Portanto, uma economia com uma
moeda estável irá beneficiar a grande maioria de seus cidadãos, os quais
poderão comprar a preços continuamente mais baixos. Essa verdade
econômica irrita os defensores do mercantilismo. Eles dizem que tal
política é maléfica. Eles estão convencidos de que ter um Banco Central
depreciando continuamente a moeda como forma de subsidiar o setor exportador é
algo extremamente benéfico para uma nação, e que a reduzida quantidade de bens
e serviços que estarão disponíveis para os consumidores domésticos (tanto em
decorrência das menores importações quanto pelo fato de mais produtos
domésticos estarem sendo exportados) é algo sem nenhuma importância.
Os defensores do mercantilismo
jamais discutem a realidade econômica desta redistribuição de riqueza.
Eles jamais apontam para aquela incontestável realidade: que a esmagadora
maioria dos cidadãos é obrigada a arcar com perdas econômicas, principalmente
quando se leva em conta os ganhos que obteriam caso pudessem adquirir bens
estrangeiros a preços cada vez menores.
A vasta maioria dos cidadãos de
qualquer país não faz a mais mínima ideia da relação entre expansão monetária e
redução das importações. Eles não entendem que estão sendo prejudicados
pela política de depreciação monetária feita pelo seu governo. Se
eles entendessem de economia, iriam imediatamente exigir um padrão-ouro puro, e
iriam prontamente se beneficiar do crescente valor internacional de sua moeda
nacional. Como
iriam se beneficiar? Podendo comprar uma quantia cada vez maior de bens
estrangeiros a preços cada vez menores. (...)
Infelizmente, são tão poucas as
pessoas que entendem de lógica econômica, que este subsídio coercivamente
extraído de uma maioria para uma minoria não é visto como um programa de
transferência de riqueza dos mais pobres (consumidores comuns) para os mais
ricos (barões do setor exportador).
Sempre que o governo de um país adota o mercantilismo — algo que ocorre
a aproximadamente 100% do tempo —, ele o faz sabendo que praticamente ninguém
compreende que aquela política prejudica a vasta maioria dos cidadãos e
beneficia apenas uma minoria que está no setor exportador da economia. Mais ainda: ele o faz sabendo inclusive que
contará com o resoluto apoio da mídia e dos desinformados de plantão, que
acreditam que um "setor exportador subsidiado fortalece a economia do
país". (...)
É lamentável que a maioria das
pessoas não entenda de economia. Para
os exportadores, no entanto, que se beneficiam deste assalto ao poder de compra
da população, essa ignorância econômica de seus compatriotas é uma dádiva. Dado que é impossível ganhar algo a troco de nada, o que ocorre
é que um pequeno grupo de exportadores ganha muito e, em troca, o restante das
massas fica com preços crescentes para quase todos os bens e serviços da
economia. E ainda bate palma.
Artigo completo: Qual o benefício de exportar mais do que importar? escrito por Gary North, aqui
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