POR ESTADÃO
Anunciado pela
Petrobrás como "importante marco para dar continuidade à parceria
estratégica" com seu credor e bem recebido pelos investidores do mercado
acionário, o empréstimo de US$ 3,5 bilhões que a estatal brasileira acaba de
contratar com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) não mostra o
encaminhamento adequado de soluções para os graves problemas financeiros da
estatal, mas seu agravamento. Ela foi à China porque o mercado em que
tradicionalmente buscava financiamentos parece estar lhe fechando as portas.
Centro do escândalo
de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, a Petrobrás ainda não
conseguiu aferir de maneira minimamente aceitável pelos auditores independentes
e pelos órgãos reguladores do mercado acionário brasileiro e americano os
prejuízos que os desvios de verba lhe causaram e, por isso, vem adiando a
publicação do balanço financeiro e contábil relativo ao ano passado. Por causa
de seus problemas, teve sua nota de risco de crédito rebaixada duas vezes no
ano passado pela agência Standard&Poor's e há pouco foi colocada em
perspectiva negativa - o próximo passo será a perda do grau de investimento.
O aumento do custo
dos novos empréstimos - a estatal prevê a captação de US$ 12 bilhões por ano
entre 2014 e 2018 - era a consequência mais onerosa prevista pelos analistas,
em razão das desconfianças geradas pelas investigações da Operação Lava Jato. A
busca de recursos na China indica que, mais do que caros, os créditos para a
Petrobrás se tornaram escassos.
A curta nota com
que a Petrobrás informou a conclusão da operação com o CDB - o maior banco de
fomento do mundo, com ativos estimados em US$ 1,33 trilhão no final de 2013 -
descreve-a como o primeiro contrato de "um acordo de cooperação a ser
implementado ao longo de 2015 e 2016", anuncia a disposição das partes de
"desenvolver novas operações no futuro" e justifica o empréstimo como
a continuidade de uma parceria que fortalece "as sinergias entre as
economias dos dois países". Mas não contém nenhuma informação sobre as condições
do negócio nem, muito menos, sobre as contrapartidas de responsabilidade da
Petrobrás.
Experiências de
países latino-americanos produtores de petróleo e da própria Petrobrás com
instituições financeiras chinesas não deixam dúvidas de que o governo de Pequim
sempre está muito mais interessado em assegurar o suprimento do óleo de que a
China necessita para manter seu crescimento acelerado do que nos interesses dos
tomadores dos empréstimos. As condições financeiras dos credores só interessam
aos dirigentes chineses se elas forem graves o suficiente para a imposição de
condições muito favoráveis a Pequim.
A China vem fazendo
isso há vários anos com a Venezuela chavista e fez com a Petrobrás em 2009 -
quando o crédito ficou muito escasso. Naquele ano, para obter o empréstimo de
US$ 10 bilhões do CDB, a Petrobrás aceitou como contrapartida o compromisso de
compra de equipamentos chineses e ofereceu como garantia a oferta de petróleo
para a China.
Quaisquer que
tenham sido as condições do novo empréstimo acertado com o CDB, a operação
representa pouco para as necessidades financeiras de curto prazo da Petrobrás.
Para tentar equilibrar suas finanças, além dos empréstimos que ainda pretende
captar no mercado - em condições agora desconhecidas, dada a desconfiança
gerada pelo esquema de corrupção que se instalou nela -, a Petrobrás pretende
desfazer-se de ativos avaliados em US$ 13 bilhões. Resta saber se, com a queda
do preço do petróleo, o mercado mundial tem interesse em adquirir esses ativos.
Além disso, a estatal programa o corte de seus investimentos em US$ 14 bilhões
por ano.
Com tantos
problemas, até as boas notícias são prenúncio de dificuldades futuras. A
Petrobrás participa com 40% do capital total e é a operadora do consórcio que
detém os direitos sobre a maior descoberta de petróleo da América Latina em
2014, que ocorreu em águas profundas no Caribe colombiano. A empresa não tem
dinheiro para investir a parte que lhe cabe. É mais uma consequência de seu
domínio político pelo PT.
Nota subversiva: O PT está privatizando a Petrobras exclusivamente para a China.
O pagamento em forma de empréstimos já está sendo pago com antecipação. Logo,
milhares de chineses serão os novos contratados da nova PETROCHINA, e os Brasileiros
continuarão a ver navios, só que dessa vez, navios chineses. Isso se tudo ocorrer certo para o PT e errado para o Brasil. Anon, SSXXI
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