O ambientalismo
que se apresenta simpaticamente como apenas "verde" pode mudar
radicalmente a vida dos brasileiros.
Pode até nos
jogar numa imensa desgraça sem que nós as vítimas, tenhamos previamente uma
ideia do que estava vindo preparando.
Nesse caso que desejamos evitar a sociedade atual será vista no futuro como a despreocupada tripulação do Titanic na hora em que o iceberg estava na iminência de atingi-lo.
Nesse caso que desejamos evitar a sociedade atual será vista no futuro como a despreocupada tripulação do Titanic na hora em que o iceberg estava na iminência de atingi-lo.
O livro de Anna Bramwell “Ecology In The 20th Century, A History”, (A
ecologia no século XX – Uma história”, publicado pela prestigiosa
editora universitária Yale University Press, nos forneceu precisos elementos
que queremos levar ao alcance de nossos leitores.
A história
começa no século XIX num contexto cultural tão diverso do nosso.
Através de um
percurso que pode parecer surpreendente conduz aos aspectos mais ocultos e
insuspeitáveis pré-II Guerra Mundial.
E, no pós-guerra
através do movimento hippie e congêneres nos joga no fulcro do grande debate do
III milênio.
1880-1945: Origem do termo
A palavra
ecologia foi usada pela primeira vez por Ernst Haeckel (1834-1919) em sua
Morphologie Générelle, publicada em 1866. O papel de Haeckel na história da
ecologia é ao mesmo tempo importante e ambíguo.
A influência
política de Haeckel foi enorme através da Liga Monista, que congregava
proeminentes reformadores, agitadores políticos e cientistas.
Haeckel era um
ateu republicano, radical adorador da natureza.
Apresentou uma
alternativa que era ao mesmo tempo um programa, uma evidência científica e
uma sabedoria religiosa. Criou a raiz científica e biológica do movimento
ecológico atual.
Haeckel via o
universo como um organismo unificado e equilibrado, todo ele feito do mesmo
material. Defendia a doutrina monista de que tudo é matéria ou tudo é espírito.
Acreditava que
o homem e o animal têm a mesma situação moral e natural. Pregava a
doutrina de que a natureza é a fonte da verdade e mestra sábia para a conduta
do homem durante a vida.
E que a
sociedade humana devia ser reorganizada de acordo com regras estabelecidas pelo
mundo natural.
Ele definia
o monismo como sendo “um espírito em todas as coisas”.
Rejeitava a distinção entre a esfera natural e a espiritual.
Pensava que os
animais deviam ser considerados iguais ao homem. Neles se poderia discernir
os primeiros começos da razão e da conduta ética.
Defendia que o
homem havia cometido um erro ao se isolar do mundo natural, em seu esforço de
preservar as regras sociais, a família e a sociedade.
A
extraordinária influência de Haeckel pode ser atribuída a seu apelo quase
religioso à natureza e ao incipiente panteísmo de suas crenças.
Elas pregavam o
retorno a uma natureza impregnada de Deus, banida outrora do norte pelo
Cristianismo.
A lei natural
tomou o lugar de Deus, de tal modo que as leis naturais devem tornar-se
conhecidas para que os homens as obedeçam e possam progredir.
O novo
panteísmo tem uma natureza dominadora em seu cerne, natureza que deve
educar e guiar o homem nas vias do progresso.
Num próximo post continuaremos estes excertos da obra
citada: Anna Bramwell , “Ecology In The 20th Century, A History”,
Yale University Press, New Haven, Ct., and London, 1989.
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