Por Ion Mihai
Pacepa (Autor “Disinformation)
Este artigo foi
publicado no dia 13 de janeiro no WND. O autor, o general Ion Mihai Pacepa é o
oficial de mais alta patente que desertou do bloco soviético. Seu novo livro,
Disinformation, escrito em coautoria com o professor Ronald Rychlak, foi
lançado em junho pelo WND Books.
O livro “The
Black Book of the American Left: Collected Conservative Writings of David
Horowitz” deve ser lido por todo cidadão americano que ama este país. A obra é
um chacoalhão de alerta: os Estados Unidos estão sendo infectados pela peste
bubônica do marxismo, que, no passado, contaminou o próprio autor do livro.
Na década de
1970, David Horowitz atingiu os mais altos cargos dos movimentos de esquerda
americanos. Depois, acabou entendendo que o marxismo é uma mentira – o primeiro
passo na direção do roubo e do assassinato – e desde então tem dedicado a vida
para avisar que o marxismo está colocando em risco a liberdade e a democracia
americanas. Uma pesquisa de opinião pública da Rasmussen Reports mostra que,
realmente, hoje apenas 53% dos americanos preferem o capitalismo ao socialismo.
Um dos mais
populares night clubs de Nova York é o KGB Bar, com temática soviética. O
local, enfeitado com a bandeira soviética e com uma fotografia do “Camarada
Lênin”, fica lotado por uma nova geração de escritores marxistas que leem os
seus trabalhos. Poucas semanas atrás, esta enorme cidade elegeu, por maioria
esmagadora (73% dos votos), um prefeito abertamente marxista, e o conselho de
Seattle tem um novo membro que disse, com orgulho, ter usado “o emblema
socialista com honra”. O Pravda, jornal pós-soviético da Rússia, que sabia que
o socialismo era apenas uma máscara sorridente do marxismo, irritou-se: “Deve
ficar claro que, como o rompimento de um grande dique, a enxurrada americana na
direção do marxismo está ocorrendo com uma velocidade de tirar o fôlego, contra
um pano de fundo de uma manada passiva e infeliz, desculpe, prezado leitor,
quero dizer, o povo.”
Os Estados
Unidos ainda não perceberam realmente que o marxismo está infectando o país
porque a grande mídia tem feito o possível para esconder esse truísmo e porque
nem o Partido Republicano nem o Tea Party chamaram a atenção para os perigos do
marxismo. A nossa mídia também está escondendo o fato de que a única coisa que
o marxismo deixou atrás de si foi sempre países parecendo acampamentos de
trailer devastados por furacões, e líderes marxistas ardendo no inferno de
Dante – todos, sem exceção, de Trotsky a Stalin, de Khrushchev a Brezhnev, de
Tito a Enver Hoxha, juntamente com Mátyás Rákosi, Sékou Touré, Julius Nyerere,
Nicolae Ceausescu e Hugo Chávez
David Horowitz
nasceu numa família de marxistas confessos, tinha o marxismo no sangue e teve
uma carreira de sucesso como ativista, escritor e jornalista marxista. Em 1974,
alguns de seus camaradas marxistas – líderes dos Panteras Negras – assassinaram
um guarda-livros recrutado por David para fazer a contabilidade de uma escola
dos Panteras Negras a qual ajudara a fundar. Aquele crime horrível chocou David
e o convenceu a abandonar a carreira de esquerdista de sucesso e passar para o
outro lado da barricada política americana.
O David
Horowitz Freedom Center e a FrontPage Magazine, criada por David em 1988,
marcou o início da sua cruzada antimarxista, que jamais parou. O livro “The
Professors: The 101 Most Dangerous Academics in America” (2006) e a Academic
Bill of Rights (ABOR) foram outros marcos em sua vida: o início da sua ainda
hoje vigorosa campanha contra a doutrinação marxista nas universidades
americanas. (A bem da verdade: apesar de nunca ter encontrado pessoalmente com
David, eu colaboro com a FrontPage Magazine e tenho repetidamente expressado
minha admiração por seu rompimento com o marxismo. David também elogiou
publicamente o meu rompimento com o comunismo.)
No prefácio de
“The Black Book of the American Left”, o primeiro dos nove volumes de suas
memórias, David Horowitz escreveu “para o bem ou para o mal, fui condenado a
passar o resto dos meus dias” combatendo o marxismo “com o qual eu rompi por
iniciativa própria”. Em maio de 1989, ele e outros dois proeminentes
ex-marxistas, Ronald Radosh e Peter Collier, foram à Polônia participar de uma
conferência sobre o fim do comunismo. Lá, David disse aos dissidentes
poloneses: “Para mim, a tradição de minha família a respeito dos sonhos
socialistas acabou. O socialismo não é mais um sonho de um futuro
revolucionário. É apenas um pesadelo do passado. Mas, para vocês, o pesadelo
não é um sonho. É uma realidade ainda em andamento. O meu sonho para o povo da
Polônia socialista é que um dia vocês acordem do pesadelo e sejam livres.”
Poucos meses depois, os diálogos entre o governo polonês e os líderes do
Solidariedade levaram às primeiras eleições semi-livres do bloco soviético.
No dia 9 de
novembro de 1989, quando vi pela televisão o Muro de Berlim sendo derrubado, os
meus olhos lacrimejaram. Eu estava muito orgulhoso de ser cidadão americano. O
mundo inteiro estava expressando a sua gratidão aos Estados Unidos por sua luta
de 45 anos de Guerra Fria contra o mal soviético. “O comunismo morreu!”, ouvi
as pessoas gritando. Realmente, o comunismo morreu como forma de governo. Mas
logo ficou provado que o marxismo, cujo 141° aniversário acabara de ser
celebrado, havia sobrevivido.
O filósofo
francês Jacques Derrida, que disse ter rompido com o marxismo, mas que
confessou que ainda é paralisado pela emoção ao ouvir a Internacional, nos
lembra que o primeiro substantivo do Manifesto Comunista de Marx é espectro:
“Um espectro ronda a Europa, o espectro do comunismo.” De acordo com Derrida,
Marx começou o “Manifesto Comunista” com a palavra espectro porque um espectro
nunca morre. David Horowitz concordou. “Após a morte de Stalin”, David escreve
em suas memórias, os meus pais – cujas vidas foram dedicadas ao marxismo –
compreenderam ter “servido a uma quadrilha de déspotas cínicos responsáveis por
matar mais camponeses, causar mais fome e miséria humana, e assassinar mais
esquerdistas como eles do que os governos capitalistas desde o início dos
tempos… Eu tinha 17 anos na época, e no funeral da Velha Esquerda eu jurei a
mim mesmo não repetir a sina dos meus pais… Mas a minha juventude me impediu de
ver o que aquela catástrofe havia revelado. Continuei com a minha fantasia de
um futuro socialista. Quando a Nova Esquerda começou a emergir poucos anos
depois, eu estava pronto para acreditar num novo início e estava ávido por
assistir ao seu nascimento.”
David Horowitz
agora documenta que uma nova geração de americanos, aos quais não está mais
sendo ensinada a história e que conhecem pouco ou nada da longa luta do nosso
país contra o marxismo, está dando a esta heresia – responsável pelo
assassinato de mais de 90 milhões de pessoas – outra vida nova. Em 2008, o
Partido Democrata retratou os Estados Unidos como um “império capitalista
decadente e racista”, incapaz de prover a assistência médica para os pobres, de
reconstruir as suas “escolas em frangalhos”, ou de substituir as “fábricas
fechadas que no passado proporcionaram uma vida decente para homens e mulheres
de todas as raças” e garantiram que mudariam isso drasticamente por meio do
aumento de impostos sobre os americanos ricos e sobre as empresas americanas e
seus proprietários, para financiar programas para os pobres. Isso é marxismo em
estado puro. No “Manifesto Comunista”, Marx pintou o capitalismo como “um
império decadente e racista” e garantiu erradicá-lo defendendo 10
“transgressões dos direitos de propriedade” os quais vieram a ser conhecidos
como os “Dez Pontos do Manifesto Comunista”. Dentre eles: pesado imposto de
renda com aumento progressivo e gradual, abolição dos direitos de herança,
abolição da propriedade.
Se você conhece
o “Manifesto”, como David conhece, vai pensar que Marx em pessoa escreveu o
programa econômico do Partido Democrata, o qual contém todos os dez pontos
acima citados. Se você não conhece o “Manifesto”, dê uma olhada no “The Black
Book of the American Left”. Os jovens de hoje, cuja idade é igual à que David
tinha quando ignorou os inauditos crimes de Stalin, acreditam em jantar grátis.
Não é de admirar que, na corrida eleitoral de 2008, o Partido Democrata lotou
estádios com jovens exigindo a redistribuição da riqueza dos Estados Unidos.
Algumas daquelas assembleias eleitorais pareceram, para mim, uma repetição das
aglomerações do ditador romeno Ceausescu – mais de 80 mil jovens reunidos em
frente do agora famoso templo grego imitando a Casa Branca erguido em Denver,
para exigir a redistribuição da riqueza americana. O Partido Democrata
conquistou a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso.
As pessoas se
acostumaram a olhar com complacência a “redistribuição de riqueza”, mas David
Horowitz demonstra, de maneira convincente, que isso é a quintessência do
marxismo, e que o marxismo sempre termina em colapso econômico. Eu concordo.
“Roubar os capitalistas é moral, camaradas”, eu ouvi Khrushchev dizer durante
suas “férias de seis dias” de 1959 na Romênia. “Não se espantem, camaradas.
Usei intencionalmente o verbo roubar. Roubar os nossos inimigos é moral,
camaradas.” “Roubar os capitalistas é um dever dos marxistas”, pontificava o
presidente da Romênia, Nicolae Ceausescu, durante os anos em que fui o seu
conselheiro de segurança nacional. “Os capitalistas são inimigos mortais do
marxismo”, ouvi Fidel Castro discursar em 1972 quando passei férias em Cuba
como convidado do seu irmão Raul. “Matá-los é moral, camaradas!”
Na minha outra
vida cheguei ao topo da entidade marxista – o Império Soviético – criado por
meio da redistribuição da riqueza do seu povo, e para escapar da sua tirania eu
fui obrigado a recomeçar a minha vida do zero, como David. Redistribuição de
riqueza é roubo disfarçado – um passo antes do homicídio – e o roubo e o
homicídio se tornaram políticas públicas no dia do nascimento do marxismo
soviético. Imediatamente após a revolução de novembro de 1917, os marxistas
soviéticos confiscaram a riqueza da família imperial, apoderaram-se das terras
dos russos ricos, nacionalizaram a indústria e o sistema bancário e mataram a
maior parte dos donos de terras. Em 1929, confinando os camponeses em fazendas
coletivas, os marxistas soviéticos roubaram as suas propriedades juntamente com
os animais e ferramentas. Em poucos anos, virtualmente toda a economia
soviética estava funcionando a base de propriedades roubadas. Quando o povo
começou a protestar contra o roubo, os marxistas transformaram o Império
Soviético num Estado policial tirânico. Mais de 20 milhões de pessoas foram
mortas para manter aquele império gulag sob controle. Em longo prazo,
entretanto, roubo e crime não compensam, mesmo quando cometidos por uma
superpotência. O colapso da União Soviética em 1991 é a maior prova disso.
No dia 7 de
fevereiro de 2009 a capa da Newsweek estampou: “Somos todos socialistas agora.”
Isso também foi dito pelo jornal Scînteia de Ceausescu quando ele transformou a
Romênia num monumento ao marxismo. Dois anos após tomar o poder, o marxista
Partido Democrata americano produziu os mesmos resultados do marxismo de
Ceausescu – em escala americana. Mais de 14 milhões de americanos perderam o
emprego, e quase 42 milhões de pessoas recorreram a programas de alimentação do
governo. O crescimento do PIB caiu de 3-4% para 1,6%. A dívida nacional cresceu
para o valor sem precedentes de US$17 trilhões, e o valor projetado para 2019 é
de US$18 trilhões. O Scînteia foi à falência. A Newsweek foi vendida por um
dólar.
Vamos dar nome
aos bois: estamos falando de marxismo. Marxismo nos Estados Unidos!
O livro “The
Black Book of the American Left” não podia ter surgido em momento mais
oportuno. Os Estados Unidos precisam entender imediatamente que o marxismo é
uma mentira, e que essa mentira é o primeiro passo na direção do roubo e do
assassinato.
Traduzido por
Ricardo Hashimoto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Boa parte dos conhecimentos surgiu dos questionamentos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.