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sexta-feira, 20 de julho de 2018

Como os eleitores são enganados na nossa pseudodemocracia

As eleições enquanto instrumento de mudança política eficaz são uma impossibilidade numa ditadura. Certos regimes ditatoriais, como os do antigo bloco de Leste, controlado pelos soviéticos, organizavam simulacros de eleições a fim de parecerem democráticos. Estes atos eleitorais, no entanto, não passavam de plebiscitos rigorosamente controlados para garantirem a aceitação, pela opinião pública, de candidatos previamente escolhidos pelos ditadores. Quando estão sob pressão, os ditadores podem por vezes aceitar realizar novas eleições, mas em seguida falseiam-nas de maneira a colocarem os seus fantoches nos gabinetes governamentais. Se os candidatos da oposição forem autorizados a ir a votos e conseguirem ser eleitos, como aconteceu na Birmânia, em 1990, e na Nigéria, em 1993, os resultados podem simplesmente ser ignorados, sendo os «vencedores» alvo de intimidações, presos, ou mesmo executados. Os ditadores não estão dispostos a permitir a realização de eleições que possam destroná-los.

Texto extraído do livro: Daditadura à democracia, por Gene Sharp
Biblioteca Subversiva: Dicas de livros

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