Por Felipe Moura Brasil
Ricardo Boechat
Apresentador do Jornal da Band
No Youtube: “(…) Essa realidade vai mudar (…) se a população
atacar, partir pro contra-ataque. Eu sou favorável a arranhar carro de
autoridade, eu sou favorável a jogar ovo, eu sou favorável a revolta, a
quebra-quebra, o c…lho. ‘Ah, isso é vandalismo!’ Vandalismo é o cacete!
Vandalismo é botar as pessoas quatro horas na fila das barcas todo dia (…).
Vandalismo é tu roubar feito um condenado o dinheiro público (…).”
Francisco Bosco
Colunista do Globo
“(…) quem está tentando saquear lojas está, precisamente,
reivindicando um país melhor. E eles nos representam. São os únicos que
realmente nos representam.” “(…) aqueles que passam ao real (os ‘vândalos’) na
verdade não querem isso, não querem falar a ‘linguagem’ da PM. Esse é apenas o
último recurso que resta quando os recursos da realidade são todos falseados.”
“(…) é claro que eu preferiria obter transformações estruturais sem as
injustiças e as confusões decorrentes dessas passagens ao real (…), mas isso
não me parece possível, justamente.”
Chico de Oliveira
Sociólogo, autodeclarado “socialista há 50 anos”
À Folha: “Faço uma boa avaliação [dos Black Blocs]. Se eles se
constituem como novos sujeitos da ação social, é para saudar. Vamos ver se, com
a ajuda deles, a gente chacoalha essa sociedade que é conformista.”
Vladimir Safatle
Professor de Filosofia da USP
Na Folha, querendo uma solução política e não policial para os vândalos
que chantageiam o Estado com uma “violência genérica”: “(…) Nesse contexto de
mutismo, a violência aparece como a primeira revolta contra a impotência
política. A história está cheia de exemplos nos quais as populações preferem a
violência genérica à impotência. Ainda mais quando se confrontam com uma
brutalidade policial como a nossa. Como todo sintoma, há algo que essa
violência nos diz. A resposta a ela não será policial, mas política.”
Bruno Torturra
Representante do Mídia Ninja, parceiro de Pablo Capilé
No Valor: “O Black Bloc não é um movimento. É uma estética, um código
simples de reproduzir. Quando vão para a rua a sociedade identifica: o Black
Bloc chegou. É um comportamento emergente. (…) A ação direta das pessoas, seja
alguém de classe média que pintou a cara de verde e amarelo, seja o garoto de
periferia que vai quebrar um banco. (…) Grande parte da sociedade pacata se
sente representada. Não está disposta a fazer como o Black Bloc, mas se diz
intimamente: ‘Pode continuar, não quero que a Rota quebre esses meninos’.” No
Roda Viva: “Para a gente dizer se dá para condenar ou não uma ação do Black
Bloc, a gente tem de discutir, antes, a prioridade, inclusive midiática, e o
escândalo que a sociedade sente quando um vidro é quebrado, quando o patrimônio
de um banco é quebrado, e a gente não tem a mesma reação, e a gente não encara
da maneira escandalizada, quando o cidadão é agredido. (…) O que a gente tem de
entender é que são jovens que sofrem violência há muito tempo. A maioria deles
não confia no estado…”
Caetano Veloso
Compositor e “colunista” do Globo
Tico Santa Cruz
Vocalista da banda Detonautas
Nas redes sociais, conforme reportado pelo Extra: “Vamos para as ruas!
Mas vamos conscientes! 7 de setembro – meu ALVO É O CONGRESSO NACIONAL!
Democracia não se faz com ratos de terno e gravata e sim com gente trabalhando
pelo povo! BLACK BLOCK LIVRES”
Rafael Alcadipani Silveira
Coordenador de pesquisas organizacionais da Fundação Getúlio Vargas
Ao Estadão: “Muitos dos jovens que estão usando essa estratégia da
violência nas manifestações vieram das periferias brasileiras. Eles já são
vítimas da violência cotidiana por parte do Estado e por isso os protestos
violentos passam a fazer sentido para eles.”
Pablo Ortellado
Professor e pesquisador da USP
À Folha: [Por ser uma ação simbólica (o capitalismo ruindo na destruição
de uma agência bancária), “a chave para entender a tática está mais na
interface da política com a arte do que com o crime, porque ela não é contra
pessoas, só contra coisas”. No artigo “Vidas valem mais do que vidraças”, após
chamar a destruição de propriedade privada de “ação simbólica”: “Ao chamar a
atenção para os bancos, para as grandes marcas e para o Estado brasileiro, o Black
Bloc resgata a atenção dos meios de comunicação e a redireciona para o sistema
econômico e político que está na gênese da verdadeira violência da nossa
sociedade. É uma questão em aberto se essa mensagem está sendo adequadamente
recebida pelo público. Mas, seja como for, essa tática não é nem violenta, nem
arbitrária – e, sobretudo, ela não é tola. Nossos jovens que estão nas ruas
merecem respeito e nosso apoio.”
Eugenio Bucci
Colunista do Estadão e da Época
Na Época: “Os adeptos do quebra-quebra devem ser contidos, por certo,
mas não devem ser tratados como se fossem terroristas ou traficantes armados.
Esses jovens não são a fonte do mal que nos espreita. Não são assassinos, não
são assaltantes, não são integrantes de milícias ilegais.”
Andre Borges Lopes
Colaborador do blog do militante petista Luís Nassif
No blog do Nassif: “Não tenho nem sombra de dúvida de que prefiro esses
inconformados que atrapalham o trânsito e jogam pedra na polícia. (...) Esses
moleques que tomam as ruas e dão a cara para bater incomodam porque quebram
vidros, depredam ônibus e paralisam o trânsito. Mas incomodam muito mais porque
nos obrigam a olhar para dentro das nossas próprias vidas e, nessa hora,
descobrimos que desaprendemos a sonhar.”
Ivana Bentes
Professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da UFRJ
“(...) é inútil e simplista dividir os manifestantes entre “vândalos”,
“mascarados” e os manifestantes pacíficos. Se gritam é uma dor que dói. Ou uma
intensa alegria. Estamos todos juntos! É impressionante ver como os garotos da
periferia do Rio estão se apropriando e emponderando da linguagem politica e
estética das manifestações e vice-versa. Porque ali, de máscara ou cara lavada,
com táticas lúdicas (performance, fantasias, carnaval politico) ou violência
real e simbólica o que está sendo viralizado e se propaga por contagio [sic] e
intensos debates é um desejo de transformação. Uma escola de ativismo em fluxo,
processo político. Os Black Blocks, mas não só eles, todos os que sofrem o
poder no corpo (jovens negros das favelas, população de rua e agora ativistas e
midialivristas) colocam de forma muito explicita [sic] uma questão decisiva
para todos nós: o monopólio da violência pelo Estado.”
Jean Wyllys
Deputado federal do PSOL
No Facebook, usando o vandalismo da extrema esquerda de 1968 para
aliviar a barra do da extrema esquerda atual: “O ‘vandalismo’ e sua linguagem
da violência contra ‘patrimônios’ têm algo a nos dizer sobre esses tempos
vivemos. Não vamos nos esquecer de que sair assaltando, ops!, ‘expropriando’
banco e sequestrando embaixadores também era considerado ‘baderna sem sentido’
na ida década de 70; queimar sutiãs em público e defender a inserção da mulher
no mundo do trabalho também já foi considerado ‘baderna sem sentido’. Ora, se
quem assaltou banco e sequestrou autoridades nos anos 70 tinham motivos (não
compreendidos à época), os ‘vândalos’ de hoje também têm os seus; se na
incompreensão dos motivos da geração 68, seus contemporâneos defenderam
repressão contra ela, algo parecido pode estar se passando hoje com os
‘vândalos’! Já pararam pra pensar nisso?!”
Marcelo Freixo
Deputado estadual do PSOL
No Youtube: “Acho que é um movimento. Vários movimentos têm vários
métodos distintos. Eu não sou juiz para ficar avaliando os métodos em si. Eu
tenho uma militância de muitos e muitos anos, muito antes do Parlamento. São
mais de 25 anos de militância. Tem uns métodos que eu acho que são mais
eficientes, tem outros que eu acho que são menos, mas eu não sou juiz pra dizer
que movimento é um movimento correto ou não é. Eu acho que qualquer movimento
que visa a construção de uma sociedade mais justa é válido. E os métodos
representam um outro debate.”
Edilson Silva
Militante do PSOL e membro da Executiva Nacional do partido
No site do PSOL, estabelecendo em teoria o manual de conduta que Freixo
segue na prática no vídeo do comentário acima: “(…) não nos parece que o
conceito da tática Black Bloc seja algo retrógrado ou mesmo indesejável em
essência e propósitos originais. É algo progressivo, politicamente moderno,
trazido pelas mãos da dialética na história. Se este fenômeno é mesmo a síntese
de um processo histórico e do desenvolvimento das forças produtivas, creio
estar descartada a hipótese da não convivência com ele. (…) Por outro lado, não
parece o mais correto o aplauso fácil e irresponsável à tática, tratando as
suas fragilidades e portas abertas a todo tipo de oportunismo e infiltrações
fascistas e policiais como um mero efeito colateral. Não perceber e não buscar
evitar estas fragilidades é permitir que um fenômeno progressivo seja capturado
pelo regime político que em essência busca combater, dando matéria-prima para
justificar a ampliação da repressão estatal ao conjunto das forças e movimentos
que questionam a ordem. Para quem pretende mudar o mundo de verdade, não deve
parecer utópico ou ingênuo demais querer ver os movimentos e partidos da
esquerda coerentes, como o PSOL, dialogando com a tática Black Bloc,
respeitando todas as táticas e o máximo possível as sensibilidades mais
positivas da opinião pública e da consciência das massas, respeitando-a e sem
capitular a ela, como defendia Lênin; ou disputando a hegemonia, como teorizava
Gramsci, fazendo desta consciência social mais um aliado na construção de uma
sociedade mais próxima da que precisamos. Talvez esteja aí o nosso desafio
nesta questão da tática Black Bloc.”
[PÓS-ESCRITO DE TERÇA-FEIRA: O artigo de Edilson Silva - oh,
coincidência! - foi retirado do site do PSOL um dia após a morte de Santiago. O
endereço original era este:
http://www.psol50.org.br/site/artigos-e-entrevistas/583/tatica-black-bloc-condenar-conviver-ou-se-aliar,
mas ele ainda pode ser lido aqui. Será que o PSOL quer apagar os vestígios de
parceria com os Black Blocs? Puxa vida, ficavam tão bem juntinhos!...]
João Damasceno
Juiz
“A criminalização dos manifestantes, dos movimentos sociais, é expressão
da violência ilegítima do Estado, da truculência contra a democracia.”
Bianca Comparato
Atriz
“[Órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi
destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo
destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás
dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.
Marcos Palmeira
Ator
“Essa violência absurda da polícia contra a população, botando
todo mundo no mesmo balaio, quer dizer, são duzentas pessoas presas
politicamente… Isso é uma loucura em 2013. (…) Vamos anistiar esses presos
políticos.”
Fonte
Eu não estou entendendo!... A esquerda está no poder e liderando
o atual sistema socialista há mais de 20 anos. Os black blocs estão
insatisfeitos com o atual sistema comunista?. Então, nada seria mais plausível,
vamos botar os militares nos traseiros destes comunas para acabar de vez com está
indecisão. Poxa! Anon, SSXXI
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