Sacerdote
denuncia o perigos da religião universal proposta pela ONU
SÃO PAULO, 05
Nov. 11 / 02:50 pm (ACI).- O sacerdote,
jornalista e doutor em Teologia pela Universidade de Navarra (Espanha),
monsenhor Juan Claudio Sanahuja, denunciou como a ONU e outras entidades buscam
estrategicamente influenciar os países com políticas anti-vida
e a proposta de uma religião universal no congresso pró-vida da Human Life
International em São Paulo.
Segundo o
sacerdote que também é membro da Pontifícia Academia para a Vida, existe uma
nova guerra fria – existe um projeto de poder global- evidente em documentos da
Organização das Nações Unidas (ONU) e em pronunciamentos e ações de chefes de
Estado em todo o mundo.
“Hoje, se fala
do politicamente correto, um pensamento único comum às pessoas de muitas
nações. Esse projeto é um conjunto de medidas para implementar um conjunto de
regras de como pensar, do que falar e fazer”, advertiu o sacerdote.
Falando
concretamente sobre o papel da ONU para influenciar com políticas anti-vida as
constituições das nações no mundo inteiro, Mons. Sanahuja explicou em diálogo
com a ACI
Digital, que “a ONU tem há muito tempo um projeto de poder global”.
“Em grande
parte esta onda da cultura da morte vem motorizada pelos desejos dos países do
norte de ter grandes reservas de matérias primas e minerais nos territórios
países do sul que alimente os opulentos padrões de consumo dos países do norte.
(...) Na raiz está isto: o desejo egoísta de domínio , simplesmente, para ter
nos países do sul um enorme armazém... que cubra os padrões de consumo dos
países do norte.
“Por isso o
interesse da ONU de controlar a população mundial, impor a anticoncepção, impor
o aborto, impor reformas até mesmo nos códigos
éticos das religiões”, afirmou.
Seguindo o
diálogo com a nossa agência, Mons. Sanahuja falou que a religião universal,
“também pode ser conhecida como novo código ético universal” e que esta vem
infiltrando-se nas demais religiões.
“Este código
vem marcado pelo desejo dos organismos internacionais da ONU, por exemplo,
também de alguns países centrais de mudar as convicções religiosas dos povos,
para que seu plano de anticoncepção, de aborto, que eles mesmos chamam de
re-engenharia social, seja aceito pelos países menos desenvolvidos”, sublinhou.
Este código
ético segundo o Monsenhor “impõe valores relativos”. “Como dizia João Paulo II: o relativismo se converte em um
totalitarismo, o relativismo unido à democracia se converte em um totalitarismo
visível ou encoberto”.
“Pretende-se
substituir as verdades imutáveis da lei natural, da religião cristã, ou das que
eles chamam de religiões abraâmicas, por valores relativos de modo que tudo o
que for afirmado como um valor imutável, como por exemplo o valor de toda vida
humana, na condição que for, ou que o matrimônio
só ocorre na união entre homem e mulher, tudo o que for afirmado assim, para
eles é totalitarismo e altera a paz social”.
“Portanto isso
dá pé a esta nova ordem mundial, para perseguir (se considera necessário) a Igreja
e a todos os que tenham convicções imutáveis”, acrescentou.
Em seguida, o
sacerdote explicou que a nova religião universal é “este novo código ético que
querem impor-nos através da re-interpreação dos direitos humanos” e citou, por
exemplo, a ideologia de gênero, como uma das novas manifestações deste código
que organismos internacionais querem impor.
Como ícone
desta religião universal o sacerdote citou a carta da terra, um documento
“nasceu da sociedade civil mundial, envolveu em sua elaboração a mais de cem
mil pessoas de 46 países, e já foi assumida em 2003 pela UNESCO ‘como
instrumento educativo e uma referência ética para o desenvolvimento
sustentável’. Participaram ativamente em sua concepção Mikhail Gorbachev,
Maurice Strong e Steven Rockfeller, entre outros.
O autor
brasileiro e um dos maiores impulsores da teologia marxista da libertação,
Leonardo Boff, defendeu a carta da terra em certa ocasião na Assembleia das
Nações Unidas afirmando que “a Terra é a Mãe Universal; a Terra mesma está viva
(...). Antigamente era a Mãe Fecunda, para isso surgiu a Carta da Terra, que já
foi reconhecida pela UNESCO como instrumento educativo. A Carta da Terra
apresenta pautas para salvá-la, olhando para com ela com compreensão, e
amor".
"O
necessário é a espiritualidade, e não os credos e as doutrinas", afirmou
também Boff.
Diante disto o
sacerdote denunciou a que a estratégia da ONU e dos organismos que a promovem é
que esta “nova religião universal, sem dogmas”; se infiltre nas demais
religiões.
Diante deste
amplo panorama, Mons. Juan Claudio Sanahuja destacou que é preciso resgatar “a
familia humana fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, a defesa da
vida humana desde sua concepção até o seu fim natural e os direitos dos pais à
educação dos filhos”.
Fonte:
Acidigital
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