Por Percival Puggina
Seja bem vindo, amigo!
Seja bem-vindo, amigo! Seja você também mais um subversivo! Não se entregue e nem se integre às mentiras do governo e nem da mídia! Seja livre, siga o seu instinto de liberdade! Laissez faire! Amém!
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sexta-feira, 31 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
Livre para escolher com Milton Friedman
Livre para
escolher: Uma visão pessoal, advoga que o livre mercado funciona melhor para
todos os membros da sociedade. Provê exemplos de como o livre mercado cria e
mantém a prosperidade e como ele pode resolver os problemas onde outras
alternativas falharam.
Produzido em
1980 com sua esposa, Rose Friedman, a série de televisão, com 10 capítulos,
Free to Choose foi ao ar pelo canal PBS nos Estados Unidos. A série tornou-se
um livro homônimo que foi best-seller por 5 semanas seguidas.
Milton Friedman
(Nova Iorque, 31 de julho de 1912[1] — São Francisco, 16 de novembro de 2006)
foi um dos mais destacados economistas do século XX e um dos mais influentes
teóricos do liberalismo econômico. Principal apóstolo da Escola Monetarista e
membro da Escola de Chicago, além de defensor do laissez faire e do mercado
livre, Friedman foi conselheiro do governo chileno de Augusto Pinochet e muitas
de suas ideias foram aplicadas na primeira fase do governo Nixon e em boa parte
do governo Ronald Reagan. Era pai do teórico David Friedman.
1. O poder do
mercado – Apresentação de Arnold Schwarzenegger
2. A tirania do controle – Apresentação de George Schults
3. A falência do socialismo - Apresentação de Ronald Reagan4. O que tem de errado com nossas escolas - Apresentação de David Friedman (Filho)
5. Criados iguais – Apresentação de Steve Allen
Sempre desconfie daqueles que defendem o papel do Estado
“É incrível como certos estatistas, aqueles
que vivem exclusivamente das bênçãos do Estado, são capazes de inventar, com
unhas e dentes, argumentos mirabolantes em defesa da corja estatal. Afinal, é dali
que eles subtraem todos os privilégios e ostentações.” Anon, SSXXI
Frase
libertária - Anon, SSXXI
segunda-feira, 27 de julho de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
sábado, 25 de julho de 2015
Por que o princípio da não agressão é o único condizente com a moralidade e com a ética
Murray N.
Rothbard*
Todo o credo libertário se baseia em
um axioma central: nenhum homem, ou grupo de homens, pode cometer uma agressão
contra a pessoa ou a propriedade de terceiros inocentes. Isso pode ser chamado
de "axioma da não-agressão".
"Agressão" é definida como
o uso, ou ameaça de uso, da violência física contra a pessoa ou propriedade de
qualquer outro indivíduo. Agressão é, portanto, um sinônimo de invasão.
Se nenhum indivíduo pode cometer uma
agressão contra outro inocente; se, em suma, todos os inocentes têm o direito
absoluto de estar "livres" da agressão de terceiros, então isso
implica diretamente que o libertário se encontra firmemente ao lado daquilo que
se convencionou chamar de "liberdades civis": a liberdade de falar,
de publicar, de se reunir, e de se envolver em qualquer um dos chamados
"crimes sem vítima", como pornografia, desvios sexuais, e
prostituição (ações essas que o libertário não entende como "crimes",
uma vez que, para algo ser um genuíno "crime", tem de haver uma
invasão violenta da pessoa ou propriedade de outro indivíduo).
No que mais, o libertário entende que
atitudes como o alistamento militar compulsório são uma forma de escravidão em
escala colossal. E, uma vez que a guerra, especialmente as guerras
modernas, provoca a chacina em massa de civis inocentes, o libertário vê tais
conflitos como assassinatos em massa e, portanto, totalmente ilegítimos.
Atualmente, na balança ideológica
contemporânea, todas estas posições são consideradas "de esquerda".
Por outro lado, como o libertário
também se opõe a todos os tipos de ataque à propriedade privada, isso também
significa que ele se opõe com a mesma ênfase à interferência do governo sobre
todos os direitos de propriedade e sobre todos os contratos voluntariamente
firmados e cumpridos, o que significa que o libertário se opõe a toda e
qualquer interferência governamental sobre a economia por meio de
regulamentações, subsídios, tarifas, controles, impostos e proibições.
Se todo indivíduo tem o direito de
possuir sua própria propriedade legitimamente adquirida sem sofrer ataques,
então ele também tem o direito de transmitir a sua propriedade (legado ou
herança) ou de trocá-la pela propriedade de outros indivíduos (livre contrato e
a economia de livre mercado) sem interferência.
O libertário defende o direito irrestrito à
propriedade privada e à livre troca. Ele defende, portanto, um sistema de
livre mercado baseado no "capitalismo laissez-faire".
Portanto, na terminologia corrente, a posição
libertária a respeito da propriedade privada e da economia seria chamada de
"ultra-direita".
O libertário, no entanto, não vê inconsistência
alguma em ser rotulado de "esquerdista" em algumas questões e de
"direitista" em outras. Pelo contrário, ele vê a sua própria
posição como sendo a única
consistente — consistente com os interesses da liberdade de cada indivíduo.
Afinal, como pode o esquerdista se opor à violência
da guerra e do alistamento militar compulsório ao mesmo tempo em que apóia a
violência da tributação (e do encarceramento para os "sonegadores"),
das tarifas protecionistas (que sustentam os fartos lucros dos grandes
empresários) e dos controles e regulamentações governamentais — que impedem
pessoas inocentes de entrarem livremente em um determinado mercado para ofertar
seus serviços?
E como pode o direitista alardear sua devoção à
propriedade privada e à livre iniciativa ao mesmo tempo em que defende a
guerra, o alistamento compulsório, e a proibição de atividades empreendedoriais
não-invasivas, mas que ele julga imorais?
E como pode o direitista ser a favor de um livre
mercado ao mesmo tempo em que defende a tributação de empreendedores e da renda
das pessoas para financiar as forças armadas e todas as ineficiências
improdutivas que envolvem o complexo militar-industrial?
Ao mesmo tempo em que se opõe a toda e qualquer
agressão, privada e coletiva, contra os direitos do indivíduo inocente, o
libertário entende que, ao longo da história e até os dias de hoje, sempre
existiu um agressor central, dominante e preponderante sobre todos esses
direitos: o estado
Diferentemente de todos os outros pensadores, sejam
eles de esquerda, de direita ou de centro, o libertário se recusa a conceder ao
estado a legitimidade moral para cometer atos que quase todos concordam que
seriam imorais, ilegais e criminosos caso fossem cometidos por qualquer
indivíduo ou grupo de indivíduos na sociedade. O libertário, em suma,
insiste em aplicar as mesmas leis morais a todos, e não permite isenções
especiais a nenhum indivíduos ou grupo de indivíduos.
Porém, se examinarmos o estado nu, por assim dizer,
veremos que ele recebe permissão universal, e é até mesmo estimulado, a cometer
atos que até mesmo os não-libertários admitem ser crimes repreensíveis. O
estado sequestra as pessoas e rotula essa prática de "alistamento militar
obrigatório". O estado encarcera pessoas que ingeriram substâncias
não-aprovadas pelo governo e rotula essa prática de "guerra contra as
drogas". O estado pratica o roubo e a espoliação em massa e rotula
essa prática de "tributação". O estado pratica homicídios em
massa e rotula essa prática de "política externa". O estado
pratica privilégios para grandes empresas e rotula essa prática de
"políticas de proteção à indústria". O estado destrói o poder
de compra da moeda e rotula essa prática de "política monetária".
O estado impõe restrições à liberdade de empreendimento e rotula essa prática
de "regulamentação". O estado estimula o parasitismo e rotula
esta prática de "políticas de bem-estar social".
O libertário insiste que o fato da maioria da
população apoiar ou não essas práticas é absolutamente irrelevante para a
moralidade de cada ato. A despeito de uma eventual sanção popular, guerra
é assassinato em massa, alistamento compulsório é escravidão, impostos,
subsídios e tarifas são roubo, encarceramento por crimes sem vítima é imoral, e
restrições ao empreendedorismo é uma prática anti-liberdade e com fins de
privilegiar poderosos já estabelecidos.
O libertário, em suma, é aquela criança da fábula,
avisando insistentemente que o rei está nu.
Ao longo dos tempos, o rei foi presenteado com uma
série de roupas fajutas que lhe foram fornecidas pela casta intelectual da
nação. Em séculos passados, os intelectuais informavam o público que o
estado ou seus governantes eram divinos, ou pelo menos estavam investidos da
autoridade divina e, portanto, o que poderia parecer ao olho ingênuo e inculto
como despotismo, assassinato em massa e roubo em grande escala era apenas o
divino agindo de sua maneira misteriosa e benigna sobre o corpo político.
Nas últimas décadas, à medida que a sanção divina
começou a ficar um pouco puída, os "intelectuais da corte" do rei
começaram a tecer apologias cada vez mais sofisticadas, informando ao público
que tudo aquilo que o governo faz é para o "bem comum" e para o
"bem-estar público", que o processo de tributar-inflacionar-gastar
funciona por meio do misterioso "multiplicador keynesiano", que isso
mantém a economia equilibrada, e que, de qualquer maneira, uma vasta gama de
"serviços" governamentais não poderia ser executada apenas por
cidadãos agindo voluntariamente, no mercado ou na sociedade.
Tudo isso é negado pelo libertário; ele vê estas
diversas apologias como meios fraudulentos de obter o apoio do público ao
estado, e insiste que quaisquer serviços que o governo possa de fato realizar
poderiam ser fornecidos de maneira muito mais eficiente e muito mais moral pela
iniciativa privada e pela interação voluntária entre os cidadãos.
O libertário considera, portanto, uma de suas
tarefas educacionais primordiais espalhar a desmistificação e dessantificação
do estado entre seus súditos desafortunados. Sua tarefa é demonstrar
repetidamente, e a fundo, que não apenas o rei, mas também o estado
"democrático", estão nus; que todos os governos subsistem por meio do
domínio explorador sobre o público; e que este domínio é o oposto da necessidade
objetiva.
Ele luta para mostrar que a própria existência dos
impostos e do estado instaura, obrigatoriamente, uma divisão de classes entre
os governantes exploradores e os governados explorados. Ele procura mostrar que
a tarefa dos intelectuais da corte que constantemente apoiaram o estado sempre
foi a de tecer mistificações para induzir o público a aceitar o governo do
estado, e que estes intelectuais obtêm, em troca, uma parcela do poder e da
pilhagem extraída pelos governantes de seus súditos iludidos.
Pegue-se, por exemplo, a instituição da tributação,
que os estatistas alegam ser, de certa forma, realmente "voluntária".
Qualquer um que realmente acredite na natureza "voluntária" dos
impostos está convidado a se recusar a pagar seus impostos e ver o que
acontecerá a ele. Se analisarmos a tributação, descobriremos que, entre
todas as pessoas e instituições da sociedade, apenas o governo obtém seus
rendimentos por meio da violência. Todo o resto da sociedade obtém sua
renda ou por meio de doações voluntárias (associações, instituições de
caridade, clubes de xadrez) ou por meio da venda de mercadorias ou serviços
adquiridos voluntariamente por consumidores.
Se qualquer um além do governo começasse a "taxar", seria
evidentemente acusado de coerção e de banditismo. No entanto, os adornos
místicos da "soberania" encobriram de tal maneira o processo, que
apenas os libertários estão preparados para chamar o imposto do que ele é:
roubo, legalizado e organizado, em grande escala.
*(1926-1995) foi um
decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi
o vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for
Libertarian Studies
Fonte: mises Brasil
quarta-feira, 22 de julho de 2015
100% Mises, 0% Marx: O segredo das nações mais ricas do mundo
Mil Mises, Zero Marx.
Proporcionalmente,
quanto mais Mises e menos Marx; mais ricos serão os países. Anon, SSXXI
A História e o Legado de Ludwig von Mises
A História e o Legado de Ludwig von Mises
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Beleza - Roger Scruton
Entrevista com
o filósofo Roger Scruton
O que é a “franqueza britânica”? Se
não é verdade que todos os britânicos a possuem, é fato que o filósofo inglês
Roger Scruton é portador de uma sinceridade sem igual. Um dos pensadores mais
famosos da atualidade, Scruton é conhecido na Europa como o “enfant-terrible”
da Filosofia, defensor de idéias polêmicas mas, na verdade, muito antigas – sua
polêmica vêm de serem clássicas.
Roger Scruton é
autor de mais de 30 livros de Filosofia, dois romances, compositor de duas
óperas e já fez documentários para a BBC de Londres. Professor há muitos anos,
não há quem saia de suas aulas sem algum espanto pela sua erudição, que caminha
tranqüila dos primórdios da Filosofia até os dias atuais.
Scruton é sempre
convidado para as principais rodas de debate intelectual na Europa e no mundo
inteiro. Uma palavra autorizada se se quer ouvir algo diferente.
Foi também
convidado pela Revista Vila Nova para uma entrevista, que ele gentilmente
concedeu. O resultado vem a seguir.
Você é filósofo e
um dos seus principais objetos de estudo é a Estética. De onde surgiu esse
desejo de se questionar sobre a Beleza?
Eu descobri a arte,
a música e a literatura quando era adolescente e fiquei intrigado com seu poder
e seus significados. Por que elas têm um efeito tão profundo e transformador em
nós e o que elas dizem sobre o mundo em que vivemos?
Qual o lugar da
Beleza em nossas vidas?
Cabe a você decidir
o lugar que a beleza pode ter em sua vida. Ultimamente, entretanto, a beleza
abre um caminho à reconciliação, à aceitação do mundo como um lar e ao
reconhecimento de que pertencemos a ele, com a tarefa de cuidar do que vamos
encontrar.
Em seu documentário
para a BBC de Londres, “Why Beauty Matters?” (“Por que a Beleza importa?”),
você cita Oscar Wilde: “Toda beleza é absolutamente inútil”. Qual o sentido da
inutilidade da Beleza? Os homens precisam de “valores inúteis”?
Todas as coisas
mais importantes da vida são inúteis: amor, amizade, devoção, paz – essas são
coisas que apreciamos pelo que são e não pelo uso que podemos fazer delas. Sim,
nós precisamos de coisas inúteis uma vez que precisamos aprender como encontrar
valores intrínsecos. E então o mundo tem um significado para nós e não apenas
uma utilidade.
De certa forma,
esse culto da utilidade também atingiu a Filosofia e a Religião, não?
Sim, o culto à
utilidade assola o nosso mundo, minando até mesmo as coisas contra as quais as
pessoas têm tentado erguer barreiras. Parte do problema é o domínio da
tecnologia que nos influencia a pensar que todo o conhecimento e todas as
descobertas dizem respeito a modos de manipular o mundo e o
moldar a nossos propósitos. Mas há também o contemplar o mundo, encontrar nossa
paz e consolo nele.
Você fala que a
arquitetura moderna foi o maior crime já consumado contra a Beleza. Por quê?
Eu acho que você só
tem que usar seus olhos para ver o que quero dizer. É um estilo de arquitetura
que surgiu colocando a função, a utilidade e os efeitos de curto prazo no lugar
do povoamento, da permanência e da moradia. A arquitetura moderna é um tipo de
“falta de lar”, uma profanação à morada humana.
Sobrará algo de
valor da arquitetura e da arte moderna?
Sim. Existe boa
arquitetura moderna também – as casas de Frank Lloyd Wright, a capela de
Ronchamp e muitos outros exemplos. Mas estão em uma escala pequena, quase
objetos artesanais que retornam à verdadeira meta da arquitetura, que não é se
destacar, obliterar e colocar o mundo em uma grade de linhas horizontais, mas
adequar-se, harmonizar-se para tratar a Terra e seus contornos como um lugar de
moradia.
Do mesmo modo,
existe boa arte moderna e esta ainda está sendo produzida por esses pintores
figurativos que reconhecem a necessidade de mostrar o significado interior de
nosso mundo.
Uma de suas teses
em “Why Beauty Matters?” é que a cultura pós-moderna não quer mostrar a
realidade; quer se vingar dela. Como se dá isso?
Quando as pessoas
são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do mundo
tentando mostrar que a consolação é impossível. Nós projetamos nossas próprias
falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para ter estas
falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas descrevem o
próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.
E qual a relação
entre Beleza e Amor?
A Beleza é um
objeto do Amor e quando as pessoas permitem que o espírito do amor cresça
nelas, elas também se abrem para a beleza. Isso é conhecido desde Platão, mas
como explicá-lo exatamente e em termos sóbrios e realísticos é uma das grandes
missões da filosofia.
Durante muito tempo
a arte foi usada como meio de comunicar o Sagrado, mas hoje não mais. Beleza e
Religião se comunicam?
O Sagrado e o Belo
estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás, ser
humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir. Eu penso que
vários artistas hoje, independentemente de terem ou não crenças religiosas, têm
um senso de que o que há de melhor em sua arte é o ato de consagração. Você
encontra esse tema nos quartetos de cordas de George Rochber, na arquitetura de
Quinlan Terry, nas pinturas de Andrew Wyeth.
Você montava
universidades clandestinas na Europa Central em plena época de comunismo
soviético. Como foi essa experiência? O que faziam por lá?
Foi uma experiência
inspiradora ensinar jovens que queriam aprender, que viram o aprendizado e a
verdade conectados e que reconheceram que a verdade pode ser perigosa. Meus
colegas e eu fizemos nosso melhor para providenciar uma educação humana e
geral, trabalhando secretamente em casas particulares. A história é,
entretanto, muito longa e complexa para ser contada rapidamente. Ela já foi
escrita por Barbara Day em The Velvet Philosophers (N.E. “Os
Filósofos de Veludo”, sem tradução para o Brasil).
Hoje parece que
quem queira ter uma verdadeira cultura universitária também precisa ser
clandestino. Quem foge do establishment e da “cultura oficial” está
fadado ao fracasso nas universidades. Pelo menos aqui no Brasil essa parece ser
a realidade. O que você tem a dizer sobre isso?
Você está certo e
isso é algo que eu aprendi através do trabalho clandestino no Leste Europeu.
Educação real sempre é, em certa medida, subversiva. A posição padrão da
humanidade é a conformidade ideológica e a busca da verdade é sempre
ameaçadora. Hoje nós vivemos em um mundo com valores socialistas moderados,
aceitação acrítica da igualdade e uma suspeita institucionalizada para com o
sucesso, a distinção e a alta cultura; este tipo de coisa tomou conta de nossas
universidades. Hereges são perseguidos, como sempre foram, e os mesmos têm que
trabalhar secretamente ou em algum grau de privacidade. Mas eles também se
alegram com isso, pois esta é a prova de que estão certos.
Você escreveu um
livro chamado “A Political Philosophy: Arguments for Conservatism” (N.E. “Uma
Filosofia Política: Argumentos para o Conservadorismo”, sem tradução para o
Brasil). Afinal, quais são os argumentos para o conservadorismo?
Aqui está a minha
resposta mais curta: conservadorismo significa encontrar o que você ama e agir
para proteger isso. A alternativa é encontrar o que você odeia e tentar
destruir. Certamente a primeira alternativa é um modo melhor de viver do que a
segunda.
Sobre o Islã e o
Ocidente. A relação entre os dois nunca parece ser muita harmoniosa. Por que
existe esse “choque”?
O conflito
fundamental é entre, de um lado, uma religião que deseja ser também um sistema
completo de governo fundada em um Direito sagrado e, do outro, sociedades que,
enquanto fundadas em uma revelação religiosa, fazem suas Leis e seu governo para
si mesmas. O Islã não pode aceitar a jurisdição secular e não pode tolerar
formas de governo que marginalizem a obediência religiosa. Por isso não pode,
no fim, aceitar o mundo moderno.
O Papa Bento XVI
insistia muito em recuperar as raízes cristãs do Ocidente. Em sua opinião, há
lugar para o Cristianismo na nova cultura ocidental?
Claro. A cultura
ocidental é uma criação do Cristianismo. Retire o Cristianismo e o que sobra de
Dante, Chaucer, Shakespeare, Racine, Victoria, Bach, Titian, Tintoretto…? E
isso ainda é verdadeiro hoje. Nossa cultura é fundada na visão central do
Cristianismo, que santifica o sofrimento, o dever do perdão, o ideal da
caridade e a visão da Virgem Maria, que guiou nossa concepção do sexo.
O que conhece da
cultura intelectual e filosófica do Brasil?
Nada, a não ser a
música de Villa Lobos e Luiz Bonfá, além do filme Orfeu Negro, que foi feito,
entretanto, por um francês. E, é claro, tem também Brasília, aquele ícone
internacional da alienação urbana.
Fonte:
Conservadorismo Brasil
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