Toda forma de
assistencialismo governamental – a transferência coercitiva de riqueza e de
renda dos “ricos” (“possuidores”) para os “pobres” (“não possuidores”) –
diminui o valor do ato de pertencer a um sistema familiar estendido (na
condição de um sistema social de cooperação, de ajuda e de assistência mútuas).
O casamento perde valor. Para os pais, o valor e a importância de uma “boa”
criação (educação) para os seus próprios filhos são reduzidos.
Correspondentemente, no tocante às crianças, menos valor e menos respeito elas
atribuirão e mostrarão aos seus próprios pais. Devido à alta concentração de
destinatários do assistencialismo, nas grandes cidades a desintegração familiar
já se encontra em um estágio bem avançado. Com o fato de o governo recorrer ao
sexo (gênero) e à geração (idade) como uma fonte de apoio político e de
promover e aplicar a legislação referente ao sexo e à família, invariavelmente
a autoridade dos chefes de família (de lares familiares) e a hierarquia
“natural” entre as gerações no seio familiar são enfraquecidas, diminuindo-se o
valor da família multigeracional como a unidade básica da sociedade humana. Na
verdade, conforme já deve estar claro, logo que a legislação governamental
prevalece sobre o direito de família (incluindo, aqui, os arranjos familiares
em conjunto com os casamentos, os descendentes comuns, a herança – e assim por
diante), o valor e a importância da instituição da família só podem ser
sistematicamente corroídos – pois o que é uma família se ela não consegue
sequer conceber e ofertar a sua própria lei e a sua própria ordem! Ao mesmo
tempo, como já deve estar claro – mas não foi suficientemente observado e
analisado –, a partir do ponto de vista dos governantes, a sua capacidade de
interferir nos assuntos familiares internos deve ser considerada o prêmio
máximo e o pináculo do seu próprio poder. Explorar os ressentimentos raciais ou
tribais ou a inveja de classes em prol de vantagens pessoais é uma coisa. Mas
trata-se de algo completamente diferente utilizar as querelas familiares para
concretizar a deterioração de todo o sistema – em geral harmonioso – de
famílias autônomas, desenraizando as pessoas das suas famílias (de modo a
isolá-las e atomizá-las) e aumentando, portanto, o poder do estado sobre elas.
Então, assim que são implementadas as políticas governamentais sobre as
questões familiares, aumenta a ocorrência de fenômenos como: divórcio;
celibato; família monoparental; ilegitimidade; negligência ou abuso por parte
de cônjuges, de pais e de filhos; adoção de modos de vida “não tradicionais” –
homossexualidade, lesbianismo, comunismo e ocultismo –, estilos esses que se
mostram cada vez mais variados e frequentes.
Fonte:
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