Especialmente
neste século, vimos isso acontecer em outros países. E nós sempre o encaramos
com uma mistura de piedade, e para ser sincero, alguma satisfação, porque nos
parecia tão estranho que pessoas permitissem que uma situação se desenvolvesse
na qual as pessoas ficassem com medo das palavras que usavam. Mas agora esta
situação se instalou neste país. Ela apareceu primeiramente nos campi
universitários, mas está se espalhando por toda a sociedade. De onde isso vem?
O que é isso?
Nós o chamamos
de "politicamente correto- PC ". O nome originou-se como uma espécie
de piada, literalmente, em uma história em quadrinhos, e na época achávamos que
ele não era muito preocupante. Pelo contrário, é muito sério. É a grande doença
do nosso século, a doença que já deixou dezenas de milhões de mortos na Europa,
na Rússia, na China, na verdade, em todo o mundo. É a doença da ideologia. O PC
não é engraçado. O PC é muito sério.
Se olharmos
para ele analiticamente, se o olharmos historicamente, rapidamente
descobriremos exatamente o que é. O Politicamente Correto é o marxismo
cultural. É marxismo transportado de termos econômicos para termos culturais. É
um esforço que nasce não nos anos 1960 com seus hippies e o movimento pela paz,
mas sim na Primeira Guerra Mundial. Se compararmos os princípios básicos do
politicamente correto com o marxismo clássico, os paralelos ficam muito óbvios.
Inicialmente,
ambos são ideologias totalitárias. A natureza totalitária do politicamente
correto agora é revelada claramente nos campi universitários, muitos dos quais,
neste momento, são pequenas cópias da Coréia do Norte, onde o aluno ou docente
que se atreve a transpor qualquer uma das linhas estabelecidas por grupos
feministas ou ativistas dos direitos dos homossexuais, ou o grupo local de
ativistas negros ou hispânicos, ou qualquer um dos outros grupos "vítimas
santificados” que giram em torno do PC, rapidamente se encontra em apuros judiciais.
Dentro do pequeno sistema legal da universidade, eles enfrentam acusações
formais - alguns processos já se tornaram padrões - e punição. Isso é uma
pequena amostra do futuro que o politicamente correto pretende para a nação
como um todo.
Na verdade,
todas as ideologias são totalitárias porque a essência de uma ideologia (eu
gostaria de observar que o conservadorismo corretamente entendido não é uma
ideologia) é utilizar alguma filosofia e dizer, com base nesta filosofia, que
certas coisas devem ser verdades - como que a história inteira da nossa cultura
é a história da opressão das mulheres. Como a realidade contradiz isso, a
realidade deve ser proibida. Com isso torna-se proibido tomar conhecimento da
realidade de nossa história. As pessoas devem ser forçadas a viver uma mentira,
e já que as pessoas naturalmente relutam em viver uma mentira, eles, de forma
insuspeita, usam seus ouvidos e os olhos para desviar o pensamento e dizer:
"Espere um minuto. Isso não é verdade. Eu posso ver que isso não é verdade",
o poder do Estado deve ser colocado antes do questionamento de viver uma
mentira. É por isso que a ideologia, invariavelmente, cria um estado
totalitário.
Em segundo
lugar, o marxismo cultural do politicamente correto, como o marxismo econômico,
tem um único fator para a explicação da história. O Marxismo Econômico diz que
toda a história é determinada pela propriedade dos meios de produção. O
Marxismo Cultural, ou politicamente correto, diz que toda a história é
determinada pelo poder, pelo qual grupos definidos em termos de raça, sexo,
etc, têm poder sobre os demais grupos. Nada mais importa. Toda a literatura, na
verdade, é sobre isso. Tudo no passado é sobre essa única coisa.
Em terceiro
lugar, tal como no marxismo econômico clássico, certos grupos, ou seja,
trabalhadores e camponeses, são sempre bons, e os outros grupos, ou seja, a
burguesia e os capitalistas, são sempre maus. No marxismo cultural do
politicamente correto certos grupos são bons - mulheres feministas (apenas as
mulheres feministas, mulheres não- feministas são consideradas como se não
existissem), os negros, hispânicos, homossexuais. Esses grupos estão
determinados a serem "vítimas", e, portanto, automaticamente bons,
independentemente do que qualquer um deles fizer. Da mesma forma, os brancos
são determinados automaticamente a serem maus, tornando-se o equivalente da
burguesia no marxismo econômico.
Em quarto
lugar, tanto o marxismo econômico como o cultural dependem de desapropriação.
Quando os marxistas clássicos, os comunistas, se apoderaram de mais de um país
como a Rússia, eles expropriaram a burguesia, tirando sua propriedade. Da mesma
forma, quando os marxistas culturais tomam um campus universitário, eles o
expropriam através de coisas como as quotas para admissões. Quando um estudante
branco com qualificações superiores tem negada sua admissão para uma faculdade
em favor de um negro ou latino-americano que não é tão bem qualificado, o
estudante branco é expropriado. E, de fato, a ação afirmativa, em toda a nossa
sociedade de hoje, é um sistema de expropriação. Empresas cujos donos são
brancos não conseguem contratos, porque o contrato está reservado para uma
empresa de propriedade de, digamos, hispânicos ou mulheres. Assim, a
expropriação é uma ferramenta básica para ambas as formas de marxismo.
E, finalmente,
ambos têm um método de análise que automaticamente dá as respostas que eles
querem. Para o marxista clássico, é a economia marxista. Para o marxista
cultural, é a desconstrução. A desconstrução toma essencialmente qualquer
texto, remove todo o seu sentido e re-insere nele qualquer significado
desejado. Assim, encontramos, por exemplo, que toda obra de Shakespeare é uma
opressão às mulheres, ou a Bíblia é, na verdade, racista e anti-feminina. Todos
estes textos simplesmente tornam-se dispensáveis, o que prova que "toda
a história é sobre quais grupos têm poder sobre que outros grupos."
Então os paralelos são muito evidentes entre o marxismo clássico aos que
estamos familiarizados da antiga União Soviética e o marxismo cultural que
vemos hoje como politicamente correto.
Mas as
semelhanças não são acidentes. Os paralelos não vieram do nada. O importante é
que o politicamente correto tem uma história, uma história que é muito mais do
que acreditam muitas pessoas que não pertencem ao pequeno grupo de acadêmicos
que estudaram isso. E a história começa, como eu disse, na Primeira Guerra
Mundial, assim como muitas patologias que estão hoje desmoronando nossa
sociedade, e de fato, a nossa cultura.
A teoria
marxista dizia que quando a guerra geral européia chegasse (como veio na
Europa, em 1914), a classe operária em toda a Europa iria se levantar e
derrubar seus governos - os governos burgueses - porque os trabalhadores tinham
mais em comum uns com os outros através da fronteiras nacionais do que eles
tinham em comum com a burguesia e a classe dominante em seu próprio país. Bem,
1914 chegou e isso não aconteceu. Em toda a Europa, os trabalhadores
reuniram-se diante de sua bandeira nacional e foram felizes para lutar entre
si. O Kaiser apertou as mãos dos líderes do Partido Social Democrático marxista
na Alemanha e disse então que agora não havia partido, existiam apenas os
alemães. E isso aconteceu em todos os países da Europa. Então, alguma coisa
estava errada.
Os Marxistas
sabiam, por definição, que isso não podia ser a teoria. Em 1917, finalmente,
conseguiram dar um golpe marxista na Rússia e parecia que a teoria estava
funcionando, mas ela parou novamente. Ela não se difundiu e quando foram feitas
tentativas de a espalhar imediatamente após a guerra, como a tomada de Berlim,
como o governo de Bela Kun, na Hungria, como a Munique Soviética, os
trabalhadores não as apoiaram.
Assim, os
marxistas tinham um problema. E dois teóricos marxistas tentaram resolvê-lo:
Antônio Gramsci na Itália e Georg Lukacs na Hungria. Gramsci disse que os
trabalhadores nunca perceberiam os verdadeiros interesses de sua classe,
conforme definidos pelo marxismo, até serem libertados da cultura ocidental, e
particularmente da religião cristã - que eles não viam seus verdadeiros
interesses de classe por estarem cegos pela cultura e religião. Lukacs, que foi
considerado o mais brilhante teórico marxista desde o próprio Marx, disse em
1919, "Quem irá nos salvar da civilização ocidental ?" Ele
também teorizou que o grande obstáculo à criação de um paraíso marxista era a
cultura: a civilização ocidental em si .
Lukacs tem a chance de colocar suas ideias em prática, porque quando o governo bolchevique de Bela Kun se estabeleceu na Hungria, em 1919, tornando o parlamento bolchevista, ele se torna vice-comissário para a cultura, e a primeira coisa que ele fez foi introduzir a educação sexual nas escolas húngaras. Isso garantiu que os trabalhadores não iriam apoiar o governo Bela Kun, porque o povo húngaro o rejeitou, inclusive os trabalhadores e todos os outros. Mas ele já tinha feito a conexão que hoje muitos de nós ainda ficam surpresos com o que poderíamos considerar como sendo a "última coisa".
Lukacs tem a chance de colocar suas ideias em prática, porque quando o governo bolchevique de Bela Kun se estabeleceu na Hungria, em 1919, tornando o parlamento bolchevista, ele se torna vice-comissário para a cultura, e a primeira coisa que ele fez foi introduzir a educação sexual nas escolas húngaras. Isso garantiu que os trabalhadores não iriam apoiar o governo Bela Kun, porque o povo húngaro o rejeitou, inclusive os trabalhadores e todos os outros. Mas ele já tinha feito a conexão que hoje muitos de nós ainda ficam surpresos com o que poderíamos considerar como sendo a "última coisa".
Em 1923, na
Alemanha, um think-tank foi estabelecido com a finalidade de transpor o
marxismo de termos econômicos para termos culturais, com a criação do PC como o
conhecemos hoje, e, efetivamente, tendo criado as suas bases, no final da
década de 1930. Isto aconteceu porque um jovem muito rico, filho de um
milionário comerciante alemão, com o nome de Felix Weil tornou-se um marxista e
tinha muito dinheiro para gastar. Ele se incomodava pelas divisões entre os
marxistas, e para sanar isso patrocina uma coisa chamada a "Primeira
Semana de Trabalho Marxista", quando coloca Lukacs e muitos dos principais
pensadores alemães juntos por uma semana, trabalhando para aparar as diferenças
do marxismo.
Ele declara:
"O que nós precisamos é de um think-tank. Washington é cheia de think
tanks e os julgamos muito modernos”. Na verdade eles voltarão a se reunir
de vários outros modos. Ele financia um instituto, associado com a Universidade
de Frankfurt, fundado em 1923, que originalmente deveria ser conhecido como o
"Instituto para o Marxismo". Mas seus dirigentes decidiram, a princípio,
que não era vantajoso ser abertamente identificado como marxista. A última
coisa que o politicamente correto quer é que as pessoas descubram que ele é uma
forma de marxismo. Então, decidiram chamá-lo de "Instituto de Pesquisa
Social".
Weil é muito
claro sobre seus objetivos. Em 1971, ele escreveu para Martin Jay o autor do
principal livro sobre a "Escola de Frankfurt", como o Instituto de
Pesquisa Social em breve torna-se-ía conhecido informalmente, e disse: "Eu
queria que o instituto se tornasse conhecido, talvez famoso, devido às suas
contribuições ao marxismo". Bem, ele foi satisfeito. O primeiro
diretor do Instituto, Carl Grunberg, um economista austríaco, concluiu seu
discurso de abertura, de acordo com Martin Jay, "afirmando claramente
sua lealdade pessoal ao marxismo como uma metodologia científica". O
Marxismo, segundo ele, seria o princípio dominante no Instituto, e isso nunca
mudou.
O trabalho
inicial do Instituto era bastante convencional, mas em 1930, assumiu um novo
diretor chamado Max Horkheimer, e as visões de Horkheimer foram muito
diferentes. Ele era principalmente um renegado marxista. As pessoas que criaram
e formaram a Escola de Frankfurt eram marxistas renegados. Eles ainda eram
muito marxistas em seu pensamento, mas estavam, efetivamente, se desviando do
partido. Moscou olhou para o que eles estavam fazendo e disse: "Ei ,
isso não nos representa, e nós não vamos apoiar isso".
A heresia
inicial de Horkheimer é que ele estava muito interessado em Freud, e a chave
para fazer a transposição do marxismo de termos econômicos para termos
culturais é, essencialmente, combiná-lo com o freudismo. Mais uma vez, Martin
Jay escreve: "pode-se dizer que, nos primeiros anos de sua história, o
Instituto preocupou-se principalmente com a análise da sub-estrutura
sócio-econômica da sociedade burguesa" - e ressalto aqui que Jay é
muito simpático à Escola de Frankfurt, e não estou sendo um crítico aqui -
"nos anos após 1930 os seus interesses principais estavam em sua
superestrutura cultural. De fato, a fórmula marxista tradicional sobre a
relação entre os dois foi estudada pela Teoria Crítica".
As coisas que
tenho ouvido nesta manhã - o feminismo radical, os departamentos de estudos das
mulheres, os departamentos de estudos gays, os departamentos de estudos negros
- todas essas coisas são ramos da Teoria Crítica. O que a Escola de Frankfurt
fez essencialmente na década de 1930 é recorrer a Marx e Freud para criar esta
teoria chamada "Teoria Crítica". O termo é engenhoso porque você pode
perguntar: "O que é essa teoria ?” e ter como resposta: "É
uma teoria para criticar”. A teoria é a maneira de derrubar a cultura
ocidental e de cortar todas as alternativas à ordem capitalista. Eles
explicitamente fingem que se recusam a fazer isso. Eles dizem que isso não pode
ser feito, que não podemos imaginar com o que uma sociedade livre se pareceria
(a sua definição de uma sociedade livre). Enquanto estamos vivendo sob
repressão - a repressão de uma ordem econômica capitalista que cria (em sua
teoria) a condição freudiana, as condições que Freud descreve em indivíduos de
repressão – não podemos sequer
imaginar isso. A Teoria Crítica é simplesmente criticar. Ela conduz a crítica
mais destrutiva possível, em todos os sentidos possíveis, projetada para
derrubar a ordem atual. E, claro, quando ouvimos das feministas que toda a
sociedade serve apenas para prejudicar as mulheres e assim por diante, esse
tipo de crítica é um derivado da Teoria Crítica. E isso tudo vem da década de
1930, e não da de 1960.
Outros membros
importantes que se juntam nessa época são Theodore Adorno, e, mais importante,
Erich Fromm e Herbert Marcuse. Fromm e Marcuse introduzem um elemento que é
fundamental para o PC: o elemento sexual. E particularmente Marcuse, que em
seus próprios escritos exige uma sociedade de "perversidade polimorfa",
ou seja, a sua definição do futuro do mundo que eles querem criar. Marcuse, em
especial, na década de 1930 escreve importantes teses sobre a necessidade de
liberação sexual, que contamina todo o Instituto. Isso acontece também com a
maioria dos temas que vemos no Politicamente Correto, mais uma vez, no início
dos anos 30. Na visão de Fromm, masculinidade e feminilidade não eram reflexos
das diferenças sexuais "essenciais", como os românticos tinham
pensado. Ao contrário, eles foram derivados de diferenças nas funções de vida,
que eram em parte determinadas socialmente. "O Sexo é uma construção;
as diferenças sexuais são uma construção”.
Outro exemplo é
a ênfase que agora vemos no ambientalismo. "O materialismo, já em
Hobbes, levou a uma atitude dominadora e manipuladora para com a natureza."
Isso foi o que Horkhemier escreveu em 1933 em “Materialismus und Moral”.
"O tema da dominação da natureza pelo homem, segundo Jay , "viria
a se tornar uma preocupação central da Escola de Frankfurt nos anos seguintes".
"O Antagonismo de Horkheimer à fetichização do trabalho, (aqui eles
estão obviamente se desviando da ortodoxia marxista ) expressa outra
dimensão do seu materialismo, a demanda pelo humano, a felicidade sensual".
Em um dos seus ensaios mais incisivas, “O Egoísmo e o Movimento para a
Emancipação”, escrito em 1936, Horkeimer "discutiu a hostilidade à
gratificação pessoal inerente à cultura burguesa". E ele
especificamente se referiu favoravelmente ao Marquês de Sade, por seu "protesto
... contra o ascetismo em nome de uma moral mais elevada".
Como é que tudo
isto nos inundou aqui ? Como isso inundou nossas universidades, e de fato,
inundou hoje nossas vidas? Os membros da Escola de Frankfurt eram marxistas,
como também eram judeus. Em 1933, os nazistas chegaram ao poder na Alemanha, e
não surpreendentemente, fecharam o Instituto de Pesquisa Social. E seus membros
fugiram. Eles fugiram para a cidade de Nova York e o Instituto foi
restabelecido ali em 1933 com a ajuda da Universidade de Columbia. E os membros
do Instituto, gradualmente durante os anos 1930, embora muitos deles
permanecessem escrevendo em alemão, mudaram seu foco da Teoria Crítica sobre a
sociedade alemã, a crítica destrutiva sobre todos os aspectos da sociedade,
para a Teoria Crítica voltada contra a sociedade americana. Há outra importante
transição causada pela guerra. Alguns deles vão trabalhar para o governo,
incluindo Herbert Marcuse, que se tornou uma figura chave na OSS (a antecessora
da CIA), e alguns, incluindo Horkheimer e Adorno, se mudaram para Hollywood.
Essas origens
do politicamente correto, provavelmente, não significariam muito para nós hoje,
se não fosse por dois eventos subseqüentes. O primeiro foi a rebelião estudantil
em meados dos anos 1960, que foi impulsionada em grande parte pela resistência
à Guerra do Vietnã. Mas os estudantes rebeldes precisavam de uma teoria de
algum tipo. Eles não podiam simplesmente chegar lá e dizer que não atenderiam a
convocação para lutar: "Que inferno. Claro que não queremos ir",
eles tinham que ter alguma explicação teórica para tal atitude. Muito poucos
deles estavam interessados em navegar pelo “Das Kapital”. O Marxismo econômico
clássico é pesado, e a maioria dos radicais da década de 60 não eram
estudiosos. Felizmente para eles, e infelizmente, não só para a universidade,
como para o nosso país hoje, quando a Escola de Frankfurt se mudou de volta
para Frankfurt, depois da guerra, Herbert Marcuse permaneceu na América. E
enquanto o Sr. Adorno, na Alemanha, fica consternado com a rebelião estudantil
quando ela é detonada lá - quando os estudantes rebeldes entram em sala de aula
de Adorno, e ele chama a polícia para prendê-los - Herbert Marcuse, que
permaneceu aqui, viu na rebelião dos estudantes dos anos 60 a sua grande
chance. Ele viu a oportunidade de divulgar o trabalho da Escola de Frankfurt e
torná-lo a teoria da Nova Esquerda nos Estados Unidos.
Um dos livros
de Marcuse foi fundamental. Ele praticamente se tornou a bíblia do SDS e das
rebeliões estudantis dos anos 60. Esse livro foi “Eros e Civilização”. Nele
Marcuse argumenta que sob a ordem capitalista (aqui ele disfarça enfaticamente
o marxismo, o apresentando como Uma Inquisição Filosófica em Freud sob
perspectiva marxista), a repressão é sua essência produzindo efeitos na
personalidade que Freud descreve - alguém repleto de ansiedades e neuroses,
porque seus instintos sexuais são reprimidos. “Só podemos imaginar um
futuro, se pudermos destruir esta ordem opressiva existente, na qual se liberta
o eros, se liberta a libido, no qual temos um mundo de " perversidade
polimorfa ", em que você pode "fazer você o que quiser. " E
a propósito, nesse mundo não haverá mais um trabalho, somente diversão. Que
mensagem maravilhosa para os radicais de meados dos anos 60! Eles são
estudantes, eles são baby-boomers, e eles cresceram sem nunca ter que se
preocupar com nada, exceto, eventualmente, ter que arrumar um emprego. E aqui
está um cara escrevendo algo que eles podem facilmente seguir. Ele não os
obriga a ler um monte de marxismo pesado e diz-lhes tudo o que eles querem
ouvir, que é essencialmente: "Faça o que lhes convier", "Se
parece bom, faça", e "Você nunca é obrigado a trabalhar".
Outro detalhe: Marcuse é também o homem que criou a frase: "Faça amor,
não guerra". Voltando à situação que as pessoas enfrentam no campus,
Marcuse define "tolerância libertadora", como a intolerância para
qualquer coisa que venha da direita e tolerância para tudo que venha da
esquerda. Marcuse se juntou a Escola de Frankfurt, em 1932 (se bem me lembro).
Então, tudo isso remonta à década de 1930.
Concluindo:
A América está hoje no meio do maior
e mais terrível transformação na sua história. Estamos nos tornando um estado
ideológico, um país com uma ideologia oficial do Estado imposta pelo poder do
Estado. Na categoria de "crimes de ódio" agora temos pessoas que
cumprem penas de prisão por seus pensamentos políticos. E o Congresso agora
está se movendo para expandir essa categoria cada vez mais. A ação afirmativa é
parte dela. O terror contra qualquer um que discorda do Politicamente Correto
no campus é parte dela. Isso é exatamente o que vimos acontecer na Rússia, na
Alemanha, na Itália, na China, e agora está acontecendo aqui. E nós não a
reconhecemos, porque a chamamos de politicamente correto e rimos dela. Minha
mensagem hoje é que ele não é engraçado, ele está aqui, está crescendo e que
acabará por destruir - que se destina a destruir - tudo o que nós sempre
definimos como a nossa liberdade e nossa cultura.
"A História do
Politicamente Correto" com William Lind
Ótimo texto, do tamanho certo para o tamanho do problema. Obrigado por compartilhar.
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