O verdadeiro liberalismo
Se essa ideia soa radical e até mesmo maluca hoje, ela era comum
entre os pensadores dos séculos XVII e XVIII, dentre eles John Locke e Thomas
Jefferson. A marca distintiva dessa teoria política é a de que a
liberdade é um direito natural. Ela antecede a política e antecede o
estado. O direito natural à liberdade não precisa ser concedido ou
ganhado ou outorgado. Ele deve apenas ser reconhecido como um fato.
É algo que existe naturalmente na ausência de um esforço sistemático para
aboli-lo. O papel do governo não é nem o de conceder direitos, nem o de
oferecer a eles algum tipo de permissão para existir, mas simplesmente se
restringir de violá-los.
A tradição liberal do século XVIII em diante percebeu que era o
governo a entidade que praticava os mais sistemáticos esforços para roubar as
pessoas de seus direitos naturais — o direito à vida, à liberdade e à
propriedade —, e é por isso que um estado deve existir apenas se tiver a
expressa permissão de todos os membros de uma sociedade, estando limitado a
realizar apenas aquelas tarefas que toda a população julgar essenciais. Era com relação a essa agenda que todo o
movimento liberal estava comprometido.
Os liberais não estavam lutando para que certos direitos fossem
dados ou impostos sobre as pessoas. Não
se tratava de uma forma positiva de liberdade, a ser imposta sobre a
sociedade. Tratava-se de algo não
positivo, mas sim negativo, no sentido de que delineava aquilo que não deveria
ser feito. Os liberais queriam acabar
com a opressão, arrebentar os grilhões, livrar-se do jugo do estado, libertar
as pessoas. O objetivo era acabar com o
domínio do estado e iniciar uma governança feita pelas pessoas, as quais eram
as únicas que deveriam controlar suas associações privadas e voluntárias. A sociedade não precisa de qualquer tipo de
gerenciamento social. A sociedade se
mantém coesa não pelo estado, mas sim pelas ações diárias e cooperativas de
seus membros.
A nação não precisa de um ditador, nem de um presidente, e nem
de atos de boa vontade para impor as bênçãos da liberdade. Essas bênçãos advêm da própria liberdade em
si, a qual, como escreveu Benjamin Tucker, é a mãe da ordem, e não sua
filha. Lew Rockwell
A sociedade não precisa de dirigentes - Lew Rockwell
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