Por
Percival Puggina
Se um direito é
natural, inerente à condição humana, o Estado pode não o reconhecer, mas ele
não deixa de existir.
No Brasil de 2017, a
posse e o porte de armas deveria ser objeto de clamor nacional ante o Estado
omisso no cumprimento das obrigações.
Quem se alinha com
teses sempre desastrosas, como os defensores do desarmamento, por exemplo,
senta-se sobre o lado esquerdo do traseiro. Por que será? As exceções são tão
raras que não ocupam lugar na arquibancada dos fatos sociais. Não contentes com
fincarem pé nos fracassos, nem com andarem por aí arredondando pilar quadrado
até que a casa caia, esse pessoal se esmera em espancar o bom conselho e em
desqualificar a divergência. Você é contra o desarmamento? Então você é
raivoso, da turma da bala; está a serviço da indústria da guerra.
Potencialmente, um assassino de aluguel.
No entanto, a entrega
compulsória de todas as armas das pessoas de bem tem lugar de merecido destaque
na lista das iniciativas absurdas e maléficas já adotadas em nosso país.
Responde, diretamente, pelo aumento da criminalidade, tanto em razão do
quantitativo quanto da desfaçatez com que os bandidos passaram a agir nos mais
variados ambientes e circunstâncias. Percebem-se – e de fato são – “donos do
pedaço”, tocadores de gado para o abatedouro ou para o brete da marcação.
Rapidamente vamos adquirindo destreza em preencher boletins de ocorrência, aos
quais já tratamos na intimidade como "os meus BOs".
Nós, os conservadores,
e boa parte dos liberais, cremos que a pessoa humana é titular de direitos aos
quais denominamos naturais. Entre eles, o direito à vida, à liberdade e à
propriedade dos bens legitimamente havidos. Para os estatistas, socialistas,
comunistas e outros totalitários em geral, as coisas não são assim. Entendem
que os direitos nos são dados pelo Estado, motivo por que, fonte de todos os
direitos, ele se torna, simultaneamente, objeto de reverência e de assédio.
Estados vão à falência por conta do assédio. Sociedades são escravizadas por
conta da reverência.
O leitor destas linhas
pode estar pensando: “Mas se o Estado diz que eu não posso isto ou aquilo, na
prática eu não posso mesmo; na prática eu não tenho tais direitos". Ora,
se um direito é natural, inerente à condição humana, o Estado pode não o
reconhecer, mas ele não deixa de existir. Os criminosos sentenciados têm a
liberdade justificadamente tolhida; os presos políticos em regimes não
democráticos, tem a liberdade injustificadamente contida. Mas o direito? Ah, o
direito permanece na pessoa!
Isso é tão
significativo quanto objeto de abuso. Se olharmos a pauta das postulações
daqueles corpos políticos a que me referi no início, veremos que atuam
invocando o reconhecimento de supostos direitos que seriam naturais aos grupos
que manipulam. Normalmente, não são.
Pois bem, a turma das
teses desastrosas acabou, simultaneamente, com o sistema penitenciário e com a
possibilidade de dar devida vigência repressiva ao Código Penal. A realidade
social evidencia que já há mais criminosos soltos do que presos. As baixas
contabilizadas pelas estatísticas são indicativas de estado de guerra, e de
guerra sangrenta. Em tais condições, nosso direito à vida não pode ser
preservado, defendido ou exercido na ausência de legítimo e proporcional
direito de defesa. No Brasil de 2017, a posse e o porte de armas deveria ser
objeto de clamor nacional ante o Estado omisso no cumprimento das obrigações.
Esse não cumprimento se torna ainda mais grave quando, simultaneamente, nos
recusa o direito à posse e ao porte de armas de defesa pessoal. Como gado para
o abatedouro, não!
Fonte: http://puggina.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Boa parte dos conhecimentos surgiu dos questionamentos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.