Jean François Revel é
professor de filosofia e membro da Academia Francesa de Letras. Desde 1987
alerta a França sobre os riscos do terrorismo e as ameaças à democracia. Em A
Grande Parada estuda a sobrevivência da utopia socialista, mesmo depois de ser
dado como morta com a queda do muro de Berlin.
O liberalismo não é uma
ideologia, o sinal oposto do socialismo. Quando Adam Smith escreveu A Riqueza
das Nações não estava propondo um modelo social, mas tentando descobrir o que
as experiências de sucesso tinham em comum. O liberalismo democrático não se
propõe a ser um modelo de sociedade, mas simplesmente um conjunto de práticas
de sucesso. O socialista não consegue conceber que o capitalismo não é um
sistema, mas um conjunto de prática baseadas na liberdade.Trata-se de uma
anti-ideologia.
O livro trata da recusa
da esquerda em aceitar que a ideologia comunista foi responsável por milhões de
mortes em todo o mundo. Revel não aceita a distinção do socialismo real do
socialismo utópico. Argumenta que o regime comunista soviético seguiu
exatamente o que pregava o marxismo-leninismo, que o regime é criminoso em sua
própria essência.
Faz um ataque feroz ao
totalitalismo, e questiona por que o totalitarismo soviético não recebeu da
intelectualidade européia o mesmo tratamento do nazismo. Aponta as muitas
semelhanças entre as duas ideolgias e fica claro que Hitler se inspirou nas
obras de Marx e Lenin para montar seu modelo de estado. O nazismo nunca negou
sua vocação anti-democrática. Hitler achava a democracia um erro e tratou de
sepultá-la na Alemanha, semelhante aos comunistas russos afirmavam ser a
democracia um conceito burguês a ser extirpado da União Soviética.
Disseca também o
virulento ataque à obra O Livro Negro do Comunismo que, à partir do estudo
sistemático dos arquivos soviéticos levados a publico após o fim da cortina de
ferro, estabeleceu com números o tamanho dos crimes cometidos. Segundo Revel,
os socialistas recusam-se a aceitar que foram cúmplices de alguns dos maiores
crimes da história humana.
Critica de forma
veemente a concentração do poder econômico na mão do Estado e a rede de
proteção social incompatível com seu tamanho. Cita a França como exemplo de
suas principais conseqüências: a estagnação e o desemprego. Apresenta como os
dois grandes motivos para a sensação de conforto em pertencer a um grande
aparato estatal dois temores que existem em cada um de nós: o medo da
concorrência e o medo da responsabilidade.
"A grande arte econômica consiste um obter do
poder público que ele saqueie meu vizinho em meu próprio benefício, se possível
sem que ele fique sabendo para quem vai o dinheiro que lhe foi roubado."
No capítulo denominado
Extrema Esquerda e Antiamericanismo faz um retrato francês que o leitor associa
com facilidade à realidade da América Latina. Quando exemplifica o discurso da
extrema esquerda em que "é preciso fazer com que os ricos paguem tudo, ou seja,
impedí-los de ganhar dinheiro; os jornalistas são, sem exceção, lacaios do
capital e do poder político" quase dá para escutar a voz da nossas
esquerdas ao sul do Equador.
Vale a máxima: os
Estados Unidos estão sempre errados. Lembra que na questão de Kosovo, os
americanos foram chamados pela União Européia para evitar o desastre de um
problema criado exclusivamente pelos próprios europeus. Não havia, neste caso,
nenhum interesse econômico americano na região. Pois a intervenção foi vista
como indevida. Caso tivessem recusado, seriam vistos como desprezo por não
intervir em um conflito pois envolvia apenas vidas humanas. Os americanos
sempre estarão errados, seja qual for a ação tomada.
O exemplo mais claro
foi o da unificação alemã. A Europa a viu com desconfiança, principalmente por
parte de Thatcher e Mitterrand. Foi George Bush, ao deixar claro aos
beligerantes russos que ameaçavam Gorbatchev que não admitiria a repetição da
primavera de Praga, quem deu sustentação política ao chanceler alemão, Helmut
Kohl. Não foi por acaso que em 9 de novembro de 1999, na cerimônia de
comemoração do décimo aniversário da queda do Muro de Berlin "os únicos
heróis do dia tenham sido Helmut Kohl, Mikail Gorbatchev e George Bush".
Revel faz um retrato
atual da operação em curso de intelectuais e boa parte da mídia em mascarar os
efeitos nocivos do socialismo e defender a utopia como uma etapa superior da
humanidade. É um testamento que uma ideologia tem a incrível capacidade de
resistir à verdade dos fatos e essa resiliência é uma das fontes de sua força.
Fonte: Caminhada filosófica
Todos da Direita precisam ler este livro... Por que da Esquerda não?!... Para ter a resposta, leia Political Ponerology, no BR, Ponerologia: Psicopatas no Poder.
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