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quarta-feira, 13 de junho de 2018

Na Venezuela pode não haver um final feliz

Por Miguel Angel Latouche (Professor Associado da Universidade Central da Venezuela)

Na Venezuela, a lógica do funcionamento das instituições republicanas foi quebrada.

Digo isto sabendo muito bem que na semana passada um número significativo de venezuelanos se manifestou contra a proposta Assembléia Constituinte do governo de Nicolás Maduro, que propõe a revisão da Constituição do país.

O governo os ignorou. Agora, a oposição convocou uma greve de 48 horas para pressionar o presidente a suspender a eleição, no domingo, da Assembléia Constituinte.

Esses esforços são uma tentativa de estabelecer um espaço para o exercício popular da democracia, algo que não esquecemos apesar dos acontecimentos dos últimos 100 dias nos colocarem em uma situação de violência que excede em muito a dinâmica normal. da vida civilizada.

Já não são apenas as vicissitudes diárias da escassez de necessidades básicas, nem das dificuldades em encontrar medicamentos, ou da necessidade de nos proteger contra a insegurança transbordante.

Com mais de cem mortes violentas durante pouco mais de três meses de protestos diários, pode-se confirmar que já na Venezuela nossa concepção republicana do contrato coletivo foi quebrada.

Entramos em uma dinâmica irreal que nos lembra da dinâmica ficcional do realismo mágico de Jorge Luis Borges. É como se vivêssemos em um universo borgeano no qual tudo é possível, no qual tudo pode ser inventado, tudo pode acontecer. Leia mais aqui

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