Os apócrifos Protocolos dos Sábios de Sião, inspirados em obras antissemitas
do século 19, revelariam os planos dos judeus de conquistar todas as nossas
riquezas.
Por Patrícia Queiroz
OBJETIVO - Tese de complô ajudou a desviar a atenção de outros problemas
Em 1868, o escritor alemão e antissemita Hermann Goedsche publicou a novela Biarritz, sob o pseudônimo de sir John Retcliffe. Tudo indica que seria mais um livro condenado ao obscurantismo. Porém, 35 anos mais tarde, o texto incentivou o mito de que os judeus pretendiam subjugar e dominar o mundo, disseminado com estrondo pelos Protocolos dos Sábios de Sião. Como se sabe, a tal conspiração serviu de pretexto para os nazistas assassinarem de 5 milhões a 6 milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial. Retcliffe – ou Goedsche – romanceou uma reunião secreta dos chefes das 12 tribos de Israel com o demônio, pretensamente realizada no cemitério sionista de Praga, na atual República Tcheca. O objetivo era perverso, segundo as próprias palavras do autor: “Ali, iluminados apenas por uma chama azul, relatavam os êxitos e os planos para alcançarem o fim último, o domínio judaico do mundo”. Uma cabala judaica insurgia para instigar guerras, lutas de classes e o ódio entre os povos, a fim de garantir poder aos judeus e o sucesso do império do ouro.
Biarritz foi um dos escritos que serviram de base para os Protocolos, o apócrifo manual de conquista dos judeus. Para reforçar a teoria da conspiração, a origem desse documento secreto se deu no embalo de um fato histórico, o 1º. Congresso Sionista, na cidade suíça de Basel, em 1897. O encontro, no qual os judeus teriam tramado dominar o mundo, foi presidido pelo jornalista austro-húngaro Theodor Herzl, criador da moderna política sionista. Na Suíça, Herzl teria apresentado pela primeira vez os Protocolos aos delegados presentes. Mas o documento creditado a Herzl se tornou público só em 1903, ao ser editado em um jornal russo. No século 20, outras edições dos Protocolos surgiram, e o mito se espalhou como praga.
A crença no complô judaico ganhou adeptos na Europa. Mas uma grande dúvida sobre a autenticidade dos Protocolos surgiu em 1920. Alguém descobriu que frases inteiras do documento sionista apareciam de forma idêntica no livro Diálogo no Inferno entre Maquiavele e Montesquieu. Essa obra foi publicada em 1864 pelo advogado francês Maurice Joly, um crítico do imperador Napoleão III – o ataque literário ao imperador rendeu 15 meses de cadeia ao escritor. A partir de então, surgiram evidências de que os Protocolos poderiam ser um plágio descarado da obra de Joly. Inclusive, Goedsche é acusado de roubar a idéia de Joly ao escrever Biarritz.
Direitos autorais à parte, uma pergunta ficou no ar: quem seriam os responsáveis pela elaboração dos Protocolos de Sião? A resposta aponta para a polícia secreta russa, a Okhranka, cujos agentes teriam traduzido partes do romance de Goedsche e deixado que vazassem como se fossem legítimos escritos sionistas. O escritor Sergei Nilus, agente da Okhranka, teria sido o autor da primeira versão integral dos Protocolos em russo.
Segundo o historiador Jaime Pinsky, livre-docente pela USP, a Rússia passava naquela época por uma grave crise, motivada pela transição do Estado czarista feudal para o Estado capitalista. Recaíam na sociedade os malefícios dessa transição, e o czar Nicolau II passou a ser malvisto pela população local. Para desvencilhar o governo czarista da culpa, a Okhranka armou a estratégia de encontrar outros culpados, propagando os Protocolos e acusando os judeus de serem os algozes da crise. De acordo com Luis Milman, professor-titular da UFRGS e especialista em anti-semitismo, as teorias conspiratórias tinham bastante crédito junto à população européia e americana. O fato é que os nazistas de Hitler se ampararam na teoria conspiratória sionista para justificar o extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.
Milman chama a atenção para a grande credibilidade do mito da conspiração judaica no mundo árabe-mulçumano. “Em países como Irã, Síria, Líbia e Arábia Saudita, entre outros, o anti-semitismo chega a ser uma ideologia oficial ou extra-oficial que combate a legitimidade do Estado de Israel”, diz. Logo após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, em Nova York, o mundo árabe culpou os judeus pelos ataques. No Brasil, os Protocolos foram publicados, com textos escritos e apostilados por Gustavo Barroso, em São Paulo, em 1937. Barroso era um dos líderes do Movimento Integralista, durante os tempos da ditadura do presidente Getúlio Vargas.
REVISIONISMO
Por disseminar a ideologia neonazista, Ellwanger, hoje um senhor de quase 80 anos, foi processado e condenado por crime de racismo na Justiça brasileira. Em 1996, saiu sua primeira condenação, de dois anos de prisão e confisco de todos os seus livros. Por ser réu primário e ter recebido a pena mínima, Ellwanger nunca chegou a ser preso. Segundo o professor Milman, o caso de Ellwanger foi o primeiro no qual o assunto chegou aos tribunais e também a primeira vez na América Latina que alguém foi condenado por anti-semitismo. Mesmo após a condenação, a Editora Revisão continua a vender livros pela internet. Só que a página virtual fica hospedada em servidor dos Estados Unidos, pois a empresa está proibida de divulgar ou comercializar seus livros no Brasil.
Culpa até no 11 de setembro
Boatos acusaram o Mossad, serviçosecreto israelense, de planejar os atentados terroristas nos Estados Unidos
Fonte: Super interessante
Quando os judeus conquistam o mundo é devido aos seus esforços e dedicações pessoais. Mesmo sendo uma minoria entre as inúmeras etnias, é o povo que mais conquistou prêmios Nobel. A religião judaico-cristã é uma das bases mais sólidas da nossa civilização ocidental. Talvez seja por isso que os regimes totalitários de esquerda tentaram denegrir e humilhar este povo e, não satisfeitos, acabaram cometendo atrocidades lamentáveis, que a própria história tem vergonha de nos contar. Anon, SSXXI
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