Don Feder
Comentário de Julio
Severo: O artigo a seguir, do meu amigo Don Feder, traz a perspectiva dele,
como um escritor judeu conservador, sobre o filme que aparenta tratar de Noé,
um dos homens mais importante da Torá. Li vários artigos americanos sobre esse
filme, e de longe o texto de Don é o melhor. A seguir, o artigo dele, que
merece ser divulgado aos quatro cantos do Brasil:
No filme “Noé,” a
fábula ambientalista, aprendemos que pessoas más (descendentes de Caim)
constroem cidades, comem carne e fazem armas. (Eles provavelmente pertenciam,
na época antes do dilúvio, aos grupos contrários ao desarmamento da população.)
Eles também fazem mineração a céu aberto, no processo transformando a terra
numa desolação árida que parece o Afeganistão sem os conforto modernos.
As pessoas boas são
vegetarianos que vivem em tendas, não fazem quase nada e têm uma população
pequena, provavelmente porque praticam o planejamento familiar. Uma das muitas
perguntas sem resposta do filme “Noé”: Se as pessoas boas (descendentes de Set)
não comem carne, onde é que elas conseguem os couros de animais que usam?
Presumivelmente, os couros são das criaturas que cometem suicídio depois de
verem o “preconceito” das pessoas que acham que os seres humanos são mais
importantes do que os animais.
O épico filme
anti-bíblico de 130 milhões de dólares de Darren Aronofsky não tem quase nada
do que a Bíblia relata acerca do dilúvio. Há uma arca, animais marchando de
dois em dois, um dilúvio de proporções bíblicas e um homem chamado Noé. A
semelhança termina aí.
O filme “Noé” é
anticristão e antijudaico, promove o controle populacional e é um aviso
alegórico acerca da calamidade futura que será causada, de acordo com o filme,
pelo aquecimento global. No filme, Deus é sempre mencionado como “o Criador.”
Hollywood tem dificuldade de mencionar a palavra Deus.
A Bíblia descreve
Noé como “um homem justo” que era “perfeito em suas gerações” e “andou com
Deus.”
O Noé de Aronofsky
é o que os secularistas chamariam de fanático religioso. Cheio de
autodepreciação e propenso a ataques violentos, ele se torna convencido de que
Deus quer destruir a humanidade completamente. Portanto, o único propósito de
Noé e sua família é construir a arca e salvar animais. Ao completar essa
tarefa, as últimas pessoas da terra serão extintas. Quem aplaudiu muito esse
filme na estreia, nas cadeiras da frente, foi o Movimento em Prol da Extinção
Voluntária dos Seres Humanos e a entidade Pessoas em Prol do Tratamento Ético
dos Animais.
Na representação de
Russell Crowe, Noé é tão obcecado que ele planeja matar seus netos
recém-nascidos para impedir o repovoamento do planeta.
Esse é o jeito que
Hollywood vê cristãos e judeus dedicados — como pessoas cheias de um fanatismo
que beira a psicose e leva ao ódio e homicídio. A velha rotina de Bill Cosby
(“Certo, qual é o cúbito?”) era mais próxima do Gênesis — e entretinha muito
mais.
A Bíblia é um pouco
vaga sobre as razões do dilúvio. A Bíblia explica: “A terra se perverteu diante
de Deus e encheu-se de violência. Deus observou a terra e viu a que ponto de
perversão havia chegado toda a humanidade, com suas práticas malignas” (Gênesis
6:11-12 KJA).
Pervertida de que jeito?
Deus queria destruir o mundo por causa de roubos? Mais tarde em Gênesis, as
cidades cananeias de Sodoma e Gomorra são destruídas, desta vez por fogo, por
causa da perversão sexual. O termo “sodomita” não se refere a alguém que rouba
mercadinhos.
Tente imaginar
Hollywood fazendo um filme que ataca sem misericórdia a imoralidade sexual,
quando a indústria do entretenimento imita Lady Gaga na questão gay e apresenta
a coabitação, o adultério e o aborto como escolhas de estilo de vida.
O filme “Noé” não é
sobre pecado no sentido tradicional, mas “pecado ambiental” — conforme
recontado no Evangelho de Santo Al Gore. “E Deus olhou os gases de efeito
estufa e eis que não estavam bons. E Ele disse: Que as calotas glaciais se
derretam e os níveis dos mares se levantem até que tudo o que reste seja Kevin
Costner em seu barco à vela buscando terra seca.”
Numa entrevista à
revista New Yorker, Aronofsky
admitiu: “Há uma instrução enorme no filme, uma mensagem forte acerca do
dilúvio que está vindo por causa do aquecimento global.” Em outra parte, ele
descreve Noé como “o primeiro ambientalista.” A revista Hollywood Reporter faz referências às “mensagens duras de Dia do
Juízo Final Ecológico.”
O culto do
aquecimento global tem todas as características de uma religião — profetas (Al
Gore, sábios de Hollywood e cientistas numa ganância louca atrás de verbas
governamentais de pesquisa), o mal (o motor de combustão interna, fábricas que
usam carvão, crescimento populacional), o bem (medidas criadas para reduzir as
emissões de CO2) e salvação e redenção (multas draconianas para os poluidores
de carbono, rígidos limites na reprodução humana — para apagar as pegadas de
carbono — e eventual revogação da revolução industrial). Os dissidentes não são
meramente errados, eles são heréticos rotulados de “negadores” da mudança
climática. No que depender dos ambientalistas, eles aplicarão a Inquisição na
frente do prédio da ONU pela única preocupação dos poluentes liberados pela
carne em chamas de suas vítimas.
Mas o culto do
aquecimento global diverge da religião tradicional em dois aspectos
significativos. O Judaísmo e o Cristianismo colocam o homem no centro, enquanto
a religião do aquecimento global coloca o planeta no centro de tudo. No filme
“Noé,” as palavras do primeiro capítulo de Gênesis são colocadas na boca do
vilão Tubal-Caim, que diz a Noé que os animais foram criados para uso do homem
(que devemos dominar sobre o mundo natural) para provar que essa ideia é muito
má.
Há outra diferença.
Geralmente, a religião judaica e cristã não pode ser provada ou refutada, pelo
fato de que é baseada em algo fora da razão chamado fé.
Embora seus adeptos
não admitam, a religião do aquecimento global tem também como base a fé — crer
na depravação da sociedade industrial e no mal do progresso. Infelizmente para
os que a promovem, a religião do aquecimento global é comprovadamente falsa e
cada vez mais refutada pela realidade. A terra não está ficando mais quente. As
calotas polares não estão se encolhendo. O aumento dos níveis dos mares é insignificante
e não existe nenhum Dia do Juízo Final Ecológico no horizonte.
O planeta Terra tem
frequentemente passado por ciclos de aquecimento e resfriamento. Muitos fatores
podem afetar o clima, inclusive manchas solares.
A estação de
furacões do ano passado no meio-oeste dos EUA foi a mais branda desde o início
da década de 1960. Até mesmo o Painel Intergovernamental sobre Mudança
Climática (a Santa Inquisição dos alarmistas do aquecimento global) confessa
que o aumento médio da temperaturas de superfície parou 15 anos atrás. Eles
tentam evitar passar vergonha chamando isso de “pausa” — uma pausa bem longa,
pelo visto.
Em dezembro
passado, os cientistas da mudança climática foram à Antártica em busca de
evidência para apoiar sua opinião “incontestável” e ficaram presos em mares de
gelo que, de acordo com a teoria deles, não deveriam estar ali. O navio deles
ficou totalmente preso no gelo. Vários navios quebra-gelo não conseguiram
chegar até eles. (O gelo marítimo no Hemisfério Sul atingiu níveis recordes em
setembro de 2013 — pelo segundo ano seguido.) Finalmente, eles foram resgatados
de helicóptero do navio — salvos pela desgraçada tecnologia. Só faltou efeito
especial.
Em sua segunda
semana, as receitas do filme “Noé” afundaram em 60%. Apesar disso, muitas
pessoas que assistirem ao filme acreditarão que tem alguma relação com a Bíblia
— com extrema liberdade artística, naturalmente.
O analfabetismo
bíblico é epidêmico nos Estados Unidos. Uma pesquisa realizada pela entidade de
pesquisa Barna revela que 60% dos americanos adultos não conseguem citar cinco
dos Dez Mandamentos. O teólogo batista Albert Mohler escreve que a pesquisa de
opinião pública do Barna “indicou que pelo menos 12% dos adultos creem que
Joana d’Arc é a esposa de Noé. Outra pesquisa de jovens que se formaram da
escola secundária revelou que mais de 50% achavam que Sodoma e Gomorra eram
marido e esposa. Um número considerável de entrevistados de uma pesquisa de
opinião pública indicou que o Sermão da Montanha foi pregado por Billy Graham.
Estamos muito encrencados.”
Tirando proveito
dessa ignorância, o filme tem anjos caídos, chamados de Sentinelas, cobertos de
pedra como castigo por ajudarem o homem caído dando-lhe tecnologia formada da
terra. Parecendo Ents calcificados do “Senhor dos Anéis,” e discernindo a
bondade interior de Noé (antes dele ficar maluco), as rochas eternas o ajudam a
construir a Arca e o protegem dos filhos de Caim.
Como Matusalém,
Anthony Hopkins fornece mudança divertida e mais revisionismo. O hippie mais
velho do mundo vive numa caverna, serve chá alucinógeno e prática bruxaria com
uma semente mágica.
Escrevendo no site
Aish.com, o rabino Benjamin Blech dá o alerta: “Saber que milhões de
espectadores, depois de verem o filme, internalizarão o Noé de Russell Crowe,
assim como muitas outras partes do enredo do filme que não têm nenhuma base na
Bíblia ou qualquer outra fonte respeitável, todos os que respeitam a Torá e a
guarda de suas verdades deveriam ficar muito preocupados.”
Depois de passar
décadas (séculos se você quiser voltar à Revolução Francesa) tentando destruir
o Judaísmo e o Cristianismo, a esquerda está agora os usando para avançar suas
causas favoritas. Logo nos cinemas “Sodoma e Gomorra: A Estória Verdadeira” — em
que as metrópoles da Mesopotâmia são destruídas por sua “homofobia,” sexismo e
desigualdade de renda.
Traduzido por Julio
Severo do artigo do GrassTopUSA: “Noah”
– The Bible Meets The Lorax
Fonte: Julio Severo
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