Vários são os motivos que nos levam a afirmar que o
Manifesto Comunista foi o pior livro produzido pela civilização ocidental. Se
os editores fossem sensatos colocariam uma advertência na capa: “Cuidado, as
ideias deste livro já fizeram muito mal ao mundo”. Se os professores fossem
razoáveis ensinariam sobre os efeitos desse livro na história. Se os governos
fossem sábios o deixariam ao lado do Mein Kampf de Hitler como sendo de igual
ou maior periculosidade.
Basta ver o tipo de Estado nele proposto. Sim, a utopia
comunista prevê o fim do Estado. Antes, porém, tem que surgir o Estado monstro
que a tudo domina e determina. Todas as coisas precisam ser por ele controladas
e conduzidas até que o Novo Mundo paradisíaco surja, como se a serpente fosse a
responsável pela entrada no Paraíso e não pela expulsão dele.
Se nos países socialistas como URSS ou China o Estado
matou, torturou, prendeu e perseguiu milhões, isso se deu porque exatamente
esse era o plano. O Estado monstro é a única coisa que pode surgir do Manifesto
Comunista:
O proletariado utilizará sua supremacia política para
arrancar pouco a pouco todo capital à burguesia, para centralizar todos os
instrumentos de produção nas mãos do Estado.
Todavia, nos países mais adiantados, as seguintes medidas
poderão geralmente ser postas: Expropriação da propriedade latifundiária e
emprego da renda da terra em proveito do Estado; Imposto fortemente
progressivo; Abolição do direito de herança; Confiscação da propriedade de
todos os emigrados e dos contrarrevolucionários. (Isto é, quem não concordasse
com as ideias de Marx); Centralização do crédito nas mãos do Estado por meio de
um banco nacional com capital do Estado e com o monopólio exclusivo;
Centralização, nas mãos do Estado, de todos os meios de comunicação e
transporte. Adequação do sistema educativo ao processo de produção material
(isto é, doutrinação comunista e anti-tudo o que não for marxista), etc [grifos
e acréscimos entre parêntesis meu] [1]
Produção, crédito, terras, comunicação, transporte e educação
– tudo nas onipotentes mãos do Estado. Eis a receita do Manifesto para criar o
paraíso. “Dai-nos o controle absoluto e nós lhe daremos uma sociedade
perfeita”. Eis o discurso proposto pela dupla Marx e Engels. Eis a receita para
o inferno na terra. No fundo não se trata de um divórcio entre teoria e
prática. Trata-se na verdade de um casamento perfeito entre teoria e prática. O
Manifesto chocou o monstro e seus seguidores o trouxeram à luz.
Claro que os discursos socialistas serão uma combinação
perfeita de utopia e poesia. Sua prática, todavia, produzirá conforme seu DNA:
um Estado monstruoso que usará de todos os meios para impor sua vontade.
Minhas
palavras a você, seu animal sedento de sangue. (...) Você disse: “Abaixo as
prisões, abaixo o fuzilamento, abaixo o serviço militar. Que os trabalhadores assalariados também tenham
segurança”. Resumindo, você prometeu montanhas de ouro e uma terra paradisíaca.
(...) Então você, seu sanguessuga, veio e tirou a liberdade das mãos do povo.
Em vez de transformar prisões em escolas, elas estão cheias de vítimas
inocentes. Em vez de proibir os fuzilamentos, você organizou um terror, e
milhares de pessoas são fuziladas cruelmente todos os dias; você paralisou a
indústria, e os trabalhadores agora estão famintos, o povo não tem o que vestir
ou calçar. (Carta de um soldado do Exército Vermelho a Lenin, 25 de
dezembro de 1918) [2]
O erro do soldado é o mesmo erro cometido por todos os que
acreditaram nas propostas comunistas/socialistas sintetizadas no Manifesto: Crer
que frutos doces nasceriam de plantas venenosas.
A própria de ideia de “ditadura do proletariado” não passa
de engodo. Os proletários foram ao longo do tempo se beneficiando do
capitalismo. Não são eles que fazem a guerra e sim aqueles que dizem falar em
seu nome. “Não é o proletariado que faz
guerra ao capitalismo. É a seita ideológica que fala e age em seu nome”
[3].
Essa foi a realidade da primeira revolução socialista que
deu certo e de todas as demais desde então. Isso nunca mudará. O Estado monstro
é o único resultado possível da política socialista.
“A
democracia socialista não é incompatível com a administração por uma só pessoa
ou com a ditadura. Um ditador pode às vezes expressar a vontade de uma classe,
já que às vezes ele sozinho é capaz de realizar mais coisas e é, portanto, mais necessário” (Discurso
de Lênin para o Comitê Central) [4]
Pelo menos Hitler foi mais sincero, quando em seu livro
defendeu que “o forte é mais forte sozinho”. Exerceu seu poder absoluto em seu
próprio nome, enquanto o socialismo insiste em falar em nome de uma classe que
em sua maioria o desaprova e que o desaprovaria na totalidade se pudesse
antever o futuro que se avizinha.
Alguém pode defender o marxismo e a democracia ao mesmo
tempo. Todavia, será apenas mais um quadrado redondo defendido pelos iludidos.
“Há,
efetivamente, os que se iludem com a ditadura do proletariado, com o governo
direto das massas, com a abolição da hierarquia nas funções de governo,
esquecidos de que – escreveu Queiroz Lima na Sociologia Jurídica – tudo isso
não passará de aberração revolucionária, forçosamente transitória, própria para
mascarar o efetivo predomínio de um grupo, de um partido, de um chefe” [Grifo meu]
[5]
Está lá no Manifesto Comunista. Basta ler.
Fonte: JulioSevero
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente! Boa parte dos conhecimentos surgiu dos questionamentos.
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.