Por Orlando Fedeli,
1-
Introdução
Um amigo pediu-me que estudasse
com ele o que Padre João Batista Libânio disse do Concílio Vaticano II, numa
conferência intitulada Contextualização
do Concílio Vaticano II e seu desenvolvimento, publicada no site da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS.
Apresento, então, aos leitores do
site Montfort, as considerações a que cheguei, e julguei convenientes e
oportunas comunicar a esse amigo.
2 – As
duas leituras do Concílio Vaticano II
Como de outro livro que analisei
de Padre Libânio, devo salientar que o texto desse sacerdote revela
inteligência e estudo. Disseram-me que padre Libânio é parente de Frei Betto.
Pois não parece de modo algum, tal a disparidade entre eles. Se eles são primos
entre si, então deve ser como os números 23 e 17, que nada têm a ver um com o
outro. Não há denominador comum inteligente entre os dois...
Antes de tudo, é preciso destacar
que Padre João Batista Libânio concorda com Bento XVI de que houve duas
interpretações fundamentais do Concílio Vaticano II: uma a do ”espírito do Vaticano II” que
desejava uma ruptura com a doutrina anterior; outra a da “letra do
Vaticano II”, ou da “continuidade” com a doutrina de sempre.
Padre Libânio se confessa um
seguidor do chamado “espírito do Concílio”, que o Papa Bento XVI
condenou na sua famosa e importantíssima conferência de Regensburg (Ratisbona),
pois diz :
“Houve duas ondas interpretativas [do Vaticano II]. A primeira, que se levantou logo depois do
Concílio, sensível e desejosa de mudanças, leu os textos sob o prisma da
novidade, da ruptura, como fizemos preferencialmente nesta conferência”. (J.B.Libânio,
Contextualização do Concílio Vaticano
II e seu desenvolvimento, UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS .
UNISINOS, no texto abaixo citado, p.30).
Assume Padre Libânio que lê o
Concílio Vaticano II segundo a “hermenêutica da ruptura” com relação à
doutrina de sempre da Igreja.
Essas duas leituras ou
hermenêuticas mencionadas do Vaticano II tiveram raiz no fato de que Paulo VI
querendo votações maciças a favor dos documentos conciliares, ficou necessário
escrever textos ambíguos, susceptíveis de dupla interpretação, a fim de captar
os votos dos Bispos conservadores, que manifestavam susto ou resistência ao que
era proposto no Concílio:
A Igreja Católica
quando era conservadora tinha muito mais adeptos! Quem necessita de uma igreja que,
quando não está em cima do muro, está atolada na lama do inferno comunista? Anon,
SSXXI
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