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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental - Thomas E. Woods Jr.

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Cavaleiros Templários: Os Monges da Guerra

Quem eram os Cavaleiros Templários?

A ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada por Hugh de Payens, um nobre francês da região de Champagne, junto com oito de seus companheiros, em Jerusalém por volta de 1119.
Trabalhos de arte de um cavaleiro templário que usa mala postal, capacete e uma túnica branca com um emblema de cruz vermelha e empunhando uma espada e escudo Foto: GETTY

Por Nick Squires

Eles originalmente consistiam em um grupo de cavaleiros que protegia os peregrinos cristãos viajando para a Terra Santa contra o ataque de bandidos e piratas sarracenos, depois que os cruzados capturaram Jerusalém em 1099.

O nome completo da ordem era o "Pobre Companheiro - Soldados de Cristo e do Templo de Salomão".

Eles receberam quartos ao lado do templo e adotaram seu uniforme distintivo - túnicas brancas com uma cruz vermelha sangrenta de oito pontas.

Em 1129, eles fizeram votos monásticos de pobreza, castidade e obediência e comprometeram-se a morrer por sua fé.

Eles foram gradualmente transformados em uma ordem cavalheiresca de monges guerreiras que lutaram com distinção nas Cruzadas.

Os herdeiros dos Cavaleiros Templários exigem desculpas do Vaticano 17 de junho de 2011

Três ordens cavalheiresis mais famosas 17 jun 2011

Graças às generosas doações que receberam dos reis, dos senhores feudais e da Igreja, acumularam território e propriedade em toda a Europa.

Eles receberam privilégios especiais pelo Vaticano - em 1139, o Inocente II os dispensou da jurisdição eclesial e eclesiástica.

Eles podem até ter venerado secretamente e guardado o Sudário de Turim por 100 anos após o fim das Cruzadas, disseram pesquisadores do Vaticano há dois anos.

A Dra. Barbara Frale, historiadora dos Arquivos Secretos do Vaticano, disse que o Sudário - disse que era o pano em que Cristo foi enterrado após sua crucificação - desapareceu durante o saque de Constantinopla em 1204 durante a Quarta Cruzada e não voltou a aparecer até o meio do século XIV.

Ela encontrou um documento em que um jovem francês que se tornou um Templário em 1287 disse que, como parte de sua iniciação, mostraram-lhe "um longo pano de linho sobre o qual estava impressionado a figura de um homem" e que lhe pediram que venerasse a imagem beijando seus pés três vezes.

Depois de terem sido dissolvidos no século 14, os Cavaleiros Templários foram revividos como um movimento em Paris em 1804, adotando o título O Grande Priorado do Ordo Supremus Militaris Templi Hierosolymitani, comumente chamado Knights Templar International.

Com o objetivo de realizar obras de caridade além de fazer pesquisas históricas e proteger sites cristãos na Terra Santa, através de meios diplomáticos e não militares.

Este Priorado é reconhecido como uma organização não governamental com status consultivo especial pelas Nações Unidas.

Os Templários agora têm representantes em todo o mundo, incluindo cerca de 500 membros na Itália e uma filial na Inglaterra e no País de Gales, com sede em Hertfordshire.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Ocultismo, engano e perdição


Aleister Crowley
“Nada é tão escondido que não possa ser revelado através de seu fruto”, – Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, (1493 – 1541),suíço-alemão. Foi, alquimista, físico, astrólogo e ocultista.

“Mas nada há encoberto, que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser conhecido” (São Lucas 12,2).

Ocultismo (da palavra em latim occultus: “clandestino, escondido, secreto”) é “o conhecimento do oculto”. No uso comum da língua inglesa, oculto refere-se ao “conhecimento do paranormal”, em oposição ao “conhecimento do mensurável”, geralmente referido como ciência. O termo é por vezes entendido como conhecimento do que “destina-se apenas a certas pessoas” ou que “deve ser mantido escondido”, mas para a maioria dos praticantes ocultistas é simplesmente o estudo de uma realidade espiritual mais profunda que se estende além da razão pura e das ciências físicas. Os termos esotéricos e arcanos têm significados muito semelhantes, e os três termos são intercambiáveis.

A profundidade do ocultismo está conectada com a magia, feitiçaria, esoterismo  e misticismo. Dentro desse contexto, as Sociedades Secretas se alimentam com tais práticas.

Ocultismo é a principal ferramenta do reino das trevas para enganar com falso conhecimento, espiritualismo eclético, ganância pelo dinheiro, loucura de poder, luxúria desenfreada e perseguição contra a Igreja de Jesus Cristo. Tudo isso com a finalidade de fazer as almas se perder.

Os Maus Espíritos Segundo a Sagrada Escritura

A Sagrada Escritura ensina que além do mundo material visível existe um enorme e diversificado mundo espiritual. Este mundo é tão diferente do nosso e é mais rico que este que nós não estamos em condições de entendê-lo, nem sequer imaginá-lo de modo satisfatório. Apesar disso, o mundo espiritual se divide em duas diferentes esferas de existência que chegam a ser opostas. Uma tem o nome de Céu, que é o reino da Luz, onde Deus revela a Sua glória aos espíritos bem-aventurados. Ali habitam os anjos e as almas dos justos. Outra esfera é o Inferno, o reino das trevas e do suplício onde sofrem os demônios e as almas dos pecadores. Os demônios, assim como os Anjos não vieram à existência por si mesmos. São imateriais e  imortais. Muito antes da criação do nosso mundo material Deus criou o mundo espiritual e povoou-o de Anjos, – que eram seres racionais e bons. A eles Ele concedeu as faculdades da racionalidade, livre arbítrio e diversas aptidões, semelhantes às nossas, porém mais perfeitas.

Numa certa época, provavelmente ainda antes da criação do nosso mundo material, aconteceu uma tragédia no universo angélico. Uma parte dos anjos encabeçada por Lúcifer – um dos mais próximos a Deus saiu da obediência ao Criador e partiu para um motim. O Apóstolo São João descreve assim este acontecimento:

“Houve no céu uma grande batalha: Miguel e os seus Anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com seus anjos pelejava contra ele; porém estes não prevaleceram, nem o seu lugar se encontrou mais no céu. Foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama demônio e satanás, que seduz todo o mundo foi precipitado na terra e foram precipitados com ele os seus anjos” (Ap 12, 7-9).

Nosso Senhor Jesus Cristo só de passagem menciona este acontecimento com as palavras que Ele viu “satanás cair do céu como um raio” (Lc 10,18).

Os Apóstolos São Pedro e São Judas mencionam este fato em poucas palavras, apenas dizendo que alguns anjos não preservaram sua dignidade e abandonaram a moradia a eles destinada. Por isso foram presos na escuridão eterna aguardando o juízo final de Deus (2 Pd 2, 4; Judas 6).

Observação: A primeira impressão que o leitor deste texto pode ter é de que o confronto no mundo angélico ocorreu quando a Terra já existia. Considerando, porém que o livro da Revelação reúne vários acontecimentos numa só visão, ligando-os não pela sequência cronológica, mas em torno de uma ideia, pode-se pensar que o quadro apocalíptico mostra não o fato de que a Terra já tinha existido no tempo do afastamento do diabo de Deus, mas que a guerra que ele trava conosco na realidade começou no Céu. Aquela guerra ele perdeu como também perderá a atual, – quando o Senhor Jesus virá e o julgará.

Da comparação de várias passagens da Sagrada Escritura segue que a causa do desprendimento de Lúcifer foi o seu orgulho (Eclesiástico 10, 1; 1 Tm 3,16). O profeta Isaías, numa descrição colorida, o apresenta sob a imagem de soberbo déspota pagão:

“Como caíste do céu, ó astro brilhante, que, ao nascer do dia brilhavas? Como caíste por terra, tu, que ferias as nações? Que dizias no teu coração: subirei ao céu, estabelecerei o meu trono acima dos astros de Deus, sentar-me-ei sobre o monte da aliança (situado) aos lados do aquilão. Sobrepujarei a altura das nuvens, serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo foste precipitado no inferno, até ao mais profundo dos abismos” (Is 14,12-15).

Este quadro é completado pelo Profeta Ezequiel com a imagem do orgulhoso rei de Tiro:

“Tu (considerado) o selo da semelhança (de Deus) cheio de sabedoria e perfeito na beleza, tu vivias nas delícias do paraíso de Deus: o teu vestido estava ornado de toda a casta de pedras preciosas: o sárdio, o topázio, o jaspe a crisolita, a cornelina, o berilo, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro, tudo empregado em realçar a tua formosura; e os teus instrumentos músicos foram preparados no dia em que foste criado. Tu eras um querubim que estendia as asas e cobria (o trono de Deus) eu coloquei-te sobre o monte santo de Deus: tu caminhavas no meio das pedras (brilhantes) como o fogo. Tu eras perfeito nos teus caminhos desde o dia da tua criação, até que a iniquidade se achou em ti. Com a multiplicação do teu comércio encheram-se as tuas entranhas de iniquidade e caíste no pecado; eu lancei-te fora do monte de Deus e te exterminei, ó querubim, que cobrias (o trono) no meio das pedras como o fogo. O teu coração se elevou no teu esplendor; perdeste a tua sabedoria por causa do teu brilho por isso te lancei por terra e te expus diante da face dos reis para que eles te contemplassem” (Ez 28, 12-18).

Assim, um dos mais elevados anjos, portador da Luz Divina desprendeu-se por orgulho da Fonte e tornou-se o negrume e o propagador das trevas, da rebeldia  e das divisões. Querendo igualar-se a seu Criador, apropriar-se da Sua glória e poder, ele tão somente mostrou a sua nulidade e ingratidão. Já que ele é incapaz de oferecer algo de verdadeiro valor aos outros, fez da mentira a sua principal arma para desencaminhar. Assim, a mentira tornou-se a sua essência (Jo 8,44). Tudo o que ele diz, faz e promete – é mentira deslavada, se bem que às vezes é disfarçada habilmente para parecer verossímil. Pelo fato de ele sempre mentir, a Sagrada Escritura denominou-o “satanás”- palavra que em hebraico quer dizer “caluniador”, “adversário”. Na língua grega o equivalente é: “LXX: diabolos”; “Vulgata: diabolus”, diabo, “acusador”, “tentador”, (Mt 4, 1-11). Outros nomes atribuídos a ele são: serpente, dragão, belzebu, belial, príncipe das trevas, príncipe dos demônios, inimigo, príncipe deste mundo, inimigo do gênero humano, o pérfido, e outros semelhantes, indicando a crueldade e a perniciosidade da sua ação. Os anjos que o seguiram a Escritura chama de demônios, de impuros, imundos e de maus espíritos (Mt 12, 43-45; Mc 16, 17).

As Tentações do Ocultismo

“Ora, o Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns apostarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4, 1).

A exemplo da criança que estende suas mãos para a mãe, o ser humano por instinto dirige-se a Deus, sobretudo nos momentos difíceis da sua vida. Em Deus ele vê o seu Pai Celeste, o Qual deseja para ele o bem e pode fazer até o impossível. O Senhor Jesus Cristo prometeu: “Pedi, e vos será dado; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-a” (Mt 7,7). Uns pedem a cura para um mal físico, ajuda no trabalho, fortalecimento da família, o bem para os filhos. Já outros, a firmeza na fé, o dom da súplica compenetrada, forças para viver de maneira que leve à graça do Espírito Santo, – isto é, – cada um conforme seu nível espiritual. Deus aceita as súplicas de todos que com fé ardente e sincera recorrem a Ele.

Além de a prece trazer para nós a ajuda do bom Deus, ela é notável por contribuir para o crescimento interno do ser humano. Isto acontece porque a prece, longe de ser um monólogo, – é uma conversação, na qual o Senhor responde à alma e a ilumina pela graça do Espírito Santo. Clareando o mundo interior do homem, Deus o ensina a buscar não somente o que é material e temporal, mas, sobretudo o eterno, o que realmente é valioso. O homem que conversa através da oração com Deus, tem consciência de que Deus é o Altíssimo, Todo-Poderoso, Ser Supremo e pleno de amor, mas, também justo – ao Qual devemos temor. Não podemos pensar em manipulá-Lo como uma força cega. Ele é o Pai Que deve ser obedecido. Assim, a experiência pessoal da prece que vem em função das diversas necessidades, contribui para o aperfeiçoamento moral da pessoa e a leva para o bem sublime que é o Reino Celeste.

O oposto desta religiosidade sadia baseada na Fé e na obediência a Deus é a malsã da “espiritualidade tenebrosa do ocultismo”. Aqui, também encontra-se o elemento do sobrenatural e a busca por ajuda, porém, esta não é procurada junto ao Criador, mas, em espíritos desconhecidos e duvidosos ou então, apelando para forças imateriais misteriosas. Ao passo que a invocação de Deus desperta a consciência do homem e lhe dá um impulso para penar seus pecados e corrigir-se, – a prática do ocultismo, pelo contrário não impõe nenhuma obrigação de cunho moral: pegue e delicie-se! Nesta liberdade imaginária, que exclui a moralidade, reside aparentemente a principal atração do ocultismo. Mas, como veremos adiante, os espíritos do além não são de modo algum altruístas, e aquele que se valer de seus préstimos pagará muito caro por eles. No começo, porém tudo parece bom, fácil e simples.

O ocultismo é tão velho como a própria humanidade. Comer o fruto proibido foi à primeira tentativa do homem de adquirir conhecimentos e aptidões por meio oculto (Gênesis cap. 3). Feiticeiros, xamãs, invocadores dos mortos, etc… – existiram sempre. O marcante em nossa época, é a crescente popularização do ocultismo e o grande interesse por ele, como mostram várias pesquisas atuais idôneas. Um cientista da Universidade de Chicago que atua na área comparativa de religiões e do ocultismo, Mircea Eliade, faz esta observação no seu livro: “Occultism, Witchcraft and Cultural Fashions”: “Como historiador da Religião não posso deixar de ficar perplexo frente à enorme popularidade da feitiçaria no âmbito da cultura e subcultura ocidental contemporâneas. Nisto, o interesse para a feitiçaria somente faz parte de um fenômeno mais amplo: o forte interesse para as diversas ciências ocultas e esotéricas” (The University Press, Chicago, Ilns. 1976).

Sob a influência dos ensinamentos do “Novo Século”-“Nova Era”, que estão atualmente em moda, milhares de americanos declaram-se “channelers” (médiuns) e “psychics” (videntes). Milhões recorrem a eles em busca de conselhos e serviços, como também são atraídos por suas publicações. Alguns destes “channelers” são muito conhecidos nos meios artísticos e na televisão. Na Europa, no Canadá, no Brasil e na Rússia, como também em outros países, nota-se o grande interesse pelas coisas do outro mundo. A influência das ideias ocultas começou a ser sentida até nas ciências sérias, como: psicologia, medicina, filosofia e arqueologia entre outras. Começaram a proliferar seitas pseudocrístão que sob manto da terminologia cristã e da linguagem falsamente apresentada como sendo científica, propagam ideias antigas de ocultismo. Nas livrarias podemos encontrar uma seção especial dedicada à doutrina do “Novo Século.” Abundam títulos como: “As bruxas na Idade Média,” “Magia Egípcia Antiga,” “História das Sociedades Secretas,” “Serpentina e o Arco Íris,” “As palavras secretas dos xamãs” e “Zumbi do Haiti,” “A enciclopédia dos conhecimentos proibidos da Antiguidade,” “Da Cabala aos mundos astrais: energias da mente e os segredos dos relacionamentos íntimos,” “O livro da sagrada magia: a necessária fonte negra dos conhecimentos ocultos,” “Manual atualizado das bruxas: tudo o que você precisa saber para poder encantar,” “Alcance o desejado com a ajuda da energia oculta” e “Levitação, o que é e como praticá-la.”

O Dr. Walter R. Martin, um renomado pesquisador dos cultos na América, afirma que sessenta por cento dos americanos, de uma ou de outra maneira, usam técnicas ocultas ou se interessam pelo oculto. Existe mais de três mil editoras de livros e revistas dedicadas ao ocultismo, o que implica em um giro da ordem de um bilhão de dólares por ano. Até as revistas tradicionais, que a princípio não se interessam por este assunto, publicam artigos sobre as práticas ocultas, sinais astrológicos, cura pelos cristais, etc. Na Rússia, a queda para o ocultismo assume proporções epidêmicas também. Estes tristes fatos indicam a degeneração da sociedade contemporânea e predizem a proximidade da Segunda Vinda de Cristo.

O nome ocultismo vem da palavra em latim occultus, que quer dizer: algo encoberto e inacessível à maioria. A esfera do ocultismo inclui diversos fenômenos e ações inexplicáveis causados por forças imateriais misteriosas. As atividades no campo do ocultismo visam as seguintes finalidades: 1) Adquirir conhecimentos inalcançáveis por meios comuns; 2) estabelecer o relacionamento com os espíritos ou forças sobrenaturais; 3) aprender a manejar estes espíritos ou forças. Eis a relação aproximada das ciências ocultas e atividades a elas ligadas: cartomancia como profissão, astrologia, quiromancia, numerologia, teosofia (a sociedade de Blavátskaya), cabala, antroposofia, espiritismo, viagens astrais, algumas modalidades de misticismo, meditação transcendental, mediunidade (channeling), yoga, medicina alternativa (tratamentos por extrassensos), tratamento através dos campos de bioenergia, prática dos xamãs, feitiçaria e toda a espécie de magia, “branca” e “negra.”.

Nos nossos tempos vem se tornando muito popular o ensinamento do “Novo Século,” que absorveu numerosas ciências ocultas antigas. Algumas seitas-culto atuais pretendem atribuir o seu surgimento à revelação por parte dos espíritos ou exibem elementos de ocultismo e usam as suas práticas. Dentre estas se destacam: “A ordem Rosacruz,” doutrina dos Rerich (“A ética viva “ou “Agni -Yoga”), sociedade dos “Irmãos Brancos,” sociedade de Blavátskaya, movimento “New Age,” “Aum Sinrike,” o Krishnaismo, “Lucius Trust” (Alice Bailey), “Ekankar” (Paul Twitchel), “The Children of God” (David Berg), “Unification Church” (Soon Moon), Antroposofia (Rudolf Steiner), “Astara” (Earline Chaney), a “igreja” dos mórmons (Josef Smith com seu “angel Moroni”), “Cristian Science” (Mary Baker Eddy), a Ordo Templi Orients, de Aleister Crowley e outros.

O que impele as pessoas ilustradas, em pleno século vinte e vinte um a recorrer a tais práticas duvidosas, como a invocação de espíritos, destituídas de qualquer fundamento científico? A resposta é: somente a ciência e as doutrinas materialistas não podem satisfazer as sublimes aspirações do homem. Algo dentro de nós procura por coisas elevadas, espirituais, anseia pela resposta para as questões principiais: para que nós vivemos; existem outros mundos e modos mais perfeitos da existência; o que nos espera além do túmulo; se há mesmo as forças imateriais capazes de ajudar o homem a vencer as leis físicas e obter a felicidade estável? Mas então, as pessoas, ignorando o ensinamento cristão ortodoxo, ou não lhe atribuindo importância, recorrem às doutrinas esotéricas. Estas pretendem possuir as respostas para as questões da existência e abrir caminho às forças sobrenaturais. Porém, estas respostas são falsas e as receitas – nefastas. O mais terrível é que elas suprimem no homem o temor a Deus e o senso de responsabilidade pelos seus atos. Os espíritos caídos procuram convencer o ocultista novato de que o julgamento Divino não existe, nem o Juízo Final e nem os suplícios eternos, – mas, pelo contrário, de que tudo no além é fácil e agradável. Portanto, enriqueça-se com os conhecimentos e absorva a força que lhe é dada. De fato, às vezes como resultado de exercícios ocultos, o homem desenvolve aptidões fora do comum – a telepatia, a clarividência, a capacidade de tratar de doenças pelo campo da bioenergia, de movimentar os objetos à distância (telecinese), etc. Como veremos estas aptidões não se desenvolveram sozinhas, mas pela colaboração de espíritos imundos, e são, portanto muito perigosas e nocivas. Por isso, para não assustar o ingênuo novato, os demônios escondem a sua presença habilmente e deixam que pensem que se trata de: a) inofensivos espíritos errantes, ou b) uma energia impessoal contida no Cosmo ou que se abriga dentro do próprio homem. Veremos, até que ponto isto corresponde à visão dos próprios ocultistas.

a) A natureza dos espíritos ocultos:

O relacionamento com os espíritos ocorre ou por meio do espiritismo ou através da mediunidade. A prática da invocação dos espíritos tem uma longa história que remonta a tempos muito antigos. É também mencionada na Bíblia como uma ocupação pecaminosa e proibida por Deus: “Não vos dirijais aos magos, nem interrogueis os adivinhos, para que vos não contamineis por meio deles” (Lv 19, 31). “A pessoa que se dirigir a magos e adivinhos e fornicar com eles, eu porei o Meu rosto contra ela, e a exterminarei do meio do seu povo” (Lv 20, 6; 20, 27). Durante as sessões, o espírito aparece ou em forma de um fantasma ou se manifesta através de sua influência sobre vários objetos, como por exemplo, deslocando um pires, batendo na mesa, fazendo oscilar um pêndulo (Quija board), etc. O médium em transe põe seu corpo à disposição do espírito, que se alojando nele, apodera-se de seus órgãos e executa várias ações e faz revelações por meio deles. O “Novo Século” dá preferência à popularização justamente deste tipo de relacionamento com os espíritos (ou “forças”) e o chama de “channeling,” – equivalente inglês de “conduzir.” Na medida em que o médium (channeler) entra em transe, os músculos faciais e os lábios começam a apresentar contrações involuntárias, semelhantes ao tique. Quando a possessão se completa, – altera-se o ritmo da respiração, a expressão do rosto muda, tornando-se até às vezes irreconhecível. A voz também muda, – assim, a voz feminina pode chegar a soar como um baixo masculino. Ao sair do transe, o homem não recorda o que se passou com ele ou o que falou durante o transe mediúnico. No início, o espírito não se atreve a entrar nele sem o seu consentimento, e é necessário que o médium o invoque. Mas, depois de algumas sessões consecutivas a ação do espírito pode assumir um caráter espontâneo, ficando o médium em poder deste.

Sem dúvida, entre os espíritas e médiuns existem muitos charlatães. Mas, por outro lado, há um número respeitável de profissionais que têm de fato um relacionamento com seres do outro mundo e recebem destes informações e habilidades inalcançáveis pelos homens de outra maneira. As maiorias esmagadoras dos “channelers” e espíritas comuns não suspeitam de como são pérfidos e perigosos aqueles seres nos quais confiam. Eles não são de longes almas errantes inofensivas, nem forças impessoais da natureza. Ao contrário, de acordo com o testemunho de muitos médiuns e xamãs profissionais, os espíritos com os quais eles lidavam, agiam com intenção de enganá-los. Eles fingiam-se de bondosos com o intuito de apoderar-se deles e causar lhes mal. Saptrem, discípulo do ocultista e guru (mestre) hindu, Sri Aurobindo, escreveu “É de conhecimento de todos ocultistas, que os espíritos podem assumir qualquer aspecto que quiserem” (Saptrem, “Sri Aurobindo or the Adventure of Conscicusness,” NY. Harper and Row, 1974).

Robert Monroe descreveu um caso, ligado a uma de suas “viagens astrais,” quando foi vítima de ataque persistente e insolente de maus espíritos. Num momento decisivo da luta, dois espíritos de repente assumiram a aparência das suas duas filhas amadas. Tão repentina e verossímil foi à mudança que Robert perdeu a força para resistir e quase foi derrotado. (“Jorneys out of the Body,” Garden City, NY, Anchor Books, 1973).

O muito conhecido médium, Emanuel Swedenborg, que dedica-se ao relacionamento com os espíritos, e considerado por muitos como um especialista sério no assunto, testemunha que os espíritos com os quais lidam os médiuns e espíritas são mentirosos tão ardilosos, que não é possível se estabelecer sua verdadeira identidade e conhecer suas intenções. Estes espíritos são exímios atores, que se disfarçam passando por almas de falecidos. Swedenborg dirige as seguintes palavras de advertência aos ocultistas novatos: “Quando estes espíritos dizem alguma coisa, não se pode em absoluto acreditar, porque eles inventam tudo e mentem sempre…” Isto eles fazem com tamanho “aplomb” e insolência, que ficamos totalmente desconsertados. Se, por acaso o homem der crédito, mesmo que parcial, ao que os espíritos afirmam, estes passam com um descaramento maior ainda para novas invenções, deixando-o completamente emaranhado. Portanto, é mister precaver-se contra os espíritos e não confiar nem um pouco neles (“The True Christian Religion,” NY. E. P. Dutton, 1936).

A mesma afirmação ouvimos de Uri Geller, conhecido por sua capacidade de torcer colheres e facas por meio da telepatia. Tanto ele, como seu mentor, Andrija Puharich, M.D., ao lidar com espíritos, experimentavam frequentemente um desassossego, pois percebiam algo estranho e suspeito em seu comportamento. Ambos ocultistas verificaram várias vezes que os espíritos portavam-se de modo ambíguo, parecendo querer passar um trote neles (Andrija Puharich, Uri, NY, Bantam, 1975). A mesma inquietação sentem outros espíritas e médiuns profissionais.

Posto que os espíritos dos ocultistas mentem e mentem terrivelmente. A especialidade do diabo com o seu ocultismo é a mentira e o engano profissional. Fica evidente que eles não são nem Anjos bons, nem servidores de Deus. Tampouco eles podem ser as almas dos mortos, porque conforme diz a Sagrada Escritura, não é permitido às almas vagar por sua própria vontade pelo mundo. É justamente o contrário: após a morte do homem, Deus determina à sua alma a permanência em um determinado lugar; no Paraíso ou no “inferno”, aonde a alma deve ficar até o Juízo Final. “E, assim como está decretado que os homens morram uma só vez, (e que) depois disso (se siga) o Juízo” (Hb 9, 27). Se os espíritos com os quais os ocultistas lidam não são Anjos, nem as almas dos falecidos, – é mais provável que sejam espíritos subordinados àquele de quem o Salvador falou, “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8, 44). Consequentemente, os espíritas e “channelers,” ao confiar nos espíritos do outro mundo, colocam tanto a si mesmos, como aos outros em grande perigo.

É difícil entendermos porque pessoas que jamais confiariam em algum desconhecido, fazem-no com relação aos seres do outro mundo, dos quais não tem nenhum conhecimento e que frequentemente são flagrados mentindo. Talvez seja o sofrimento, problemas psicológicos, ambição pelos bens materiais, controle diabólico ou boçalidade.

b) A energia espiritual é impessoal?

Examinemos agora uma segunda opinião muito popular em nossos dias, a que as práticas ocultas põem em ação a energia derramada no Cosmo ou abrigada no íntimo do próprio ser humano. Esta opinião é muito atraente para o céptico contemporâneo, que não aceita nem a Deus Pessoal, nem o mundo espiritual. O pensamento de que só com o seu desejo, pode por em ação a poderosa energia imaterial e forçá-la a trabalhar para ele, lisonjeia este soberbo. Baseando-se na premissa da existência de forças imateriais e impessoais, surgiram várias teorias ocultas, que revestidas de terminologia quase científica, são oferecidas ao leitor na qualidade de receitas úteis para todas as ocasiões da vida.

O sucesso destas doutrinas ocultas é enorme, porque para aqueles que anseiam pelo conhecimento, mas que são ignorantes nas coisas espirituais, elas significam o descobrimento de novos mundos: tudo, até então misterioso e impossível, torna-se, de repente, explicável e atingível. Não há o que recear, não existe alguém temível, – tudo são simples e factível para quem aprender a dirigir as forças imateriais.

Observação: Para a saúde espiritual, um perigo especial é apresentado pela corrente dentro do ocultismo que faz propaganda da técnica para liberar a energia intrínseca do homem. (A. Klizóvskiy, – “Fundamentos da cosmovisão da nova época”). De acordo com este ensinamento, cada pessoa, desde que domine os métodos especiais, será capaz de desenvolver a faculdade de percepção global tanto do mundo interior como do exterior, conservar e restabelecer a sua saúde e a dos outros, aprender a se ligar a qualquer fonte de informação, abrir o terceiro olho, empreender viagens astrais, descobrir seus chacras. A descoberta dos chacras, através de métodos especiais, com a finalidade de liberar a energia psíquica, promete possibilidades irrestritas. O homem pode tornar-se semelhante aos deuses – ter o dom da clarividência, da telepatia, da telequinese, etc. Ao mesmo tempo, os próprios especialistas na área (A. Klizóvskiy), previnem que a libertação de sua bioforça pode levar a muitas consequências sérias. O aprofundamento mais detalhado neste assunto foge dos limites do tema aqui abordado. Apontamos, apenas que as pessoas que se dedicam à descoberta de seus chacras deformam sua psique, muitas vezes sem possibilidade de recuperá-la.

É curioso, que os espíritos que agem nos bastidores dos atuais, quase científicos experimentos, não se ofendem ao saber que os “channelers” ignoram seus esforços e silenciam sobre seus méritos. Pelo contrário, os espíritos preferem esconder-se por trás das tais forças impessoais e imateriais, porque assim, alcançam com maior facilidade a sua principal meta: escravizar os seres humanos. Nisto eles são consequentes, já que seu próprio príncipe, o diabo, – é um demagogo habilidoso e multifacetado. Ao homem com aspirações intelectuais ele fala: “A você darei conhecimentos sobrenaturais,” a outro com inclinação para o misticismo: “Revelar-te-ei os mistérios da existência,” ao que almeja o poder, ele promete este; e o incrédulo ele convence: “Eu não existo, – sou uma ficção”! Dizia o poeta lírico francês Charles Baudelaire: “A maior falcatrua do diabo é convencer-nos de que ele não existe”.

Assim, conseguindo atrair o homem através daquilo que este mais aprecia, o diabo o afasta cada vez mais de Deus, até precipitá-lo no abismo infernal. Graças à sua habilidade de adaptar-se ao raciocínio humano, o diabo conseguiu seduzir muitas pessoas em nossos dias, com invencionices antigas, camufladas por uma linguagem quase científica. Assim, surgiu atualmente um ramo da ciência – a parapsicologia, que estuda e tenta interpretar cientificamente as práticas antigas dos xamãs e médiuns.

Mas, ainda resta a questão principal: será que existe energia imaterial, neutra sob o ponto de vista moral? E se a resposta for afirmativa, qual é a sua natureza?

Para responder a estas perguntas, é preciso se considerar o fato de que toda energia, – seja ela física ou espiritual, está necessariamente ligada a uma fonte que gera. Assim, toda energia física ou um campo elétrico, magnético, gravitacional, etc. não existem “por si mesmos”, mas provém de determinadas partículas subatômicas (fótons, grávitons, etc.). Como estas partículas materiais são impessoais, assim são os campos gerados por elas, portanto moralmente neutros. Da mesma forma a energia espiritual (forças espirituais) não existe “por si mesma”, mas provém de um ou de outro ser espiritual. Sabemos que os seres espirituais (anjos, seres humanos, demônios) possuem individualidade, consequentemente a energia que provém deles, é marcada pelo seu estado moral: bom ou mau. Os extrasensos experientes sabem muito bem isto e procuram precaver-se do contágio moral.

É fato conhecido, que no mundo que habitamos, além do branco e do preto, existe o cinza, além da luz e da escuridão há a penumbra. Porém, no vácuo do Cosmo pode haver somente luz ou o negrume. Do mesmo modo no universo dos espíritos não existe um estado moralmente indefinido. Comparados aos seres humanos, os espíritos são seres simples; eles podem ser totalmente bons (anjos) ou totalmente maus (demônios). De modo semelhante no mundo espiritual são possíveis somente dois estados: o Paraíso ou o inferno. Entre eles não pode haver nada de intermediário. Compreendendo isto, temos que concordar que a força, (energia) que provém de Deus e dos anjos é sempre boa e atrai para o Bem, mas a força (energia) proveniente dos demônios sempre é má e empurra para o mal. A experiência da Igreja durante muitos séculos confirma isso. A força emanada de Deus, ou (usando a expressão de São Gregório Palama), – “energia Divina não criada,” é uma força que ilumina e vivifica a alma. “Senhor, bom é nós estarmos aqui” – exclamaram os discípulos quando no Tabor a luz Divina os iluminou (Mt 17,1-13).

Porém os seres humanos são mais complicados do que os simples espíritos (anjos e demônios). Assim, eles podem se achar num estado não definido no sentido moral e serem capazes de oscilar entre o Bem e o mal. Justamente, devido à esta bipolaridade moral e à instabilidade do homem, o Bem e o mal neutralizam-se tendo por consequência o enfraquecimento da sua energia espiritual e sua pouca efetividade se comparada com a energia de espíritos simples. Isto pode ser comparado com a neutralização da carga positiva do núcleo do átomo pelos elétrons – partículas de carga negativa. No mundo espiritual não existem forças moralmente neutras porque elas têm origem em seres determinados moralmente, Anjos ou demônios. Assim, cada vez que o homem entra em contato com a energia proveniente desses seres, ele vai sentir atração para o Bem ou para o mal.

Observação: evidentemente, a fonte inicial de toda a espécie de energia é Deus. Mas os anjos caídos converteram esta energia em mal, como, aliás, tudo o que Deus lhes deu.

Os ocultistas cometem um erro quanto à neutralidade e inocuidade da energia imaterial. Já que nem Deus, nem os Seus Anjos não permitem manipulação, – os demônios oferecem-se prontamente a serviço dos ocultistas. Eles fornecem a estes a energia necessária. Evidentemente, eles não fazem isso sem ter seus interesses. Eles fornecem a energia a título de empréstimo e cobram juros altos. Os feiticeiros, as bruxas, os satanistas e muitos ocultistas profissionais estão a par disto, mas guardam em segredo. Para não afirmar gratuitamente, vamos a alguns pareceres de especialistas.

O professor Dr. Michael Harner leciona nas universidades de Columbia e Yale. Além disso, ele ensina antropologia na New School for Social Research em Nova Iorque, e é autor do livro: “The Way of the Shaman.” Suas pesquisas na esfera do oculto levaram-no à convicção de que a fonte básica da força dos xamãs reside nos espíritos. “Sem o espírito que guia, não é possível ser xamã, porque este necessita de uma fonte potente de energia” (New York, Bantam, 1986).

Gurus hindus e budistas também reconhecem que a sua força provém do mundo dos espíritos. Assim, Idries Shah faz esta observação: “Os gurus não possuem uma força espiritual poderosa. Eles recebem-na dos espíritos. O guru tem somente a faculdade da concentração” (Oriental Magic, NY. EP. Dutton, 1973). Em seu livro, “The adventures into the Psychic” o pesquisador durante muitos anos de fenômenos parapsicológicos, Jess Shearn, traz este comentário: “Quase todos os grandes médiuns sentiram que foram instrumentos de uma força do além que fluía através deles. Eles não atribuíam a si nenhuma força”. (NY. Signet, 1982).

Por mais que os ocultistas gostem de se vangloriar de vez em quando das suas aptidões extraordinárias, eles são obrigados a admitir que na realidade são os espíritos do mundo do além que agem através deles. Assim, apoiando-se no testemunho do pesquisador e parapsicólogo Lawrence LeShah, que estudou as atividades de vários curandeiros-extrasensos, orientais e ocidentais, Charles Pannati escreve que: “se existe algo em comum entre os curandeiros que foram objeto de suas pesquisas, é o fato de que eles não curavam por sua própria força. Pelo contrário, – cada um entendia que efetivamente o “espírito” agia por trás dele. Eles consideravam-se como instrumentos passivos do espírito. Para poder curar, todos os curandeiros teriam que cair no transe”. (“Suprasenses,” – Garden City, NY. Anchor-Doubleday, 1976).

Na coletânea “Healers and the Healing Process” podem ser encontrados os estudos mais completos sobre os tratamentos de saúde por extrasensos. Nestas pesquisas que duraram dez anos e contaram com a colaboração de muitos especialistas no assunto, podemos ler: “Qualquer pesquisa sobre os tratamentos de saúde anômalos, leva à noção de espíritos inteligentes (denominados “dirigentes,” ou “controladores,” ou “protetores”), que influenciam a mente do curandeiro e lhe fornecem informações das quais eles antes não tinha uma noção nítida”, (Wheaton, Il., Theosophical Quest, 1977). Este estudo também levou à conclusão de que as curas por meio de procedimentos anômalos têm uma propagação maior nos países onde o espiritismo e as crenças nos espíritos são mais populares. Dados mais detalhados podem ser encontrados nos livrinhos: “The Facts on The Occult” e “The Facts on Spirits Guides,” publicados por John Ankerberg e John Weldon (Harvest House Publishers, Eugene, Oregon, 1991). Assim, fica estabelecido o fato que, independentemente da terminologia usada, os ocultistas relacionam-se com espíritos reais, que lhes fornecem dados e os suprem de energia imaterial.

c) Os frutos das práticas ocultas:

Nós já apresentamos dados que indicam que estes espíritos, não são nem anjos nem as almas dos falecidos, mas, muito provavelmente – demônios. Para certificar-se disso com segurança, vamos ver a que consequências levam o relacionamento com eles. Este é um método infalível para a avaliação dos fenômenos espirituais, que foi indicado pelo próprio Salvador ao dizer: “Pelos seus frutos os conhecereis… Não pode uma árvore boa dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos” (Mt  7,16). É justamente aí, que numerosos fatos da vida de pessoas que se dedicaram à prática do ocultismo, nos convencem de que: a) os espíritos empurram as pessoas que lidam com eles aos mais diversos pecados e crimes; b) que eles solapam a saúde e destroem suas vidas. De fato, as pessoas que se dedicam ao ocultismo, depois de algum tempo começam a apresentar esquisitices psíquicas, entram em depressão, tornam-se alcoólatras ou abusam do consumo de narcóticos.

M. Lamar Keene passou treze anos no meio de médiuns profissionais. Na sua confissão ao público ele escreveu: “Todos os médiuns que eu conheci pessoalmente ou através de outros, terminaram as suas vidas tragicamente. As irmãs Fox, que encabeçam esta lista, terminaram como alcoólatras inveteradas. William Slade, que se tornou famoso adivinhando pensamentos, enlouqueceu e morreu em um hospital para doentes mentais em Michigan. A médium Margery morreu fortemente viciada em álcool… Por todos os lados, aparece o mesmo quadro, – sua existência miserável os médiuns encerram com a morte ainda mais miserável. Fiquei realmente deprimido com toda esta história de mediunidade: o embuste, a depravação ordinária, a bebedeira ininterrupta, a narcomania…” (The Phychic Mafia).

Além disto, os espíritos infligem vários sofrimentos a quem estão auxiliando, revelando sua natureza má, sádica. Mas eles fazem isto habilmente para não assustar a sua vítima antes do tempo. Eles planejam a sua ação e aumentam gradativamente a dose dos sofrimentos. A pessoa que se dedica ao ocultismo começa a padecer de nervosismo aumentado, mal estar físico, acontecem a ela acidentes inexplicáveis e ocorrem vários aborrecimentos. Às vezes ela entra em pânico, chega a pensar em suicídio. Quando ela começa a perceber, que provavelmente todas estas desgraças são trazidas pelos espíritos e tenta libertar-se, – os espíritos triplicam sua crueldade a afogam-na num verdadeiro mar de desgraças ainda maiores, para assustá-la e forçá-la a voltar para eles. Desta maneira, ora soltando, ora puxando as rédeas, os espíritos aos poucos escravizam o ocultista e no final levam-no a perecer.

Estas observações são confirmadas pelo Dr. Nandor Fodor, autor da respeitada “Encyclopedia of Psychic Science”: “As tentativas de suprimir suas habilidades mediúnicas levam a diversas doenças, mas quando a pessoa volta para as práticas ocultas os sintomas desaparecem” (Secaucus, NJ. Citadel, 1974). Millard descreve que ele “não passava de um fantoche insignificante das forças do mundo do além” (Edgar Choice: “Mystery Man of Miracles,” Greenwich, CT. Faucett, 1967). Raphael Gasson, ex-médium, escreveu baseando-se em sua própria experiência: “Muitos sofreram seriamente, quando depois de começar a pesquisar o mediunismo tentaram livrar-se dele. Passaram a sentir uma grande angústia. Famílias desfizeram-se, tentativas de suicídio e doenças psíquicas tomaram conta daqueles que chegaram a conhecer esta prática e mais tarde quiseram livrar-se da sua força. Aquele que conseguiu se salvar deve agradecer a Deus pela Sua Graça” (“The Challenging Counterfeit,” NJ. Logos, 1966).

O espírita e guru Sri Chinmoy, conselheiro junto à Organização das Nações Unidas, fez esta observação: “Muitos, muitos feiticeiros mesmo, e pessoas que tiveram relacionamento com os espíritos, ou foram estrangulados ou assassinados de outra maneira. Sei disto porque deparei pessoalmente com alguns casos semelhantes” (“Astrology, the Supernatural and the Beyond,” Jamaica, NY. Angi Press, 1973). O professor Dr. Kurt Koch, que dedicou quarenta e cinco anos aos estudos dos fenômenos anormais, testemunha que “em meio às pessoas que se dedicam ao ocultismo, existe uma enorme porcentagem de suicídios, acidentes trágicos e de loucura.” Tanto ele quanto muitos outros especialistas na área da parapsicologia, afirmam que a ocupação com o ocultismo durante muitos anos, destrói inevitavelmente a saúde física do homem, como se um vampiro que nele habita sugasse as forças do ocultista.

As pessoas caem nas redes do ocultismo porque no início não enxergam o perigo, pelo contrário, – tudo aparenta ser notável e agradável. Malachin Martin no livro “Hostage to the Devil” descreve o destino de um tal “Karl,” um físico diplomado e psicólogo com um vivo interesse para a religião e parapsicologia. Karl deixava os conhecidos impressionados pelas suas habilidades psíquicas fora do comum. Seguindo a sua “vocação” ele estudava seriamente os ensinamentos sobre a encarnação e as viagens astrais. Na medida em que ele se apoderava do conhecimento destas ciências ocultas, novos horizontes descortinaram-se à sua frente. Karl era inteligente e cauteloso. Ele estava convicto de que suas pesquisas iriam trazer benefícios para a ciência e a humanidade. Tornando-se catedrático em uma universidade dos EUA, ele levou adiante seus experimentos na área da parapsicologia e fenômenos místicos. Aos poucos, porém, ele começou a perceber algumas mudanças negativas em seu comportamento e estado de espírito. Ele sente desconfiança e até mesmo medo em relação aos espíritos com os quais lida. Enfim, fica convencido de que precisa mudar radicalmente o método de suas pesquisas e abrir mão de suas teses iniciais. A esta altura, fica paralisado e é internado em estado “vegetativo.” Somente onze meses depois, terminado o tratamento intensivo, que foi acompanhado pelas orações de parentes e amigos, Karl recebeu alta. Ao sair do hospital, ele renegou todos os seus êxitos na parapsicologia e revelou o mistério da sua doença: “Eu solenemente e de livre vontade me entreguei ao mau espírito.” Apesar dele ter se apresentado como bom, e ter prometido me ajudar, me aperfeiçoar, eu desde o início senti por intuição que ele era mau”.

Apesar de dezenas de milhares de pessoas terem sofrido em consequência de práticas ocultas e existirem tantos dados sobre os perigos do ocultismo, muitos continuam a acreditar em mitos que descrevem o ocultismo ou como charlatanismo inócuo, ou passatempo inocente, ou até – buscas espirituais construtivas. Mas, ele não é nem o primeiro, nem o segundo e nem o terceiro. Também, é errônea a opinião de que ao lado de uma face “perigosa” do ocultismo, existe uma outra, “segura.” Há os que acreditam que com certa precaução se pode tirar proveito do ocultismo. Lamentavelmente, todos os dados mostram que em qualquer modalidade da atividade oculta há algo negativo e destrutivo, que “se prende” no homem – que ele não consegue se livrar sem a ajuda proveniente das Alturas, do Eterno Deus, O Todo-Poderoso. Este “algo,” que tem sua origem no além-mundo, começa a reger o seu destino e o empurra cada vez mais para o lodo do charco do ocultismo. O que ocorre pode ser comparado pelo adoecimento pela SIDA (AIDS).

O vírus, entrando no organismo engana as células sadias apresentando-se como inócuo. A célula não ativa o seu mecanismo de defesa e o vírus faz a vez do cavalo de Tróia. Somente ao alojar-se no interior da célula, o vírus revela sua força destrutiva. É verdade, que após ser infectado, o homem vive durante alguns anos uma vida relativamente normal e, pode ser que nem desconfie que os seus dias estejam contados. Somente na última fase da doença a presença do vírus destruidor torna-se patente. Mas, a esta altura, já é tarde.

Existe mais um fato de suma importância, que raramente é mencionado nas pesquisas científicas sobre o ocultismo, que revela a verdadeira natureza dos espíritos ocultos – sua luta contra Deus. Assim, aquele que recebeu uma ajuda ou carga de bioenergia por intermédio deles, sente uma inexplicável repulsa a Deus e a tudo o que é sagrado. Um crente percebe a mudança brusca no seu estado de espírito. Na hora em que ele recebe alguma ajuda de um extrasenso ou ocultista, ele perde toda a vontade de rezar, de participar de retiros espirituais, de ler a Sagrada Escritura, de ir à igreja, etc. Esta repulsa é diretamente proporcional à força recebida por meio do ocultismo. A procura repetida pelo oculto, então o leva a tornar-se hostil para com Deus.

Dr. Kurt E. Koch conta o seguinte caso. Numa aldeia da Tailândia morava um camponês nativo, que era um membro ativo em sua comunidade cristã. Certa vez, ele machucou o seu braço, e neste formou-se uma ferida purulenta. Ajudada pelo clima tropical, a inflamação começou a progredir rapidamente, e parte do braço cobriu-se de uma mancha vermelho escura, quase preta. Já que o médico mais próximo era distante, o camponês tentou curar-se com remédios caseiros. Só quando a infecção quase chegou ao ombro, ele foi ao médico. Este constatou uma gangrena e lhe disse que precisaria amputar logo o braço para evitar a morte. O tailandês ficou desesperado: “Mas, o que eu vou fazer com um braço só? Quem vai plantar e colher o arroz para mim?”. O desespero tomou conta dele e, aí se lembrou de um velho hindu que tratava as pessoas com uma força misteriosa. Apesar de saber que os cristãos não deveriam recorrer a feiticeiros, nesta situação desesperadora ele mesmo assim foi até o hindu procurar por ajuda. Ocorreu, porém, que o hindu não era de longe um charlatão e suas forças mágicas operavam coisas impossíveis. A supuração parou, o braço foi salvo. Porém, logo após receber a ajuda do feiticeiro, o tailandês parou de frequentar sua igreja e retornou ao paganismo de seus ancestrais. Pela salvação do seu braço ele pagou com a sua alma. (“Occult Bondage and Deliverance,” Kregel Publications, Grand Rapids, Michigan, 1970).

Mais adiante, o Dr. K. Koch conta que o feiticeiro mais forte que ele encontrou, era o xamã esquimó Alualuk. Suas forças ocultas eram tão grandes que ele até ressuscitou alguns mortos pagãos. Um deles ainda viveu depois por dez anos. Mas, este xamã foi esclarecido por algum pregador, começou a crer em Cristo e deixou-se batizar. Depois disto, ele perdeu toda sua força mágica. Quando Koch perguntou-lhe com que força ele fazia seus milagres, o ex-xamã respondeu categoricamente: “Demoníaca, evidentemente”! Ele observou ainda que a sua força não se estendia aos cristãos firmes em sua fé.

No nosso tempo o perigo do ocultismo aumentou porque ele é oferecido como prática religiosa e até cristã. Era uma tradição de todas as modalidades de ocultismo não esconder sua belicosidade em relação ao cristianismo. Hoje, podemos ouvir dos extasensos e outros ocultistas conselhos como estes: “vá batizar-se,” “vá à igreja,” “comungue,” “tome água benta,” etc. Alguns extrasensos em suas seções até invocam o nome de Deus, leem preces, fazem o sinal da Cruz, criando a impressão de que através deles atua a força de Deus. Tudo isto é um terrível embuste! Qualquer tipo de ocultismo pela sua própria natureza é anticristão, qualquer que seja a roupagem que ele vista. Deve ser rejeitado radicalmente e condenado toda prática ocultista.

Todos os sinais básicos do ocultismo estão presentes nas seções “cristianizadas” de extrasensos – tentativas de manipulação das forças sobrenaturais para fins lucrativos. A religião cristã exige submissão ao Criador, a fé, a penitência, a vontade de emendar-se moralmente, a aspiração ao celestial, o desejo desinteressado de servir ao Bem. Do outro lado, a finalidade é: absorver “energia lúcida,” alcançar sucesso nas coisas da vida, conhecer segredos, etc. Tudo isso sem nenhuma obrigação perante Deus. Um homem que pratica o ocultismo, quando vai à igreja procura lá não a Deus, mas uma fonte de alimentação. Assim, no seu atrevimento, ele prostra as mãos aos objetos sagrados para “aumentar a sua carga,” que será usada em suas ações sujas, com o que ultraja a magnificência do Criador.

Mas, o que os extrasensos dizem deles mesmos? Recorremos à entrevista de Yuri Tarássov que tem como título: “Sou feiticeiro da quarta geração.” Quando a correspondente perguntou: Você fez feitiço a um doente de osteocondrose usando campo de bioenergia, terapia manual e psicoterapia? Tudo isso é amplamente divulgado. Alguns representantes da medicina não tradicional nós conhecemos, por exemplo: Djuna, Kaszpiróvskiy…  Será que você encerra em si as três pessoas? Tarássov respondeu: “A sua pergunta já contém a resposta”. Por que eu não me chamo de extrasenso? Porque um deles sabe fazer aproximadamente um décimo daquilo que está em poder de qualquer feiticeiro médio. O mesmo se pode dizer sobre hipnotizadores, curandeiros, psicoterapeutas… É uma resposta com a máxima franqueza. De fato – é uma ponta do iceberg, cuja base desce ao inferno.

Devido à própria natureza do ocultismo ser hostil a Deus, a Sagrada Escritura proíbe rigorosamente dedicar-se a ele. Eis algumas passagens: “Não se ache entre vós quem seja encantador, nem que consulte nigromantes, ou adivinhos, ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas” (Dt 18,10-13).

“Se se levantar no meio de ti um profeta ou alguém que diga que teve um sonho, e predisser algum sinal ou prodígio, e suceder o que ele anunciou, e te disser: Vamos, e sigamos os deuses estranhos, que não conheces e sirvamo-los, não ouvirás a palavra de tal profeta ou sonhador, porque o Senhor, vosso Deus, vós põe à prova, para se tornar manifesto se O amais ou não de todo coração e de toda a vossa alma… E aquele profeta, ou inventor de sonhos será posto à morte, porque vos falou para vós afastar do Senhor vosso Deus…” (Dt 13,1-5).

Assim, enquanto a vida religiosa cristã sadia clareia e enobrece moralmente o homem, a atividade malsã, pseudo-religiosa do ocultismo o deforma moralmente e leva à perdição. Todos os tipos de ocultismo levam ao relacionamento com os espíritos caídos. Nisto, apesar destas práticas no início trazerem sucesso nos negócios e criarem a impressão de que estão abrindo para o homem possibilidades ilimitadas, – no final das contas, ele terá que pagar muito caro pelos préstimos deles recebidos. “Pois, que o que aproveitará a um homem ganhar todo o mundo, se vier perdera sua alma? Ou que dará um homem em troca da sua alma?” (Mt 16,26).

Brasil

Segundo o eminente pesquisador Padre Dr. Oscar Quevedo, SJ, existem, só no Brasil, mais de 56 mil seitas e religiões. O site Registro Nacional de Igrejas Evangélicas contabiliza 34.575 igrejas protestantes no Brasil (Evangélicos: Grandes Líderes da Atualidade, dezembro de 2011, p. 11)

O Brasil é o único país em que os ensinamentos libertinos do ocultista inglês Aleister Crowley viraram refrão de rock’n roll. Eles são encontrados nas obras de Raul Seixas a partir de 1973. Ao lado de seu parceiro na época, o escritor Paulo Coelho, ele havia tomado para si o papel de divulgador da filosofia de Crowley. Crowleey foi por muito tempo o guru de Raul Seixas e Paulo Coelho. De 1898, quando se iniciou nos mistérios do espiritualismo, até sua morte, em 1947, aos 72, Crowley foi um dos principais provocadores de transformações no cenário das filosofias ocultas. A principal transformação promovida por Crowley no ocultismo foi colocar o ser humano, e não mais Deus, um panteão de deuses ou o Universo no foco dos estudos. Crowley ficou conhecido como homem mais pervertido da Terra, The Great Beast (A Grande Besta). O fim de Crowley foi a falência e corroído pelo uso de heroína. (História Viva, n. 44, pp. 10 e 14).

As pessoas pela rede do sobrenatural satânico como: o ocultismo, esoterismo, xamanismo, misticismo, magia, feitiçaria, quimbanda, vodu, espiritualismo, sociedades secretas e a teologia da prosperidade, buscam sucesso, fama e riqueza. O fundamento é a buscar pelo poder do conhecimento oculto e pela solução dos problemas particulares. Quanta gente se engana, enlouquece e perde tudo por essa jornada tenebrosa. Os sofredores incautos e os egocêntricos tornam-se presas fáceis para a rede satânica e ferramentas econômicas para construção do império financeiro das seitas, das sociedades secretas e do ocultismo. Ficar livre de tudo isso é tão somente ser todo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Convertido pela fé e pela graça de Deus e vivendo em santidade para glória da Santíssima Trindade e da Igreja.

Só mesmo o poder do Santo Evangelho de Jesus Cristo, não deixa o Brasil ser um país tomado pelo ocultismo, pelas drogas, pela prostituição e por uma guerra civil. Daí a nossa responsabilidade pela missão evangelística, o nosso verdadeiro testemunho de cristão e as nossas obras sociais.

Como se Proteger dos Maus Espíritos

Para o homem é difícil imaginar os quão ferozes e astuciosos são os espíritos caídos, como são persistentes e ardilosos em sua arte da sedução dos humanos e na propagação de toda a espécie de mal. Porém, com tudo isto, eles não se atrevem a causar mal a alguém deliberadamente, enquanto este se acha sob a proteção do Altíssimo. Somente quando o homem em consequência de sua vida afasta-se de Deus e afunda na escuridão da descrença e das paixões, sujeita-se à influência dos espíritos caídos, que o escravizam. Os incrédulos e os pecadores representam aquele material, aquele exército do qual o diabo se aproveita para a propagação das tentações, do próprio mal na sociedade humana e para a implantação do seu reino de trevas. Este reino, a exemplo do mar furioso, nos cerca de todos os lados e ameaça a nossa salvação.

Como antítese o Senhor Jesus Cristo criou na terra o Seu Reino da Luz, – a Igreja, na qual o fiel tem a sua ilha de serenidade, um refúgio confiável e a proteção contra os maus espíritos. Realmente, já o próprio ingresso na Igreja é acompanhado por preces especiais de exorcismo que o sacerdote reza pelo catecúmeno (pessoa que se prepara para o batismo):

“Ó Eterno Deus e Todo-Poderoso, meu amor e Senhor! Aceita este Teu servo no Teu Reino Celeste, livrando-o da escravidão ao inimigo. Liga a sua vida ao Anjo luzente que o livrará de todas as artimanhas do inimigo, do encontro com o malvado, do demônio do meio dia, assim como dos devaneios. Expulsa dele todo espírito malvado e imundo que se esconde e abriga no seu coração – o espírito da ilusão, da malvadeza, da idolatria, de toda paixão, do espírito da mentira e de qualquer impureza – que age por influência do diabo. Torna Teu servo uma ovelha do Teu santo rebanho, um membro virtuoso da Tua Igreja, um receptáculo consagrado, um filho da Luz e herdeiro do Teu Reino…”.

Fé e Vida Virtuosa

Mas o diabo após ter perdido o acesso a um novo membro da Igreja, começa a procurar novos meios para influenciá-lo. Naturalmente, o cristão recebe de Deus todos os meios necessários para repelir as tentações, mas se ele amolecer e começar a levar uma vida com tendência para o lado carnal e pecar, o diabo chega novamente a ele, e trata de escravizá-lo ainda com uma crueldade maior. Sobre isto, o Senhor Jesus Cristo disse: “Quando o espírito imundo sai de um homem, anda por lugares desertos, buscando repouso, e não o encontra diz: Voltarei para minha casa, donde sai. E, quando vem, a encontra desocupada, varrida e adornada. Então vai, toma consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro” (Mt 12, 43-45). Avisando sobre este perigo, a Sagrada Escritura exorta-nos a sermos vigilantes: “Aquele, pois, que crê estar de pé, veja não caia” (1 Cor 10, 12). O Apóstolo São Paulo ensina que o cristão deve considerar-se um guerreiro de Cristo encontrando-se no centro do campo de batalha. “De resto, irmãos, fortalecei-vos no, Senhor e no poder de sua virtude. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio, porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares. Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e ficar de pé depois de ter vencido tudo” (Ef 6, 10-13).

O Senhor Jesus Cristo nos armou com muitos meios que atraem a nós a graça de Deus e rebatem os maus espíritos. Em primeiro lugar temos a prece e a invocação do poder  do nome de Cristo. Nós fomos ensinados a pedir diariamente ao Pai Celeste: “Não nos deixe cair em tentação, mas livrai-nos do malvado” (diabo). Muitas preces, como as da manhã, e as da noite, incluem pedidos de proteção contra as artimanhas do diabo. Do poder de seu nome o Senhor disse: “Expulsarão os demônios em Meu nome” (Mc 16, 17). A Sagrada Escritura e as histórias da vida dos santos trazem inúmeros exemplos da eficácia do nome de Cristo no afastamento dos demônios.

A experiência de muitos séculos da Igreja confirma que os demônios não podem resistir à imagem da Santa Cruz e ao sinal da Cruz, – para eles é o mesmo que o fogo para os insetos. O beato Nikíta Skifát falou sobre isto: “Os demônios frequentemente perturbam o sossego da alma e afastam o sono, mas, a alma corajosa somente com um vivificante sinal da Cruz e com a invocação do nome de Jesus Cristo pela ajuda de Deus destrói seus fantasmas e os põe em fuga” (“Filocalia,” v. 2, p. 118). São João Crisóstomo explica de modo semelhante: “Não se deve persignar-se só com os dedos, mas com toda a disposição do coração e a plena fé. Se desenhares a Cruz na sua face assim, – nenhum espírito imundo se atreverá a aproximar-se de ti, pois encarará aquele gladio que o feriu e infligiu o ferimento mortal. Se nós estremecemos ao olhar o local da execução dos criminosos, imagine como ficam apavorados os demônios, vendo a arma com que Cristo destruiu toda sua força e decapitou a serpente. Quando a Cruz está conosco, os demônios já não são nem assustadores, nem perigosos” (“Palestras sobre o Evangelho,” parte 2; 5, pp. 432-433). Tornou-se praxe desde os tempos antigos os cristãos levarem uma cruz no peito. Cruz no peito, Cristo no coração, o amor de Deus na mente e o nosso corpo templo do Divino Espirito Santo.

É importante benzer a sua moradia. Pode ser que a casa em que viemos morar tornou-se impura pela vida dos antigos inquilinos, se ela foi marcada por pecados, palavrões, músicas loucas, filmes ruins, ou ainda, se as pessoas eram dadas ao ocultismo. Frequentemente, os maus espíritos se alojam nas habitações onde ocorreram assassinatos ou suicídios. Para purificar a moradia deve-se aspergi-la com água benta, ou – ainda melhor, – convidar um sacerdote para benzê-la. Consagrar o lar como nossa morada, da Sagrada Família, morada dos anjos e da Santíssima Trindade. Tudo para glória Deus.

De resto, é preciso ter em mente, que o pecado serve de atração para os demônios. Se, depois de pecar, não nos arrependemos de todo coração, deixamos um caminho de acesso a eles. O estado pecaminoso assemelha-se a um túnel através do qual eles penetram em nosso subconsciente e nos influenciam. Para livrar-se da sua influência é preciso purificar-se pela penitência sincera e confissão dos pecados, e depois, com toda a veneração comungar os Santos Mistérios de Cristo (Eucaristia). Com isto, o Senhor, entrando em nós, como o fogo que consome tudo, exterminará toda e qualquer impureza e cortará o caminho de acesso a nós para os espíritos das trevas. Seria bom acostumar-se a comungar regularmente para carregar dentro de si a chama da Graça Divina. Os cristãos nos primeiros séculos faziam-no todo domingo.

Todos estes meios que o Senhor Jesus Cristo nos deu para a salvação e para a atração da Sua Graça devem ser vistos não como fórmulas mágicas, e sim, como condutores da benevolência de Deus, mostrada a nós para o fortalecimento da fé e da vida virtuosa. O cristão deve viver cheio do poder do Espírito Santo (Ef 5, 18).

Vitória Absoluta

A Sagrada Escritura prevê que antes do fim do mundo a atividade dos espíritos caídos aumentará consideravelmente (cf. 1 Tm 4,1-3; 2 Tm 3, 1-9; 4, 1-5; 2 Pd 2,1-3).  Nestes tempos, muitos vão perder a sua fé, dedicar-se ao ocultismo e servir abertamente aos demônios. Com pena das pessoas que estarão perecendo, o Senhor tentará admoestar os pecadores através de diversos flagelos, mas a maioria irá se comportar como se fosse cega e surda, – os que “não fizeram penitência dos seus homicídios, nem dos seus malefícios, nem da sua fornicação, nem dos seus furtos” (Ap 9, 21).

Virá o tempo, quando satanás que até então era detido pela força do Cristo Ressuscitado, ganhará por um curto período, uma certa liberdade para tentar os homens que afastaram-se de Deus. O Livro da Revelação no seu vigésimo capitulo estima todo o período a partir da Ressurreição de Cristo até a o fim do mundo pelo número simbólico de mil anos. O Apóstolo São João viu na sua aparição profética: “Vi descer do céu um anjo que tinha na sua mão a chave do abismo e uma grande corrente. Prendeu o dragão, a serpente antiga, que é o demônio e satanás, e amarrou-o por mil anos; meteu o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não seduza mais as nações até o que completarem os mil anos. Depois disto, deve ser solto por um pouco de tempo… e sairá e seduzirá as nações…” (Ap 20,1-8).

Segundo a opinião dos Santos Padres, a prisão refere-se ao momento da Ressurreição de Cristo, quando satanás perdeu seu antigo poder sobre os pecadores, resgatado pelo Sangue de Cristo e, deste modo, tornou-se limitado, “acorrentado” na sua atividade no mundo. “Mil anos” inclui todo o período desde a Ressurreição de Cristo até os tempos do fim do mundo, quando satanás, aproveitando o afastamento dos homens da sua fé, ganhará novamente o poder sobre eles. Mas, só durante um tempo curto. Nestes dias, conforme a visão do livro da Revelação, seus espíritos, qual gafanhotos infernais vão encher a atmosfera, a qual os homens respiram – o que quer dizer – eles se infiltrarão em todas as esferas da vida da sociedade humana. “Subiu uma fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha, e escureceu-se o sol e o ar com a fumaça do poço. Da fumaça do poço saíram gafanhotos para a terra, e foi lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra… tinham sobre si como rei o anjo do abismo, chamado em hebraico Abadon e em grego Apollion (Exterminador)… Ai da terra e do mar, porque o demônio desceu a vós com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo” (Ap 9, 2-11, 12, 12).

Na pressa de levar à perdição o maior número possível de seres humanos, o diabo delegará todo seu poder ao Anticristo (regente do mundo e inimigo do cristianismo). “A vinda dele é por obra de satanás, com todo o poder, com sinais e prodígios mentirosos” (2 Ts 2, 9). O seu principal ajudante, o falso profeta, por meio de vários milagres falsos vai encantar os homens “e operar grandes prodígios, de sorte que até fez fogo do céu sobre a terra à vista dos homens.” (Ap 13, 13). Evidentemente que não serão milagres verdadeiros, mas diversos truques aperfeiçoados, executados com ajuda de espíritos imundos (Ap 16, 14).

Estes tempos serão marcados pelas perseguições excepcionalmente ferozes aos fiéis. Devido à falta de fé e à depravação da humanidade, ao Anticristo será facilitado “fazer guerra aos santos e vencê-los” (Ap 13, 7). Porém, este sucesso será apenas superficial e aparente. A própria Igreja permanecerá inabalável segundo a promessa do Senhor: “edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt 16, 18).

Mas o próprio sucesso do diabo nestes tempos será o prenúncio do seu fim. Enfim, as antigas profecias serão cumpridas: “Naquele dia o Senhor armado com a sua espada dura, grande e forte, visitará leviatã, essa serpente robusta, leviatã, essa serpente tortuosa, e matará a baleia, que está no mar” (Is 27, 1). Conhecedor dos mistérios, o apóstolo São João, o Teólogo, viu numa aparição profética como a “besta foi presa e com ela o falso profeta, que fez prodígios na sua presença,… foram ambos lançados vivos no tanque de fogo a arder com enxofre… depois disso… o demônio que os seduzira, será posto no tanque de fogo e de enxofre onde também a besta e o falso profeta serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos” (Ap 19, 21; 20,10).

Assim, será a destruição do soberbo Lúcifer, que porá fim aos espíritos renegados junto com ele e de todo a seu reino sombrio! Com o lançamento deles à Geena terminarão todas as tentações, a violência, as mentiras e toda a espécie de mal no mundo, advindo à felicidade eterna dos salvos. Este tempo de júbilo está se aproximando, porém nós precisamos ser especialmente vigilantes para guardar nossa devoção a Cristo e manter fervorosa a nossa fé afim de não sermos arrastados pela correnteza das tentações que satanás dirigirá contra a humanidade às vésperas de sua derrota definitiva. “Aquele que vencer, eu o farei sentar comigo no Meu trono, assim que Eu também venci e me sentei com Meu Pai no Seu trono” (Ap 3, 21).

Conclusão

Em nossa era o perigo do ocultismo e toda rede do sobrenatural enganoso aumentou porque ele é oferecido como prática da espiritualidade religiosa e até mesmo cristã. A cilada se encontra numa eclesiologia, aparentemente cristã com as ditas práticas renovadas com as misturas de paganismos, cristianismo e a pseudociência. O engano fatal é a boçalidade entre a sadia espiritualidade cristã com o espiritualismo eclético. Dentro desse contexto estão o pentecostalismo, o neopentecostalismo e o comércio do movimento gospel.

O que leva então ao endemoninhamento e quem dá o direito ao mau espírito de apossar-se do ser humano e torturá-lo? Segundo a opinião do professor Dr. Kurt Koch, pesquisador alemão, pastor, que dedicou mais de quarenta anos a este assunto e é autor de uma série de destacados trabalhos neste gênero de pesquisa, – na totalidade dos casos que chegaram ao seu conhecimento, a causa do endemoninhamento residiu no interesse pelo ocultismo: ou a pessoa numa certa época de sua vida praticou-o, ou ela recorreu aos serviços de ocultistas, ou ainda alguém da sua família dedicou-se a esta prática. Sob o ocultismo entendemos a invocação de espíritos, o espiritismo como tal, a cartomancia e a procura de serviços de cartomantes, a yoga, terapias alternativas por “extrassensos,” magia “branca” e “negra”; de um modo geral qualquer atividade que tem por fim a obtenção de préstimos dos espíritos degradados. (mesmo sem dar-se conta disto). Deste modo, os que se dedicam a práticas de ocultismo expõem ao perigo não somente a si mesmos, como também os seus filhos e netos.

No nosso tempo, marcado pelo afastamento do cristianismo e do crescimento acentuado do interesse pelo ocultismo, cada vez mais aumenta o número dos que se sujeitam à dominação violenta pelos maus espíritos. Os psiquiatras sentem-se constrangidos em reconhecer a existência dos demônios e como regra, incluem as manifestações do endemoninhamento no rol das doenças de natureza psíquica. O homem que possui fé deve, porém, compreender que nem os remédios, nem os recursos psicoterapêuticos podem afastar os maus espíritos. Aqui se faz necessária a força Divina. (Kurt E. Koch, – “Demonology Past and Present,” Kregel Publ. Grand Rapids, Michigan, 1973, pp. 31-52).

Em resumo, – o diabo e os demônios são reais e não seres imaginários, que representam para nós grandes e constante perigo. Apesar de não dispor de poder sobre os que creem em Cristo, eles se aproveitam da vulnerabilidade do homem aos pecados para escravizá-los e empurrar a vários crimes. É preciso lembrar-se sempre de que os espíritos caídos são muito ardilosos na arte da tentação dos seres humanos e possuem experiência enorme. Eles dedicam todo o seu tempo e esforços para nos separar do senhor e nos arruinar. O Senhor Jesus limita as suas atividades e protege-nos das suas artimanhas. Porém, Ele deixa sermos tentados para o nosso próprio bem, – para que não nos tornemos preguiçosos, mas vivamos vigilantes e num crescimento espiritual constate.

O Senhor Jesus Cristo nos deu meios potentes para podermos rechaçar os maus espíritos: Seu Santo Nome, as preces, a Cruz, a água benta e, – sobretudo a Santíssima Eucaristia. Usemos estes meios e vivamos para o bem, até que alcancemos o sereno ancoradouro do Reino Celeste. O verdadeiro cristão está livre do reino das trevas, porque a sua defesa, segurança e conhecimento se encontra na Sagrada Escritura, no Catecismo Católico, nos Padres da Igreja (Patrologia e Patrística), nos Santos, nos Doutores da Igreja, na oração e no serviço da nossa comunidade. A marca do cristão vitorioso: amor, comunhão e santificação (Hb 12, 14).

Seguem Algumas Orações Contra os Maus Espíritos:

Prece para a santa Cruz

Que o Senhor Deus  dispersem os Seus inimigos e que fujam da Sua face os que o odeiam. Que desvaneçam como desvanece a fumaça e como se derrete a cera, assim pereçam os demônios perante a face dos que amam a Deus e benzendo-se com o sinal da Cruz dizem alegremente: jubila-te veneradíssima e vivificante Cruz do Senhor, que enxotas os demônios pela força de Cristo, sobre Ti crucificado, Que desceu ao inferno e calcou a força diabólica e deu-nos a Sua honradíssima Cruz para afugentar todo inimigo. Ó gloriosa e vivificante Cruz do Senhor, – junto com a Santa Senhora Mãe de Deus e com todos os Santos ajuda-me em todos os tempos. Amém.

Oração de São Basílio Magno

(Que o sacerdote profere sobre alguém que padece por causa dos demônios)

Deus dos deuses e Senhor dos senhores! Criador das hostes ígneas das forças imateriais! Que fizeste tudo o que está no Céu e abaixo dele. A Quem nenhum homem pôde ver e nem pode. Aquele, perante a Quem treme toda a criação. O arcanjo que se tornou orgulhoso Tu precipitaste à terra junto com os anjos que Te renegaram, e assim por sua malvadeza tornaram-se demônios, – prendeste-os nas profundezas do inferno. Fazei esta conjuração em Teu temível Nome ser terrificante para o dono do mal e os espíritos que junto com ele foram banidos da claridade celeste. Coloca-o em fuga, ordena afastar-se daqui sem causar dano algum aos que agora estão assinalados pela Santa Cruz. Que segundo Teu mando estes servos Teus recebam o signo do poder de pisar sobre as serpentes e escorpiões e toda a força inimiga. Pois toda criatura viva magnifica e com temor canta e glorifica Teu Nome; do Pai, do Filho e do Espírito Santo, agora e sempre e em séculos dos séculos. Amém.

Recitar o Salmo 90, Oração do Anjo da Guarda e a Oração do Pai-Nosso.

Pe. Inácio José do Vale, pesquisador de Seitas, professor de História da Igreja Instituto de Teologia Bento XVI, sociólogo em Ciência da Religião E-mail: pe.inacio.jose@hotmail.com