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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Comentário sobre “O Livro Negro da Esquerda Americana”

Por Ion Mihai Pacepa (Autor “Disinformation)

Este artigo foi publicado no dia 13 de janeiro no WND. O autor, o general Ion Mihai Pacepa é o oficial de mais alta patente que desertou do bloco soviético. Seu novo livro, Disinformation, escrito em coautoria com o professor Ronald Rychlak, foi lançado em junho pelo WND Books.

O livro “The Black Book of the American Left: Collected Conservative Writings of David Horowitz” deve ser lido por todo cidadão americano que ama este país. A obra é um chacoalhão de alerta: os Estados Unidos estão sendo infectados pela peste bubônica do marxismo, que, no passado, contaminou o próprio autor do livro.

Na década de 1970, David Horowitz atingiu os mais altos cargos dos movimentos de esquerda americanos. Depois, acabou entendendo que o marxismo é uma mentira – o primeiro passo na direção do roubo e do assassinato – e desde então tem dedicado a vida para avisar que o marxismo está colocando em risco a liberdade e a democracia americanas. Uma pesquisa de opinião pública da Rasmussen Reports mostra que, realmente, hoje apenas 53% dos americanos preferem o capitalismo ao socialismo.

Um dos mais populares night clubs de Nova York é o KGB Bar, com temática soviética. O local, enfeitado com a bandeira soviética e com uma fotografia do “Camarada Lênin”, fica lotado por uma nova geração de escritores marxistas que leem os seus trabalhos. Poucas semanas atrás, esta enorme cidade elegeu, por maioria esmagadora (73% dos votos), um prefeito abertamente marxista, e o conselho de Seattle tem um novo membro que disse, com orgulho, ter usado “o emblema socialista com honra”. O Pravda, jornal pós-soviético da Rússia, que sabia que o socialismo era apenas uma máscara sorridente do marxismo, irritou-se: “Deve ficar claro que, como o rompimento de um grande dique, a enxurrada americana na direção do marxismo está ocorrendo com uma velocidade de tirar o fôlego, contra um pano de fundo de uma manada passiva e infeliz, desculpe, prezado leitor, quero dizer, o povo.”

Os Estados Unidos ainda não perceberam realmente que o marxismo está infectando o país porque a grande mídia tem feito o possível para esconder esse truísmo e porque nem o Partido Republicano nem o Tea Party chamaram a atenção para os perigos do marxismo. A nossa mídia também está escondendo o fato de que a única coisa que o marxismo deixou atrás de si foi sempre países parecendo acampamentos de trailer devastados por furacões, e líderes marxistas ardendo no inferno de Dante – todos, sem exceção, de Trotsky a Stalin, de Khrushchev a Brezhnev, de Tito a Enver Hoxha, juntamente com Mátyás Rákosi, Sékou Touré, Julius Nyerere, Nicolae Ceausescu e Hugo Chávez

David Horowitz nasceu numa família de marxistas confessos, tinha o marxismo no sangue e teve uma carreira de sucesso como ativista, escritor e jornalista marxista. Em 1974, alguns de seus camaradas marxistas – líderes dos Panteras Negras – assassinaram um guarda-livros recrutado por David para fazer a contabilidade de uma escola dos Panteras Negras a qual ajudara a fundar. Aquele crime horrível chocou David e o convenceu a abandonar a carreira de esquerdista de sucesso e passar para o outro lado da barricada política americana.

O David Horowitz Freedom Center e a FrontPage Magazine, criada por David em 1988, marcou o início da sua cruzada antimarxista, que jamais parou. O livro “The Professors: The 101 Most Dangerous Academics in America” (2006) e a Academic Bill of Rights (ABOR) foram outros marcos em sua vida: o início da sua ainda hoje vigorosa campanha contra a doutrinação marxista nas universidades americanas. (A bem da verdade: apesar de nunca ter encontrado pessoalmente com David, eu colaboro com a FrontPage Magazine e tenho repetidamente expressado minha admiração por seu rompimento com o marxismo. David também elogiou publicamente o meu rompimento com o comunismo.)

No prefácio de “The Black Book of the American Left”, o primeiro dos nove volumes de suas memórias, David Horowitz escreveu “para o bem ou para o mal, fui condenado a passar o resto dos meus dias” combatendo o marxismo “com o qual eu rompi por iniciativa própria”. Em maio de 1989, ele e outros dois proeminentes ex-marxistas, Ronald Radosh e Peter Collier, foram à Polônia participar de uma conferência sobre o fim do comunismo. Lá, David disse aos dissidentes poloneses: “Para mim, a tradição de minha família a respeito dos sonhos socialistas acabou. O socialismo não é mais um sonho de um futuro revolucionário. É apenas um pesadelo do passado. Mas, para vocês, o pesadelo não é um sonho. É uma realidade ainda em andamento. O meu sonho para o povo da Polônia socialista é que um dia vocês acordem do pesadelo e sejam livres.” Poucos meses depois, os diálogos entre o governo polonês e os líderes do Solidariedade levaram às primeiras eleições semi-livres do bloco soviético.

No dia 9 de novembro de 1989, quando vi pela televisão o Muro de Berlim sendo derrubado, os meus olhos lacrimejaram. Eu estava muito orgulhoso de ser cidadão americano. O mundo inteiro estava expressando a sua gratidão aos Estados Unidos por sua luta de 45 anos de Guerra Fria contra o mal soviético. “O comunismo morreu!”, ouvi as pessoas gritando. Realmente, o comunismo morreu como forma de governo. Mas logo ficou provado que o marxismo, cujo 141° aniversário acabara de ser celebrado, havia sobrevivido.

O filósofo francês Jacques Derrida, que disse ter rompido com o marxismo, mas que confessou que ainda é paralisado pela emoção ao ouvir a Internacional, nos lembra que o primeiro substantivo do Manifesto Comunista de Marx é espectro: “Um espectro ronda a Europa, o espectro do comunismo.” De acordo com Derrida, Marx começou o “Manifesto Comunista” com a palavra espectro porque um espectro nunca morre. David Horowitz concordou. “Após a morte de Stalin”, David escreve em suas memórias, os meus pais – cujas vidas foram dedicadas ao marxismo – compreenderam ter “servido a uma quadrilha de déspotas cínicos responsáveis por matar mais camponeses, causar mais fome e miséria humana, e assassinar mais esquerdistas como eles do que os governos capitalistas desde o início dos tempos… Eu tinha 17 anos na época, e no funeral da Velha Esquerda eu jurei a mim mesmo não repetir a sina dos meus pais… Mas a minha juventude me impediu de ver o que aquela catástrofe havia revelado. Continuei com a minha fantasia de um futuro socialista. Quando a Nova Esquerda começou a emergir poucos anos depois, eu estava pronto para acreditar num novo início e estava ávido por assistir ao seu nascimento.”

David Horowitz agora documenta que uma nova geração de americanos, aos quais não está mais sendo ensinada a história e que conhecem pouco ou nada da longa luta do nosso país contra o marxismo, está dando a esta heresia – responsável pelo assassinato de mais de 90 milhões de pessoas – outra vida nova. Em 2008, o Partido Democrata retratou os Estados Unidos como um “império capitalista decadente e racista”, incapaz de prover a assistência médica para os pobres, de reconstruir as suas “escolas em frangalhos”, ou de substituir as “fábricas fechadas que no passado proporcionaram uma vida decente para homens e mulheres de todas as raças” e garantiram que mudariam isso drasticamente por meio do aumento de impostos sobre os americanos ricos e sobre as empresas americanas e seus proprietários, para financiar programas para os pobres. Isso é marxismo em estado puro. No “Manifesto Comunista”, Marx pintou o capitalismo como “um império decadente e racista” e garantiu erradicá-lo defendendo 10 “transgressões dos direitos de propriedade” os quais vieram a ser conhecidos como os “Dez Pontos do Manifesto Comunista”. Dentre eles: pesado imposto de renda com aumento progressivo e gradual, abolição dos direitos de herança, abolição da propriedade.

Se você conhece o “Manifesto”, como David conhece, vai pensar que Marx em pessoa escreveu o programa econômico do Partido Democrata, o qual contém todos os dez pontos acima citados. Se você não conhece o “Manifesto”, dê uma olhada no “The Black Book of the American Left”. Os jovens de hoje, cuja idade é igual à que David tinha quando ignorou os inauditos crimes de Stalin, acreditam em jantar grátis. Não é de admirar que, na corrida eleitoral de 2008, o Partido Democrata lotou estádios com jovens exigindo a redistribuição da riqueza dos Estados Unidos. Algumas daquelas assembleias eleitorais pareceram, para mim, uma repetição das aglomerações do ditador romeno Ceausescu – mais de 80 mil jovens reunidos em frente do agora famoso templo grego imitando a Casa Branca erguido em Denver, para exigir a redistribuição da riqueza americana. O Partido Democrata conquistou a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso.

As pessoas se acostumaram a olhar com complacência a “redistribuição de riqueza”, mas David Horowitz demonstra, de maneira convincente, que isso é a quintessência do marxismo, e que o marxismo sempre termina em colapso econômico. Eu concordo. “Roubar os capitalistas é moral, camaradas”, eu ouvi Khrushchev dizer durante suas “férias de seis dias” de 1959 na Romênia. “Não se espantem, camaradas. Usei intencionalmente o verbo roubar. Roubar os nossos inimigos é moral, camaradas.” “Roubar os capitalistas é um dever dos marxistas”, pontificava o presidente da Romênia, Nicolae Ceausescu, durante os anos em que fui o seu conselheiro de segurança nacional. “Os capitalistas são inimigos mortais do marxismo”, ouvi Fidel Castro discursar em 1972 quando passei férias em Cuba como convidado do seu irmão Raul. “Matá-los é moral, camaradas!”

Na minha outra vida cheguei ao topo da entidade marxista – o Império Soviético – criado por meio da redistribuição da riqueza do seu povo, e para escapar da sua tirania eu fui obrigado a recomeçar a minha vida do zero, como David. Redistribuição de riqueza é roubo disfarçado – um passo antes do homicídio – e o roubo e o homicídio se tornaram políticas públicas no dia do nascimento do marxismo soviético. Imediatamente após a revolução de novembro de 1917, os marxistas soviéticos confiscaram a riqueza da família imperial, apoderaram-se das terras dos russos ricos, nacionalizaram a indústria e o sistema bancário e mataram a maior parte dos donos de terras. Em 1929, confinando os camponeses em fazendas coletivas, os marxistas soviéticos roubaram as suas propriedades juntamente com os animais e ferramentas. Em poucos anos, virtualmente toda a economia soviética estava funcionando a base de propriedades roubadas. Quando o povo começou a protestar contra o roubo, os marxistas transformaram o Império Soviético num Estado policial tirânico. Mais de 20 milhões de pessoas foram mortas para manter aquele império gulag sob controle. Em longo prazo, entretanto, roubo e crime não compensam, mesmo quando cometidos por uma superpotência. O colapso da União Soviética em 1991 é a maior prova disso.

No dia 7 de fevereiro de 2009 a capa da Newsweek estampou: “Somos todos socialistas agora.” Isso também foi dito pelo jornal Scînteia de Ceausescu quando ele transformou a Romênia num monumento ao marxismo. Dois anos após tomar o poder, o marxista Partido Democrata americano produziu os mesmos resultados do marxismo de Ceausescu – em escala americana. Mais de 14 milhões de americanos perderam o emprego, e quase 42 milhões de pessoas recorreram a programas de alimentação do governo. O crescimento do PIB caiu de 3-4% para 1,6%. A dívida nacional cresceu para o valor sem precedentes de US$17 trilhões, e o valor projetado para 2019 é de US$18 trilhões. O Scînteia foi à falência. A Newsweek foi vendida por um dólar.

Vamos dar nome aos bois: estamos falando de marxismo. Marxismo nos Estados Unidos!

O livro “The Black Book of the American Left” não podia ter surgido em momento mais oportuno. Os Estados Unidos precisam entender imediatamente que o marxismo é uma mentira, e que essa mentira é o primeiro passo na direção do roubo e do assassinato.

Traduzido por Ricardo Hashimoto

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