Por Eguinaldo
Hélio Souza.
O
marxismo autêntico sempre odiou e sempre odiará o cristianismo autêntico. Se
não puder pervertê-lo, então terá que matá-lo. Sempre foi assim e sempre será
assim.
E por
que essa oposição manifestada ao cristianismo por parte do marxismo? Por que o
ódio filosófico, a política anticristã, a ação assassina direcionada aos
cristãos? Por que o país número um em perseguição ao cristianismo não é
muçulmano e sim a comunista Coréia do Norte?
As
pessoas se iludem quando pensam no marxismo como doutrina econômica ou
política. Economia e política são meros pontos. Marx não acreditava ter apenas
as resposta para os problemas econômicos. Acreditava ter todas as respostas
para todos os problemas.
Marxismo
na verdade é uma crença, uma visão de mundo, uma fé. O socialismo nada mais é
do que a aplicação dessa fé por um governo totalitário. O comunismo, por sua
vez, é apenas a escatologia marxista, o suposto mundo paradisíaco que brotaria
de suas profecias.
E esta
fé não apresenta o caráter relativista de um hinduísmo ou de um budismo. Tendo nascido
dos pressupostos cristãos, o marxismo roubou seus absolutos e se apresenta como
a verdade absoluta, como o único caminho para redenção da humanidade. E ainda
que tenha se apossado dos pressupostos cristãos, inverteu tais pressupostos
tornando-se uma heresia anticristã.
No
lugar do teísmo o ateísmo, no lugar da Providência Divina o materialismo
dialético. Ao invés de um ser criado à imagem e semelhança de Deus, um primata
evoluído cuja essência é o trabalho, o homo economicus. O pecado é a propriedade
privada, o efeito do pecado, simplesmente a opressão social. O instrumento
coletivo para aplicar a redenção não é a Igreja, mas o proletariado, que
através da ditadura de um Estado “redentor” conduziria o mundo a uma sociedade
sem classes. E o resultado seria não os novos céus e a nova terra criados por
Deus, mas o mundo comunista futuro, onde o Estado desaparecerá, as injustiças
desaparecerão e todo conflito se transformará em harmonia. Está é a fé
marxista, um evangelho que não admite rival, pois assim como dois corpos não
ocupam o mesmo espaço, duas crenças igualmente salvadoras não podem ocupar o
mesmo mundo, segundo o marxismo real.
Sim, o
comunismo de Marx era um evangelho, a salvação para todos os conflitos da
existência, fosse o conflito entre homem e homem, homem e natureza, nações e
nações. Assim lemos em seus Manuscritos de Paris:
O
comunismo é a abolição positiva da propriedade privada e por conseguinte da
auto-alienação humana e, portanto, a reapropriação real da essência humana pelo
e para o homem… É a solução genuína do antagonismo entre homem e natureza e
entre homem e homem. Ele é a solução verdadeira da luta entre existência e
essência, entre objetivação e auto-afirmação, entre liberdade e necessidade,
entre indivíduo e espécie. É a solução do enigma da história e sabe que há de
ser esta solução.
E como
o marxismo nega qualquer transcendência, qualquer realidade além desta
realidade, seu “paraíso” deve se realizar neste mundo por meio do controle
total. Não apenas o controle político e econômico, mas o controle social,
ideológico, religioso. Não pode haver rivais. Não pode haver cristãos dizendo
que há um Deus nos céus a quem pertencem todas as coisas e que realizou a
salvação através da morte e ressurreição de Cristo. Não pode haver outra visão
de mundo que não a marxista, não pode haver outra redenção senão aquela que
será trazida pelo comunismo. O choque é inevitável.
Está é
a raiz do ódio marxista ao cristianismo. Seu absolutismo não permite
concorrência. David H. Adeney foi alguém que viveu dentro da revolução maoísta
(comunista) na China. Ele era um missionário britânico e pode ver bem de perto
o choque entre marxismo e cristianismo no meio universitário, onde trabalhou.
Chung Chi Pang, que prefaciou sua obra escreveu:
“(…) a
fé cristã e o comunismo são ideologicamente incompatíveis. Assim, quando alguém
chega a uma crise vital de decisão entre os dois, é inevitavelmente uma questão
de um ou outro (…) [o autor] tem experimentado pessoalmente o que é viver sob
um sistema político com uma filosofia básica diametralmente oposta à fé cristã”
Os
marxistas convictos sabem da incompatibilidade entre sua crença e a fé cristã.
Os cristãos ainda se iludem com uma possível amizade entre ambos. “… para Marx,
de qualquer forma, a religião cristã é uma das mais imorais que há”. (Mclellan,
op. Cit., p.54). E Lenin, que transformou a teoria marxista em política real,
apenas seguiu seu guru:
“A
guerra contra quaisquer cristãos é para nós lei inabalável. Não cremos em
postulados eternos de moral, e haveremos de desmascarar o embuste. A moral
comunista é sinônimo de luta pelo robustecimento da ditadura proletária”
Assim
foi na China, na Rússia, na Coreia do Norte e onde quer que a fé marxista tenha
chegado. Ela não tolerará o cristianismo, senão o suficiente para conquistar a
hegemonia. Depois que a pena marxista apossar-se da espada, então essa espada
se voltará contra qualquer pena que não reze conforme sua cartilha.
Os
ataques aos valores cristãos em nosso país não são fruto de um acidente de
percurso. É apenas o velho ódio marxista ao cristianismo, manifestando-se no
terreno das ideias e das discussões, e avançando no terreno da legislação e do
discurso. O próximo passo pode ser a violência física simples e pura. Os
métodos podem ter mudado, mas sua natureza é a mesma e, portanto, as
conseqüências serão as mesmas.
Se
nós, cristãos, não fizermos nada, a história se repetirá, pois como alguém já
disse, quem não conhece a história tende a repeti-la. E parece que mesmo quem a
conhece tende a repeti-la quando foi sendo anestesiado pouco a pouco pelo
monóxido de carbono marxista. Será que confirmaremos a máxima de Hegel, que
afirmou que a “história ensina que não se aprende nada com ela”?
Fonte:
Libertar.in - Via: http://portalconservador.com/
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