
limite em relação a experimentar o novo e esse limite tende a ser mais restrito
à medida que envelhecemos. Aquilo que não experimentamos enquanto novos vai se
tornando cada vez mais difícil que experimentemos enquanto vamos avançando nos
anos. Os preconceitos são gerados a partir de experiências que nossa estrutura
psicológica considera "semelhantes" à experiência sobre a qual
estabelecemos um conceito prévio ou por determinadas ideias com as quais
entramos em contato e que as acatamos como justas, pertinentes ou verdadeiras.
Sobre o preconceito gerado por experiência semelhante, podemos dar o exemplo da
situação em que um indivíduo não queira viajar para o Mato Grosso. Em dado
momento da vida dele, ele esteve em uma cidade desse estado, foi destratado e
ele acredita que a situação vai se repetir se ele retornar lá. Assim, com base
em uma experiência passada, ele diz "mato-grossenses são
mal-educados". Percebam que a experiência humana não é capaz de reagir de
forma independente a cada uma dos elementos do conjunto
"mato-grossenses", até porque nenhum ser humano é capaz de conferir
por si só o grau de educação de cada mato-grossense que existe. Assim, resta se
reportar à experiência passada e extrair dela o pathos geral que será
atribuído às possíveis ocorrências futuras da mesma experiência. Da mesma forma
que a palavra "discriminar" a palavra "preconceito" sofreu
todo tipo de deturpação semiótica, não há nada de errado com aquilo à qual ela
se refere e, na verdade, a vida seria inviabilizada se só pudêssemos formular
conceitos à posteriori.
Os mecanismos
envolvidos na ação de discriminar e os "conceitos prévios" (pré-conceitos)
são a base do chamado "racismo". Racismo é a ação de discriminar
alguém com base no critério de raça. Embora a lei escrita afirme que o racismo
é proibido, de fato o que é proibido é a "comunicação do racismo". É
simplesmente IMPOSSÍVEL impedir que as pessoas se baseiem no critério de raça
para estabelecer suas escolhas pessoais, porque não somos capazes de saber em
qual critério alguém se baseou para estabelecer uma repulsa a um objeto, fato,
circunstância ou outra pessoa. Alguém pode considerar que pessoas negras são
feias e passar a vida toda sem namorar com nenhum negro (o PT ainda não criou
uma lei que obrigue que cada brasileiro destine uma percentagem do número de
relacionamentos que ele teve na vida para ser preenchida por relacionamentos
com pessoas negras, embora eu não devesse estar apontando essa lacuna aqui,
para não dar a ideia). Alguém que não se sinta atraído por pessoas de uma
determinada cor da pele e, por conta disso, não estabeleça enlaces amorosos com
pessoas desse tipo está, de fato, praticando o racismo, mas é um tipo de
prática de racismo que (sem a lei imaginada acima) simplesmente não pode ser
punido. Contudo, se essa pessoa confessasse esse "movimento interno de sua
alma" (que considera que pessoas de determinada cor de pele não são
atraentes) em um texto impresso em um jornal de grande circulação, com certeza
receberia algum tipo de punição do Estado. Da mesma forma, um gerente de R.H.
poderia tranquilamente não contratar alguém com base na própria aversão por
pessoas negras, desde que esse motivo não fosse comunicado e ficasse restrito
ao seu mundo interno, ou compartilhado apenas com pessoas de sua confiança. Se
esse gerente de R.H., no entanto, for responsável por uma equipe maior do que
10 pessoas, e não tiver nenhum negro na equipe, nesse caso correira o risco de
ser acusado por algum movimento negro de "discriminação", pois o
movimento alegaria que o fato da composição étnica da equipe de trabalho não
refletir a proporção da composição étnica da população brasileira não é fruto
do acaso, mas sim fruto do racismo de quem realiza o processo de seleção.
Aqui, entramos no cerne da questão do
racismo: por que alguém haveria de não gostar de negros? De onde nasceria a
"concepção prévia" (preconceito), existente na cabeça de um gerente
de R.H., que o levasse a acreditar que uma pessoa negra não possua habilidades
tão bem desenvolvidas quanto uma pessoa branca? Esse preconceito tem origem no
mesmo ponto que origina TODOS os preconceitos que existem no mundo: as experiências
anteriores, mas no caso do preconceito contra negros há alguns pormenores.
Vamos esclarecê-los:
Em todos os lugares do mundo há
preconceito contra imigrantes. Em geral, os grupos que já estavam em
determinada localidade tendem a torcer o nariz para os grupos que chegam
depois. Isso acontece porque uma pessoa não deixa a localidade na qual estão
suas raízes, a não ser que esteja passando por dificuldades. A título de
ilustração, vamos estudar o preconceito de sulistas contra nordestinos. A
parcela da população nordestina que deixa o nordeste e migra para o sul é, por
definição, aquela que está fragilizada, em situação de miséria. A elite da
sociedade do nordeste está bem instalada e protegida, raramente deixará seu
local de origem para morar no sul.
Assim, toda vez que um sulista vê um
imigrante nordestino, ele vê alguém que, necessariamente, pertence ao grupo dos
menos instruídos, menos cultos, menos educados dos nordestinos. A repetição
dessa experiência leva a mente dos sulistas (aqueles que sejam tacanhos o
suficiente para desconhecer a vasta colaboração que muitos nordestinos deram
para a cultura do país) a associar o próprio sotaque do nordeste à falta de
cultura, de instrução e de escolaridade (esses sulistas, ignorantes a seu
próprio modo, simplesmente desconhecem que há milhares de pessoas no nordeste
que falam com o sotaque típico da região E concordam o número do artigo com o
plural do substantivo). Esse é, em linhas gerais, o processo de onde nasce
o preconceito contra imigrantes. Dependendo da situação inicial, esse tipo de
preconceito pode sobreviver por décadas ou até mesmo séculos dentro de uma
cultura. E é um processo tão poderoso que não respeita a condição econômica.
Para ilustrar isso, podemos citar o preconceito que a família Kennedy, apesar
de riquíssima, sofria dentro da sociedade americana, por conta de sua origem
irlandesa. Como havia (embora tenha enfraquecido, ainda há) um forte
preconceito na sociedade americana (em sua maioria protestante) contra os
irlandeses (católicos), mesmo detendo o poder econômico, os integrantes da
família Kennedy não conseguiam adentrar determinados grupos sociais. (Espero
que o leitor já tenha se dado conta de que todos os sofrimentos vendidos pelo
mimimi do movimento negro como fruto da perseguição de brancos contra negros,
na verdade, acometem muito democraticamente a diversos grupos humanos e não
respeitam nem cor de pele, nem situação econômica).
No caso dos negros, eles não vieram
para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas foram obrigados por instâncias
de poder superior. O mero fato de, na qualidade de imigrantes (forçados, que
seja), não dominarem a língua local e outros aspectos culturais, é suficiente
para gerar um processo de discriminação e preconceito nos moldes do que foi
explicado acima. Mas havia o agravante de que a grande maioria dos negros que
aqui aportavam eram oriundos (conforme já foi dito) de sociedades que, de fato,
eram culturalmente e tecnologicamente muito inferiores à sociedade brasileira.
Aqui cabe um parentese para abordar o preconceito que havia entre os próprios
negros. Como o norte da África foi invadido pelos muçulmanos, as sociedades
dessa localidade receberam uma injeção muito grande de cultura e tecnologia
proveniente do legado civilizacional mouro. Muitos negros oriundos do norte da
África detinham conhecimentos como por exemplo matemática, de agrimensura,
técnicas avançadas de plantio etc. Além disso, tinham uma facilidade maior para
aprender o português. Esses eram chamados de "negros malês" e costumavam
custar mais de cinco vezes o preço de um escravo "normal". Como
custavam muito caro, eram tratados a pão-de-ló. Não dormiam na senzala, mas sim
na casa grande e, de uma maneira geral (até porque aprendiam português mais
rápido do que os outros negros) tinham mais proximidade com a família do dono
das terras (tomando as fazendas como unidades de produção, os negros malês
ocupavam cargos que hoje seriam chamados de "gerentes"). Esses
negros, cientes de sua superioridade cultural em relação aos negros ignorantes
(a grande maioria saídos do subsolo das pirâmides sociais das tribos e reinos
da África), costumavam praticar a discriminação contra os outros negros (isso
mostra o quanto a prática da discriminação é natural do ser humano e não
depende necessariamente de cor de pele). Ao mesmo tempo, era muito comum que os
integrantes do topo das pirâmides sociais de certos reinos africanos viessem
para o Brasil para estudar. Eram nobres e reis africanos que aqui eram tratados
com toda reverência pela população local branca, a qual lhes atribuía o
prestígio compatível com a posição social que eles ocupavam em sua terra natal.
No entanto, o grau de alienação
imposto pela repetição dos mantras do politicamente correto é tão grande, que
as pessoas passam a se basear em situações que não existem em nenhum lugar fora
da cabeça delas para fazer inferências sobre a realidade atual. Por exemplo,
certa feita eu estava em uma palestra sobre "negritude", cujo
palestrantes era desses negros militontos (que usam camisa com motivos gráficos
de uma cultura africana idealizada por brancos) e, com muita ênfase e
dispêndio de energia, ele bradava que a opção do Ministério da Educação de
cobrar as línguas inglesa e espanhola como segunda língua do vestibular era
fruto de um plano maquiavélico da elite branca para prejudicar os negros. Ele
dizia ainda que os negros deveriam lutar para que tivessem a opção de serem
cobrados, no lugar do inglês e espanhol, conhecimentos de iorubá (esse é o nome
de um dos mais importantes dialetos que eram falados na África subsaariana
quando do período da escravidão). Afora o evidente devaneio de que hoje há uma
quantidade significativa de negros brasileiros capazes de se expressar em
iorubá (situação que só existe na cabeça dele), eu tive que interromper a
palestra para pedir que ele citasse somente UM ÚNICO livro de importância para
a cultura mundial que tivesse sido escrito em iorubá, e do qual os negros
seriam privados se não conhecessem tal idioma (dialeto). Diante da pergunta, o
militonto gaguejou, balbuciou, fez cara de paisagem e mudou de assunto. Claro,
nenhum livro (nem importante, nem desimportante) jamais foi escrito em iorubá,
pelo simples motivo de que o iorubá era uma língua ÁGRAFA (mais tarde, o iorubá
ganhou um sistema de notações gráficas baseado nos caracteres latinos herdado
dos europeus. Mas o iorubá moderno, falado na Nigéria, no Tongo e no Benin é
completamente diferente da língua falada pelos negros que vieram para o Brasil,
que era a proposta defendida pelo militante). Esse episódio é muito ilustrativo
do grau de devaneio da militância do movimento negro que coloca sua ideologia
negrista acima da própria realdade factual.
Para finalizar, acredito que o que
foi dito até aqui é suficiente pelo menos para começar a quebrar o gelo da
mentalidade idiotizada construída pela desinformação e pelos agentes da agenda
politicamente correta. Como se vê, a realidade é um milhão de vezes mais
complexa do que a simplificação repetida ad nauseam pelo movimento negro e outros braços
da esquerda, com o objetivo de colocar o povão ignorante em um transe hipnótico
o qual eles possam explorar para alcançar poder político. Quando se entende
como funciona o mecanismo que gera o racismo fica fácil notar que a ÚNICA
atitude que se pode ter para que ele diminua é IGNORÁ-LO. Pessoas inteligentes, independente de cor da pele,
percebem isso muito rápido. Acontece que a proposta de ignorar o racismo não
pode ser aproveitada para gerar dividendos políticos. Assim, devemos nos
preparar e manter sempre à mão uma cartela de Engov para tomarmos quando surgir
à nossa frente um militante da ideologia negrista, defendendo agora não mais as
cotas para negros, mas a reparação de uma dívida histórica inexistente através
do lecionamento obrigatório na rede de ensino nacional do irorubá.
Fonte: Meu Professor de História Mentiu Pra
Mim - texto: 24 de novembro de 2013
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