Qual seria, então, sua prova do caráter
explorador de um capitalismo limpo?
Sua prova consiste na observação de que
os preços dos fatores de produção, em particular os salários pagos aos
trabalhadores pelos capitalistas, são menores do que os preços dos bens
produzidos. O trabalhador, por exemplo,
recebe um salário que representa os bens de consumo produzidos em três dias,
sendo que ele, na verdade, trabalhou cinco dias por seu salário e produziu um
total de bens de consumo que excede em valor o que ele recebe como
remuneração. Os bens produzidos durante
esses dois dias extras — a mais-valia, na terminologia marxista — são
apropriados pelo capitalista. Portanto,
de acordo com Marx, existe exploração.
O que há de errado com essa análise? A
resposta se torna óbvia tão logo se pergunta por que seria possível o trabalhador
concordar com esse arranjo. Ele concorda
porque seu pagamento salarial representa bens presentes — ao passo que os
serviços de sua mão-de-obra representam apenas bens futuros —, e ele, como
qualquer ser humano, atribui um valor muito maior aos bens presentes do que aos
bens futuros. Afinal, ele também poderia
optar por não vender seus serviços ao capitalista e, com isso, se apossar ele
próprio do "valor total" de sua produção.
Mas isso, é claro, significa que ele
teria de esperar muito mais tempo até que quaisquer bens de consumo se
tornassem disponíveis para ele. Ao
vender sua mão-de-obra, ele demonstra preferir uma menor quantidade de bens de
consumo agora a uma quantidade possivelmente maior em algum momento futuro. (...)
Se
a teoria marxista da exploração capitalista e suas idéias sobre como acabar com
a exploração e estabelecer a prosperidade universal são falsas a ponto de serem
ridículas, resta claro que qualquer teoria de história que seja derivada dela
também deve ser falsa. Ou, caso ela
esteja correta, sua derivação se deu de modo totalmente incorreto.
A
análise de classe marxista vs. a análise de classe austríaca, por Hans-Hermann
Hoppe, artigo completo, aqui
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