Na Venezuela, a lógica
do funcionamento das instituições republicanas foi quebrada.
Digo isto sabendo
muito bem que na semana passada um número significativo de venezuelanos se
manifestou contra a proposta Assembléia Constituinte do governo de Nicolás
Maduro, que propõe a revisão da Constituição do país.
O governo os ignorou.
Agora, a oposição convocou uma greve de 48 horas para pressionar o presidente a
suspender a eleição, no domingo, da Assembléia Constituinte.
Esses esforços são uma
tentativa de estabelecer um espaço para o exercício popular da democracia, algo
que não esquecemos apesar dos acontecimentos dos últimos 100 dias nos colocarem
em uma situação de violência que excede em muito a dinâmica normal. da vida
civilizada.
Já não são apenas as
vicissitudes diárias da escassez de necessidades básicas, nem das dificuldades
em encontrar medicamentos, ou da necessidade de nos proteger contra a
insegurança transbordante.
Com mais de cem mortes
violentas durante pouco mais de três meses de protestos diários, pode-se
confirmar que já na Venezuela nossa concepção republicana do contrato coletivo
foi quebrada.
Entramos em uma
dinâmica irreal que nos lembra da dinâmica ficcional do realismo mágico de
Jorge Luis Borges. É como se vivêssemos em um universo borgeano no qual tudo é
possível, no qual tudo pode ser inventado, tudo pode acontecer. Leia mais aqui
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