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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Falácias dos Ambientalistas, terrorismo ambiental e a escassez da água doce


Um mapa-múndi das águas subterrâneas
Este é o primeiro mapa-múndi das águas subterrâneas.[Imagem: Karyn Ho]

Mapa-múndi das águas subterrâneas

Pela primeira vez desde que um cálculo do volume mundial das águas subterrâneas foi tentado na década de 1970, um grupo internacional de hidrólogos produziu a primeira estimativa das reservas totais de águas subterrâneas da Terra.

Com a crescente demanda global por água - especialmente tendo em vista as mudanças climáticas - este estudo fornece informações importantes para os gestores de recursos hídricos e desenvolvedores de políticas, bem como para pesquisas de campo, na hidrologia, ciência atmosférica, geoquímica e oceanografia.

A equipe, liderada por Tom Gleeson, da Universidade de Vitória, no Canadá, usou vários conjuntos de dados (incluindo dados de perto de um milhão de bacias hidrográficas) e mais de 40.000 modelos de águas subterrâneas para compor o mapa-múndi das águas subterrâneas.

Os cálculos estimam um volume total de cerca de 23 milhões de quilômetros cúbicos de água subterrânea - muito próximo da estimativa feita há 40 anos.

Para comparação, se fosse possível retirar essa água e depositá-la sobre a parte seca da Terra, ela poderia produzir um dilúvio que cobriria todos os continentes com uma profundidade de 180 metros - ou poderia elevar os níveis do mar em 52 metros se fosse espalhada sobre o globo inteiro.

Idade das águas

Do total das águas subterrâneas da Terra, apenas cerca de 0,35 milhão de quilômetros cúbicos é mais jovem do que 50 anos de idade.

Essa fração de "água jovem" recarrega-se através das chuvas e dos cursos d'água em uma escala temporal de algumas décadas, representando assim a parte potencialmente renovável das águas subterrâneas. Segundo Gleeson, as águas mais profundas são salgadas demais, isoladas e estagnadas, e deveriam ser vistas como recursos não-renováveis.

O volume da água subterrânea moderna supera todos os outros componentes do ciclo hidrológico ativo e é um recurso renovável. Contudo, como está mais perto das águas de superfície e se move mais rapidamente do que as águas subterrâneas antigas, ela é também mais vulnerável às alterações climáticas e à contaminação por atividades humanas.

Bibliografia:The  global volume and distribution of modern groundwater
Tom Gleeson, Kevin M. Befus, Scott Jasechko, Elco Luijendijk, M. Bayani Cardenas
Nature Geoscience
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/ngeo2590

Fonte: Site Inovação Tecnológica



A água doce é um recurso escasso?

Se fosse possível retirar essa água e depositá-la sobre a parte seca da Terra, ela poderia produzir um dilúvio que cobriria todos os continentes com uma profundidade de 180 metros.

Certa feita, visitando a catedral católica de uma cidade do oeste do Paraná, chamou-me a atenção o esmero com o qual duas senhoras tentavam arrumar uma montagem com papéis coloridos no fundo do templo.

Quando cheguei perto, fiquei pasmo. O tema era a Campanha da Fraternidade falando que a água doce é um recurso cada vez mais raro, escasso e caro.

Não preciso dizer o quanto chove no Paraná. Nem toda a água doce do rio do mesmo nome. Nem tampouco toda a água do Iguaçu que cai na foz desse rio, tão visitado por pessoas do mundo inteiro pela sua grandiosidade.

Leia mais aqui.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Informação, contra informação e desinformação: Acreditar ou não acreditar no ex-agente da ex-KGB Mihai Pacepa.

Ao expor esses dois artigos abaixo e de forma comparativa, o objetivo do Subversivo do Século XXI não é jogar lenha ou água fria na fogueira, pois tudo que vem de agentes ou de ex-agentes da CIA ou da FSB (ex-KGB) deve ser analisado com cautela, frieza e parcimônia, digo isso, para que o seu suposto entendimento não caia no simplíssimo das dialéticas antagônicas. O mesmo deve ser dito de certos agentes de Roma. Então, em quem e no que acreditar?! Nesse campo, a dúvida já pode ser considerada um bom caminho! Anon, SSXXI

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Magia Negra da Desinformação

Por Carlos I. S. Azambuja

O texto abaixo é o resumo de um dos capítulos do livro “Desinformação”, escrito pelo Tenente-General Ion Mihai Pacepa – foi chefe do Serviço de Espionagem do regime comunista da Romênia. Desertou para os EUA em julho de 1978, onde passou a escrever seus livros, narrando importantes atividades do órgão por ele chefiado, e que influenciaram diretamente alguns momentos históricos do Século XX -, e pelo professor Ronald J. Rychlak - advogado, jurista, professor de Direito Constitucional na Universidade de Mississipi, consultor permanente da Santa Sé na ONU, e autor de diversos livros -. O livro foi editado no Brasil em novembro de 2015 pela editora CEDET.

Faz muitos anos que escapei daquela sociedade mal conhecida como império soviético e vim para os EUA, a terra dos meus sonhos de juventude. Milhões de pessoas ao redor do mundo se tornaram cidadãos deste país único. Soou um dos afortunados que o conseguiram. Ainda hoje me é difícil encontrar palavras apropriadas para expressar minha gratidão ao governo americano por ter generosamente me dado asilo político, a despeito do meu cargo no topo da comunidade dos serviços de Inteligência soviéticos.

Em 1981 me casei com uma verdadeira patriota americana, escritora magnífica e excelente lingüista. Mari Lou me ajudou a me tornar um verdadeiro americano e passou os melhores anos de sua vida me ajudando a dominar o inglês e a sobreviver, apesar das duas sentenças de morte postas sobre minha cabeça e das recompensas multimilionárias pelo meu couro. Também me ajudou, dia após dia, a construir uma nova vida sob uma nova identidade de segurança, fornecida pela CIA. Não foi fácil para Mary Lou, já que o homem que iria habitar esta nova pele não tinha nenhum passado verdadeiro sobre o qual falar, ou amigos de outros tempos com os quais contar.


Após a CIA descobrir que o serviço de espionagem de Muammar Gaddafi conseguira persuadir dois ex-funcionários da CIA – que escaparam de ser presos, desertando para a Líbia – a fornecer informação interna da agência sobre meu paradeiro em troca de 1 milhão de dólares, a CIA me deu uma nova identidade e, mais uma vez, começamos nova vida do zero. Novo nome, novo passado, nova cidade, nova casa, novos clubes, novos amigos.


O meu primeiro livro foi “Horizontes Vermelhos”. Em 1987, o deputado federal Frank Wolf e o falecido senador Jesse Helms levaram para o presidente Reagan a primeira cópia impressa do “Horizontes Vermelhos”, que o teria chamado de “minha bíblia para lidar com ditadores”.


No dia 11 de março de 1989, uma foto na revista Time mostrou “Horizontes Vermelhos” na mesa do presidente George Herbert Walker Bush.

A data de 28 de julho de 1989 foi o mais importante ponto de referência da minha nova vida. Nesse dia me tornei cidadão americano. Também nesse dia a CIA distinguiu-me como a única pessoa no mundo ocidental a ter demolido sozinha todo um serviço de espionagem inimigo – o mesmo que eu administrara. E recebi a seguinte carta, assinada pelo diretor de Operações da CIA. Essa carta tornou-se o presente mais importante que recebi em toda a minha vida:

“Querido Tenente-General Ion Pacepa

Você deu uma contribuição importante e única aos EUA, da qual você só pode se orgulhar. Assim, tenho grande prazer, nesta ocasião importante e solene, de lhe desejar felicidade e realizações neste país na condição de cidadão americano”.

Em 9 de novembro de 1989, enquanto eu estava sentado diante da televisão vendo o Muro de Berlim ir abaixo, meus olhos se encheram de lágrimas. Eu estava inacreditavelmente orgulhoso de ser um cidadão dos EUA. O mundo inteiro estava expressando sua gratidão a este grande país por seus 45 anos da vitoriosa Guerra Fria contra o marxismo e o império soviético.

No Natal de 1989, o tirano Nicolae Ceauscescu foi executado ao fim de um julgamento no qual as acusações vieram quase que palavra por palavra de “Horizontes Vermelhos”. Em 1 de janeiro de 1990, o novo jornal romeno Adevarul (”A Verdade”) começou uma publicação seriada do meu livro.

Na matéria principal, o jornal explicava que a transmissão em programa seriado do livro pela rádio Europa Livre desempenhara um papel incontestável na derrubada de Ceauscescu. De acordo com um programa da rádio Romênia Internacional, “as ruas das cidades romenas ficavam vazias” durante a transmissão seriada do meu livro.

“Horizontes Vermelhos” veio a ser publicado em 27 países e, em 2010, o Washington Post recomendou que fosse incluído na lista de livros que deveriam ser lidos nas escolas, ao lado de “Testemunha”, de Withaker Chambers¹.

Enfim, continuei escrevendo.

A Desinformação causou danos mundiais à reputação dos EUA e agora está fincando raízes nesse e em outros países. Para combatermos essa arma invisível, primeiro temos que reconhecê-la e o que ela é e decifrar sua missão velada, uma vez que é costumeiramente apresentada em vestes civis inócuas, assim como os terroristas que mataram 34 mil americanos no 11 de setembro.

Este é o propósito do livro DESINFORMAÇÃO.

(*)David Whittaker Chambers  foi um escritor e editor norte-mericano. Após seus primeiros anos como membro do Partido Comunista e da espionagem soviética, renunciou ao comunismo, tornou-se um oponente franco, e testemunhou no processo em que Alger Hiss foi condenado por perjúrio e espionagem. Ele descreveu esses eventos em seu livro Testemunha, publicado em 1952.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador e Autor do livro “A Hidra Vermelha”.
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"Desinformação" e uma fonte duvidosa

Por Victor Gaetan

A era soviética é um capítulo profundamente trágico na história da Igreja Católica.

Embora o Cristianismo triunfou — a perspectiva do Evangelho acerca da dignidade individual derrotou o materialismo e a luta de classes de Marx — perdemos muito: milhares de cristãos devotos, inclusive bispos assassinados e presos, propriedades da Igreja Católica confiscadas e destruídas, gerações de católicos que não foram catequizados e a supressão dos sacramentos.

Nenhum livro abrangente foi ainda escrito sobre a visão e bravura da Igreja Católica contra o comunismo (embora o papel central do Bendito João Paulo II tenha sido bem descrito em alguns).

Mas um livro recente dizendo-se capaz de oferecer novas informações sobre essa parte da história em vez disso traz confusão e exageros.

“Disinformation: Former Spy Chief Reveals Secret Strategies for Undermining Freedom, Attacking Religion and Promoting Terrorism” (Desinformação: Ex-Chefe de Espiões Revela Estratégias Secretas para Minar a Liberdade, Atacar a Religião e Promover o Terrorismo), escrito pelo ex-tenente-geral romeno Ion Mihai Pacepa e por Ronald Rychlak, professor de direito da Universidade do Mississippi, é marcado por erros significativos que falsificam tanto a história quanto os desafios contemporâneos que a Igreja Católica enfrenta.

Uma estranheza acerca de “Desinformação” é sua autoria. Os autores são especificados, mas só um faz a narração. Pacepa é uma ex-autoridade comunista intensamente polêmica cuja deserção para os Estados Unidos em 1978 ainda não é bem compreendida. Pacepa, de 84 anos, nunca aparece em público, não responderá a perguntas por telefone e responde a emails apenas por terceiros, um dos quais me disse: “Nem sei se ele existe!”

Seu coautor é Ronald Rychlak, um professor de direito católico mais bem conhecido por seu livro “Hitler, the War and the Pope ” (Hitler, a Guerra e o Papa), uma defesa bem pesquisada do histórico do Papa Pio XII durante a 2ª Guerra Mundial. Em “Desinformação,” campanhas esquerdistas para difamar o Papa Pio são apresentadas como um exemplo da máquina de propaganda do Kremlin.

O que Rychlak contribui, extraído de sua obra anterior sobre o Papa Pio, parece sólido; o que Pacepa acrescenta, extraído de seu passado sórdido como capanga e estrategista stalinista por 27 anos na Romênia, é na melhor das hipóteses questionável.

A História e Pacepa

Seis anos atrás, Pacepa revelou um relato preocupante de que ele ajudou a KGB a se infiltrar nos Arquivos Secretos do Vaticano para roubar documentos a fim de incriminar falsamente o Papa Pio XII.

No artigo “Moscow’s Assault on the Vatican” (O Ataque de Moscou ao Vaticano), publicado em 2007, Pacepa afirmou estar convencido de que o monsenhor Agostino Casaroli, diplomata lendário do Vaticano — posteriormente cardeal e secretário de Estado sob o Papa João Paulo II — permitiu que três agentes romenos, posando de padres, examinassem os arquivos papais.

Sob análise, a história de Pacepa começou a se desfazer, com dúvidas expressas por historiadores e especialistas do Vaticano.

Então a razão que Pacepa afirmou para ter credibilidade junto ao Vaticano se desmoronou: Ele disse que havia criado um “negócio de espiões” em 1959, trocando Augustin Pacha, arcebispo romeno preso, por dois espiões apanhados na Alemanha Ocidental. Mas o arcebispo Ioan Robu de Bucareste mostrou fotos da cripta do bispo de 1954, explicando que o homem heroico já estava morto quando Pacepa afirmou tê-lo libertado.

Em “Desinformação,” Pacepa tenta de novo vender a história da infiltração no Vaticano. O livro não acrescenta nenhuma evidência nova para apoiar as alegações dele. Contudo, “Desinformação” acrescenta combustível para um debate permanente acerca o próprio passado de Pacepa.

O Envolvimento de Casaroli

Uma das afirmações surpreendentes que Pacepa faz, no artigo e no livro, é que, numa reunião face a face em Genebra, o monsenhor Casaroli concordou “em princípio” dar à Romênia um empréstimo sem juros de 1 bilhão de dólares em troca da restauração de plenas relações diplomáticas com o Vaticano — relações que foram rompidas de modo dramático em 1950, quando a Romênia expulsou o núncio apostólico.

Ao lançar suspeitas sobre o caráter e a capacidade do cardeal Casaroli discernir, Pacepa mina a integridade de toda a estratégia do Vaticano entre 1963 e 1989 conhecida como “Ostpolitik.”

Essa política envolvia manter diálogo com governos comunistas a fim de ajudar a Igreja Católica e seus membros perseguidos atrás da Cortina de Ferro sem legitimar ditaduras. Em sua autobiografia, o cardeal Casaroli descreveu esse esforço como “excepcionalmente difícil.”

O Vaticano estava convencido de que a repressão comunista acabaria levando à queda da ideologia inteira. O cardeal Casaroli comparou o comunismo a uma árvore imensa que parece grande e poderosa, mas que por dentro está apodrecendo.

De acordo com o cardeal Achille Silvestrini, que auxiliava o cardeal Casaroli, o emissário trabalhou diretamente para três papas em tarefas específicas; ele não era um negociante embusteiro fazendo negociações suspeitas com oportunistas comunistas de nível médio.

“O cardeal Casaroli começou em 1963, de um modo muito organizado, como resultado de muita ponderação no nível mais elevado. É impossível que ele tenha conversado sobre dinheiro ou um empréstimo com esse homem [Pacepa] ou usado seu escritório para facilitar espiões,” o cardeal Silvestrini disse ao Register.

De acordo com o monsenhor Gabriele Caccia, assessor da Secretaria de Estado da Santa Sé, nunca se fez nenhum empréstimo para a Romênia.

Os cardeais Giovanni Cheli e Luigi Poggi, diplomatas do Vaticano, estavam envolvidos em negociações com a Romênia e o bloco soviético. O cardeal Cheli chamou as alegações de Pacepa de “cenários mentirosos,” enquanto o cardeal Poggi os declarou “produtos de uma mente e alma perturbadas.”

O arcebispo Robu, que foi consagrado pelo cardeal Casaroli, enfaticamente chama de falso o que Pacepa disse: “Saberíamos, estaria em nossas memórias, se espiões romenos ganhassem acesso aos Arquivos do Vaticano. Não aconteceu.”

Profundamente anti-russo

No geral, “Desinformação” é agressivamente anti-russo. Pacepa não faz diferença entre a era soviética e a era pós-comunista.

A descrição cáustica que Pacepa faz da Rússia e da Igreja Ortodoxa hoje contradiz de modo direto a política do Vaticano. O Vaticano vê a Rússia, junto com a Europa e a América Latina, como parte da civilização ocidental — e um baluarte contra as tendências anticristãs.

O Papa Bento 16 estabeleceu plenas relações diplomáticas com a Rússia e diálogo intenso com a Igreja Ortodoxa (que representa 71% da população da Rússia), que está experimentando um renascimento. As duas igrejas estão mais próximas hoje do que talvez em qualquer tempo desde o Cisma Oriente-Ocidente de 1054.

Em “Desinformação,” Pacepa atribui tudo a operações da KGB, desde conspirar para assassinar o presidente americano John F. Kennedy até provocar o nascimento do extremismo islâmico. Em cada cenário, ele se retrata como alguém que viu com os próprios olhos a história — quando sua verdadeira patente e descrição de cargo nunca explicariam acesso a esses eventos e decisões.

A Vizinhança que O Conhece

Larry Watts, historiador americano e especialista em inteligência que assessorou o governo romeno pós-comunista acerca de como impor controle sobre as agências de espionagem da Romênia (e fazê-las ficar em conformidade com as normas da OTAN), publicou um estudo importante sobre o relacionamento da Romênia com a União Soviética, “With Friends Like These: The Soviet Bloc’s Clandestine War Against Romania” (Com Amigos Assim: A Guerra Clandestina do Bloco Soviético contra a Romênia), em 2010, com base em pesquisas extensas em arquivos da Alemanha Oriental, União Soviética e Romênia.

Watts conclui que Pacepa deve ter sido um espião da KGB, em grande parte pelo modo como ele tentou abalar o relacionamento entre EUA e Romênia quando ele desertou para os Estados Unidos em 1978, fazendo negociações mediante o argumento de que a Romênia era um cavalo-de-troia dos interesses soviéticos.

A hipótese de Watts acerca de Pacepa foi recebida como uma bomba na Romênia, principalmente porque significa que ele é um traidor: Um agente soviético trabalhando na Romênia, principalmente depois de 1958, estaria dirigindo eventos contra as preferências e interesses da Romênia.

Dois meses atrás, um simpósio importante num museu de Bucareste foi realizado com o título “O Arquivo Pacepa.” O simpósio reuniu intelectuais, historiadores, jornalistas e políticos que lidaram com assuntos em torno de Pacepa, inclusive se ele era um agente da KGB ou não.

Um assunto foi a credibilidade de Pacepa, considerando o papel dele como iniciador de crimes contra opositores anticomunistas. De acordo com Dinu Zamfirescu, assessor científico do presidente do Instituto de Investigação de Crimes Comunistas e autoridade da CNSAS, Pacepa assinou ordens para incriminar falsamente e assassinar anticomunistas exilados.

O documento oficial Plan de Masuri (Planos Operacionais contra um Alvo), assinado por Pacepa, ordenava “intimidação frequente e a aplicação de medidas físicas corretivas” contra funcionários da Rádio Europa Livre. A CNSAS concluiu em 2006 que Pacepa era um agente da polícia política comunista da Romênia.

Quando perguntado em 2007 pelo serviço noticioso Zenit o que ele achava da história de Pacepa, o Pe. Peter Gumpel, relator do caso da canonização do Papa Pio XX, explicou seu ceticismo, dizendo: “É necessário levar em consideração que os espiões precisam justificar sua existência e precisam dar valor a coisas que têm pouca ou nenhuma importância.”

Apesar da intenção de defender o Papa Pio XII, a pose de Pacepa em “Desinformação” é audaciosa e insincera. Os leitores precisam tomar cuidado.

Victor Gaetan, que vive em Washington, é correspondente do National Catholic Register (Registro Católico Nacional). Ele é colunista da revista Foreign Affairs (Assuntos Estrangeiros). Em 2011 ele recebeu o prêmio máximo da Associação de Impressa Católica dos EUA por uma série de artigos no Register sobre Cuba.

Tradução: Julio Severo

segunda-feira, 23 de maio de 2016

As origens do politicamente correto

Por William Lind (Bill Lind)

Qual é a origem de tudo o que você ouve falar atualmente: o feminismo vítima, o movimento dos direitos dos homossexuais, as estatísticas inventadas, a história reescrita, as mentiras, as demandas e todo o resto? Pela primeira vez na nossa história, os americanos são obrigados a ter medo do que dizem, do que escrevem e do que pensam. Eles têm medo de usar a palavra errada, uma palavra descrita como ofensiva, ou insensível, ou racista, ou sexista ou homofóbica.

Especialmente neste século, vimos isso acontecer em outros países. E nós sempre o encaramos com uma mistura de piedade, e para ser sincero, alguma satisfação, porque nos parecia tão estranho que pessoas permitissem que uma situação se desenvolvesse na qual as pessoas ficassem com medo das palavras que usavam. Mas agora esta situação se instalou neste país. Ela apareceu primeiramente nos campi universitários, mas está se espalhando por toda a sociedade. De onde isso vem? O que é isso?

Nós o chamamos de "politicamente correto- PC ". O nome originou-se como uma espécie de piada, literalmente, em uma história em quadrinhos, e na época achávamos que ele não era muito preocupante. Pelo contrário, é muito sério. É a grande doença do nosso século, a doença que já deixou dezenas de milhões de mortos na Europa, na Rússia, na China, na verdade, em todo o mundo. É a doença da ideologia. O PC não é engraçado. O PC é muito sério.

Se olharmos para ele analiticamente, se o olharmos historicamente, rapidamente descobriremos exatamente o que é. O Politicamente Correto é o marxismo cultural. É marxismo transportado de termos econômicos para termos culturais. É um esforço que nasce não nos anos 1960 com seus hippies e o movimento pela paz, mas sim na Primeira Guerra Mundial. Se compararmos os princípios básicos do politicamente correto com o marxismo clássico, os paralelos ficam muito óbvios.

Inicialmente, ambos são ideologias totalitárias. A natureza totalitária do politicamente correto agora é revelada claramente nos campi universitários, muitos dos quais, neste momento, são pequenas cópias da Coréia do Norte, onde o aluno ou docente que se atreve a transpor qualquer uma das linhas estabelecidas por grupos feministas ou ativistas dos direitos dos homossexuais, ou o grupo local de ativistas negros ou hispânicos, ou qualquer um dos outros grupos "vítimas santificados” que giram em torno do PC, rapidamente se encontra em apuros judiciais. Dentro do pequeno sistema legal da universidade, eles enfrentam acusações formais - alguns processos já se tornaram padrões - e punição. Isso é uma pequena amostra do futuro que o politicamente correto pretende para a nação como um todo.

Na verdade, todas as ideologias são totalitárias porque a essência de uma ideologia (eu gostaria de observar que o conservadorismo corretamente entendido não é uma ideologia) é utilizar alguma filosofia e dizer, com base nesta filosofia, que certas coisas devem ser verdades - como que a história inteira da nossa cultura é a história da opressão das mulheres. Como a realidade contradiz isso, a realidade deve ser proibida. Com isso torna-se proibido tomar conhecimento da realidade de nossa história. As pessoas devem ser forçadas a viver uma mentira, e já que as pessoas naturalmente relutam em viver uma mentira, eles, de forma insuspeita, usam seus ouvidos e os olhos para desviar o pensamento e dizer: "Espere um minuto. Isso não é verdade. Eu posso ver que isso não é verdade", o poder do Estado deve ser colocado antes do questionamento de viver uma mentira. É por isso que a ideologia, invariavelmente, cria um estado totalitário.

Em segundo lugar, o marxismo cultural do politicamente correto, como o marxismo econômico, tem um único fator para a explicação da história. O Marxismo Econômico diz que toda a história é determinada pela propriedade dos meios de produção. O Marxismo Cultural, ou politicamente correto, diz que toda a história é determinada pelo poder, pelo qual grupos definidos em termos de raça, sexo, etc, têm poder sobre os demais grupos. Nada mais importa. Toda a literatura, na verdade, é sobre isso. Tudo no passado é sobre essa única coisa.

Em terceiro lugar, tal como no marxismo econômico clássico, certos grupos, ou seja, trabalhadores e camponeses, são sempre bons, e os outros grupos, ou seja, a burguesia e os capitalistas, são sempre maus. No marxismo cultural do politicamente correto certos grupos são bons - mulheres feministas (apenas as mulheres feministas, mulheres não- feministas são consideradas como se não existissem), os negros, hispânicos, homossexuais. Esses grupos estão determinados a serem "vítimas", e, portanto, automaticamente bons, independentemente do que qualquer um deles fizer. Da mesma forma, os brancos são determinados automaticamente a serem maus, tornando-se o equivalente da burguesia no marxismo econômico.

Em quarto lugar, tanto o marxismo econômico como o cultural dependem de desapropriação. Quando os marxistas clássicos, os comunistas, se apoderaram de mais de um país como a Rússia, eles expropriaram a burguesia, tirando sua propriedade. Da mesma forma, quando os marxistas culturais tomam um campus universitário, eles o expropriam através de coisas como as quotas para admissões. Quando um estudante branco com qualificações superiores tem negada sua admissão para uma faculdade em favor de um negro ou latino-americano que não é tão bem qualificado, o estudante branco é expropriado. E, de fato, a ação afirmativa, em toda a nossa sociedade de hoje, é um sistema de expropriação. Empresas cujos donos são brancos não conseguem contratos, porque o contrato está reservado para uma empresa de propriedade de, digamos, hispânicos ou mulheres. Assim, a expropriação é uma ferramenta básica para ambas as formas de marxismo.

E, finalmente, ambos têm um método de análise que automaticamente dá as respostas que eles querem. Para o marxista clássico, é a economia marxista. Para o marxista cultural, é a desconstrução. A desconstrução toma essencialmente qualquer texto, remove todo o seu sentido e re-insere nele qualquer significado desejado. Assim, encontramos, por exemplo, que toda obra de Shakespeare é uma opressão às mulheres, ou a Bíblia é, na verdade, racista e anti-feminina. Todos estes textos simplesmente tornam-se dispensáveis, o que prova que "toda a história é sobre quais grupos têm poder sobre que outros grupos." Então os paralelos são muito evidentes entre o marxismo clássico aos que estamos familiarizados da antiga União Soviética e o marxismo cultural que vemos hoje como politicamente correto.

Mas as semelhanças não são acidentes. Os paralelos não vieram do nada. O importante é que o politicamente correto tem uma história, uma história que é muito mais do que acreditam muitas pessoas que não pertencem ao pequeno grupo de acadêmicos que estudaram isso. E a história começa, como eu disse, na Primeira Guerra Mundial, assim como muitas patologias que estão hoje desmoronando nossa sociedade, e de fato, a nossa cultura.

A teoria marxista dizia que quando a guerra geral européia chegasse (como veio na Europa, em 1914), a classe operária em toda a Europa iria se levantar e derrubar seus governos - os governos burgueses - porque os trabalhadores tinham mais em comum uns com os outros através da fronteiras nacionais do que eles tinham em comum com a burguesia e a classe dominante em seu próprio país. Bem, 1914 chegou e isso não aconteceu. Em toda a Europa, os trabalhadores reuniram-se diante de sua bandeira nacional e foram felizes para lutar entre si. O Kaiser apertou as mãos dos líderes do Partido Social Democrático marxista na Alemanha e disse então que agora não havia partido, existiam apenas os alemães. E isso aconteceu em todos os países da Europa. Então, alguma coisa estava errada.

Os Marxistas sabiam, por definição, que isso não podia ser a teoria. Em 1917, finalmente, conseguiram dar um golpe marxista na Rússia e parecia que a teoria estava funcionando, mas ela parou novamente. Ela não se difundiu e quando foram feitas tentativas de a espalhar imediatamente após a guerra, como a tomada de Berlim, como o governo de Bela Kun, na Hungria, como a Munique Soviética, os trabalhadores não as apoiaram.

Assim, os marxistas tinham um problema. E dois teóricos marxistas tentaram resolvê-lo: Antônio Gramsci na Itália e Georg Lukacs na Hungria. Gramsci disse que os trabalhadores nunca perceberiam os verdadeiros interesses de sua classe, conforme definidos pelo marxismo, até serem libertados da cultura ocidental, e particularmente da religião cristã - que eles não viam seus verdadeiros interesses de classe por estarem cegos pela cultura e religião. Lukacs, que foi considerado o mais brilhante teórico marxista desde o próprio Marx, disse em 1919, "Quem irá nos salvar da civilização ocidental ?" Ele também teorizou que o grande obstáculo à criação de um paraíso marxista era a cultura: a civilização ocidental em si .


Lukacs tem a chance de colocar suas ideias em prática, porque quando o governo bolchevique de Bela Kun se estabeleceu na Hungria, em 1919, tornando o parlamento bolchevista, ele se torna vice-comissário para a cultura, e a primeira coisa que ele fez foi introduzir a educação sexual nas escolas húngaras. Isso garantiu que os trabalhadores não iriam apoiar o governo Bela Kun, porque o povo húngaro o rejeitou, inclusive os trabalhadores e todos os outros. Mas ele já tinha feito a conexão que hoje muitos de nós ainda ficam surpresos com o que poderíamos considerar como sendo a "última coisa".

Em 1923, na Alemanha, um think-tank foi estabelecido com a finalidade de transpor o marxismo de termos econômicos para termos culturais, com a criação do PC como o conhecemos hoje, e, efetivamente, tendo criado as suas bases, no final da década de 1930. Isto aconteceu porque um jovem muito rico, filho de um milionário comerciante alemão, com o nome de Felix Weil tornou-se um marxista e tinha muito dinheiro para gastar. Ele se incomodava pelas divisões entre os marxistas, e para sanar isso patrocina uma coisa chamada a "Primeira Semana de Trabalho Marxista", quando coloca Lukacs e muitos dos principais pensadores alemães juntos por uma semana, trabalhando para aparar as diferenças do marxismo.

Ele declara: "O que nós precisamos é de um think-tank. Washington é cheia de think tanks e os julgamos muito modernos”. Na verdade eles voltarão a se reunir de vários outros modos. Ele financia um instituto, associado com a Universidade de Frankfurt, fundado em 1923, que originalmente deveria ser conhecido como o "Instituto para o Marxismo". Mas seus dirigentes decidiram, a princípio, que não era vantajoso ser abertamente identificado como marxista. A última coisa que o politicamente correto quer é que as pessoas descubram que ele é uma forma de marxismo. Então, decidiram chamá-lo de "Instituto de Pesquisa Social".

Weil é muito claro sobre seus objetivos. Em 1971, ele escreveu para Martin Jay o autor do principal livro sobre a "Escola de Frankfurt", como o Instituto de Pesquisa Social em breve torna-se-ía conhecido informalmente, e disse: "Eu queria que o instituto se tornasse conhecido, talvez famoso, devido às suas contribuições ao marxismo". Bem, ele foi satisfeito. O primeiro diretor do Instituto, Carl Grunberg, um economista austríaco, concluiu seu discurso de abertura, de acordo com Martin Jay, "afirmando claramente sua lealdade pessoal ao marxismo como uma metodologia científica". O Marxismo, segundo ele, seria o princípio dominante no Instituto, e isso nunca mudou.

O trabalho inicial do Instituto era bastante convencional, mas em 1930, assumiu um novo diretor chamado Max Horkheimer, e as visões de Horkheimer foram muito diferentes. Ele era principalmente um renegado marxista. As pessoas que criaram e formaram a Escola de Frankfurt eram marxistas renegados. Eles ainda eram muito marxistas em seu pensamento, mas estavam, efetivamente, se desviando do partido. Moscou olhou para o que eles estavam fazendo e disse: "Ei , isso não nos representa, e nós não vamos apoiar isso".

A heresia inicial de Horkheimer é que ele estava muito interessado em Freud, e a chave para fazer a transposição do marxismo de termos econômicos para termos culturais é, essencialmente, combiná-lo com o freudismo. Mais uma vez, Martin Jay escreve: "pode-se dizer que, nos primeiros anos de sua história, o Instituto preocupou-se principalmente com a análise da sub-estrutura sócio-econômica da sociedade burguesa" - e ressalto aqui que Jay é muito simpático à Escola de Frankfurt, e não estou sendo um crítico aqui - "nos anos após 1930 os seus interesses principais estavam em sua superestrutura cultural. De fato, a fórmula marxista tradicional sobre a relação entre os dois foi estudada pela Teoria Crítica".

As coisas que tenho ouvido nesta manhã - o feminismo radical, os departamentos de estudos das mulheres, os departamentos de estudos gays, os departamentos de estudos negros - todas essas coisas são ramos da Teoria Crítica. O que a Escola de Frankfurt fez essencialmente na década de 1930 é recorrer a Marx e Freud para criar esta teoria chamada "Teoria Crítica". O termo é engenhoso porque você pode perguntar: "O que é essa teoria ?” e ter como resposta: "É uma teoria para criticar”. A teoria é a maneira de derrubar a cultura ocidental e de cortar todas as alternativas à ordem capitalista. Eles explicitamente fingem que se recusam a fazer isso. Eles dizem que isso não pode ser feito, que não podemos imaginar com o que uma sociedade livre se pareceria (a sua definição de uma sociedade livre). Enquanto estamos vivendo sob repressão - a repressão de uma ordem econômica capitalista que cria (em sua teoria) a condição freudiana, as condições que Freud descreve em indivíduos de repressão – não podemos sequer imaginar isso. A Teoria Crítica é simplesmente criticar. Ela conduz a crítica mais destrutiva possível, em todos os sentidos possíveis, projetada para derrubar a ordem atual. E, claro, quando ouvimos das feministas que toda a sociedade serve apenas para prejudicar as mulheres e assim por diante, esse tipo de crítica é um derivado da Teoria Crítica. E isso tudo vem da década de 1930, e não da de 1960.

Outros membros importantes que se juntam nessa época são Theodore Adorno, e, mais importante, Erich Fromm e Herbert Marcuse. Fromm e Marcuse introduzem um elemento que é fundamental para o PC: o elemento sexual. E particularmente Marcuse, que em seus próprios escritos exige uma sociedade de "perversidade polimorfa", ou seja, a sua definição do futuro do mundo que eles querem criar. Marcuse, em especial, na década de 1930 escreve importantes teses sobre a necessidade de liberação sexual, que contamina todo o Instituto. Isso acontece também com a maioria dos temas que vemos no Politicamente Correto, mais uma vez, no início dos anos 30. Na visão de Fromm, masculinidade e feminilidade não eram reflexos das diferenças sexuais "essenciais", como os românticos tinham pensado. Ao contrário, eles foram derivados de diferenças nas funções de vida, que eram em parte determinadas socialmente. "O Sexo é uma construção; as diferenças sexuais são uma construção”.

Outro exemplo é a ênfase que agora vemos no ambientalismo. "O materialismo, já em Hobbes, levou a uma atitude dominadora e manipuladora para com a natureza." Isso foi o que Horkhemier escreveu em 1933 em “Materialismus und Moral”. "O tema da dominação da natureza pelo homem, segundo Jay , "viria a se tornar uma preocupação central da Escola de Frankfurt nos anos seguintes". "O Antagonismo de Horkheimer à fetichização do trabalho, (aqui eles estão obviamente se desviando da ortodoxia marxista ) expressa outra dimensão do seu materialismo, a demanda pelo humano, a felicidade sensual". Em um dos seus ensaios mais incisivas, “O Egoísmo e o Movimento para a Emancipação”, escrito em 1936, Horkeimer "discutiu a hostilidade à gratificação pessoal inerente à cultura burguesa". E ele especificamente se referiu favoravelmente ao Marquês de Sade, por seu "protesto ... contra o ascetismo em nome de uma moral mais elevada".

Como é que tudo isto nos inundou aqui ? Como isso inundou nossas universidades, e de fato, inundou hoje nossas vidas? Os membros da Escola de Frankfurt eram marxistas, como também eram judeus. Em 1933, os nazistas chegaram ao poder na Alemanha, e não surpreendentemente, fecharam o Instituto de Pesquisa Social. E seus membros fugiram. Eles fugiram para a cidade de Nova York e o Instituto foi restabelecido ali em 1933 com a ajuda da Universidade de Columbia. E os membros do Instituto, gradualmente durante os anos 1930, embora muitos deles permanecessem escrevendo em alemão, mudaram seu foco da Teoria Crítica sobre a sociedade alemã, a crítica destrutiva sobre todos os aspectos da sociedade, para a Teoria Crítica voltada contra a sociedade americana. Há outra importante transição causada pela guerra. Alguns deles vão trabalhar para o governo, incluindo Herbert Marcuse, que se tornou uma figura chave na OSS (a antecessora da CIA), e alguns, incluindo Horkheimer e Adorno, se mudaram para Hollywood.

Essas origens do politicamente correto, provavelmente, não significariam muito para nós hoje, se não fosse por dois eventos subseqüentes. O primeiro foi a rebelião estudantil em meados dos anos 1960, que foi impulsionada em grande parte pela resistência à Guerra do Vietnã. Mas os estudantes rebeldes precisavam de uma teoria de algum tipo. Eles não podiam simplesmente chegar lá e dizer que não atenderiam a convocação para lutar: "Que inferno. Claro que não queremos ir", eles tinham que ter alguma explicação teórica para tal atitude. Muito poucos deles estavam interessados em navegar pelo “Das Kapital”. O Marxismo econômico clássico é pesado, e a maioria dos radicais da década de 60 não eram estudiosos. Felizmente para eles, e infelizmente, não só para a universidade, como para o nosso país hoje, quando a Escola de Frankfurt se mudou de volta para Frankfurt, depois da guerra, Herbert Marcuse permaneceu na América. E enquanto o Sr. Adorno, na Alemanha, fica consternado com a rebelião estudantil quando ela é detonada lá - quando os estudantes rebeldes entram em sala de aula de Adorno, e ele chama a polícia para prendê-los - Herbert Marcuse, que permaneceu aqui, viu na rebelião dos estudantes dos anos 60 a sua grande chance. Ele viu a oportunidade de divulgar o trabalho da Escola de Frankfurt e torná-lo a teoria da Nova Esquerda nos Estados Unidos.

Um dos livros de Marcuse foi fundamental. Ele praticamente se tornou a bíblia do SDS e das rebeliões estudantis dos anos 60. Esse livro foi “Eros e Civilização”. Nele Marcuse argumenta que sob a ordem capitalista (aqui ele disfarça enfaticamente o marxismo, o apresentando como Uma Inquisição Filosófica em Freud sob perspectiva marxista), a repressão é sua essência produzindo efeitos na personalidade que Freud descreve - alguém repleto de ansiedades e neuroses, porque seus instintos sexuais são reprimidos. “Só podemos imaginar um futuro, se pudermos destruir esta ordem opressiva existente, na qual se liberta o eros, se liberta a libido, no qual temos um mundo de " perversidade polimorfa ", em que você pode "fazer você o que quiser. " E a propósito, nesse mundo não haverá mais um trabalho, somente diversão. Que mensagem maravilhosa para os radicais de meados dos anos 60! Eles são estudantes, eles são baby-boomers, e eles cresceram sem nunca ter que se preocupar com nada, exceto, eventualmente, ter que arrumar um emprego. E aqui está um cara escrevendo algo que eles podem facilmente seguir. Ele não os obriga a ler um monte de marxismo pesado e diz-lhes tudo o que eles querem ouvir, que é essencialmente: "Faça o que lhes convier", "Se parece bom, faça", e "Você nunca é obrigado a trabalhar". Outro detalhe: Marcuse é também o homem que criou a frase: "Faça amor, não guerra". Voltando à situação que as pessoas enfrentam no campus, Marcuse define "tolerância libertadora", como a intolerância para qualquer coisa que venha da direita e tolerância para tudo que venha da esquerda. Marcuse se juntou a Escola de Frankfurt, em 1932 (se bem me lembro). Então, tudo isso remonta à década de 1930.

Concluindo:

A América está hoje no meio do maior e mais terrível transformação na sua história. Estamos nos tornando um estado ideológico, um país com uma ideologia oficial do Estado imposta pelo poder do Estado. Na categoria de "crimes de ódio" agora temos pessoas que cumprem penas de prisão por seus pensamentos políticos. E o Congresso agora está se movendo para expandir essa categoria cada vez mais. A ação afirmativa é parte dela. O terror contra qualquer um que discorda do Politicamente Correto no campus é parte dela. Isso é exatamente o que vimos acontecer na Rússia, na Alemanha, na Itália, na China, e agora está acontecendo aqui. E nós não a reconhecemos, porque a chamamos de politicamente correto e rimos dela. Minha mensagem hoje é que ele não é engraçado, ele está aqui, está crescendo e que acabará por destruir - que se destina a destruir - tudo o que nós sempre definimos como a nossa liberdade e nossa cultura.


"A História do Politicamente Correto" com William Lind