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Entrevista com Pe.
Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, Professor de Teologia Moral no dia Brasília, 04 de Abril de 2014 (ZENIT) por Thácio Siqueira:
O Brasil tem
protagonizado nas últimas semanas a tentativa de implantação da ideologia do gênero por meio da Votação do Plano Nacional de Educação.
Nessa última
quarta-feira houve a terceira tentativa de votação na câmara dos deputados, embora
mais uma vez adiada, à causa, dessa vez, de bate-boca e provocação de deputados
contra os manifestantes pró-vida e pró-família presentes na sala.
“Muitos têm
desviado o foco do debate para temas que não pertencem ao âmbito da ideologia
de gênero”, disse à ZENIT o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote da
Diocese de Osasco - SP, pároco da Igreja São Domingos (Osasco), doutor em
teologia pela Pontifícia Universidade Romana da Santa Cruz e professor de
Teologia Moral.
Acompanhe a
entrevista abaixo
Caindo no conto do
gênero...
ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão de “gênero” no contexto do Plano Nacional de Educação. Como o sr. avalia estas discussões?
ZENIT: Temos visto nas últimas semanas um crescente debate sobre a questão de “gênero” no contexto do Plano Nacional de Educação. Como o sr. avalia estas discussões?
Pe. José
Eduardo: Tenho acompanhado de perto os diferentes discursos e percebo que, embora
a questão esteja cada dia mais clara, muitos têm desviado o foco do debate para
temas que não pertencem ao âmbito da ideologia de gênero, talvez até como um
recurso para não enfrentarem um tema tão absurdo. Trata-se de um deslocamento
para sabotar o discurso.
ZENIT: Em que consiste, então, a
“ideologia de gênero”?
Pe. José
Eduardo: Sintetizando em poucas palavras, a ideologia de gênero consiste no
esvaziamento jurídico do conceito de homem e de mulher. A teoria é
bastante complicada, e uma excelente explicação desta se encontra no documento
“Agenda de gênero”. Contudo, a ideia é clara: eles afirmam
que o sexo biológico é apenas um dado corporal de cuja ditadura nos devemos
libertar pela composição arbitrária de um gênero.
ZENIT: Quais as consequências
disso?
Pe. José
Eduardo: As consequências são as piores possíveis! Conferindo status
jurídico à chamada “identidade de gênero” não há mais sentido falar em “homem”
e “mulher”; falar-se-ia apenas de “gênero”, ou seja, a identidade que cada um
criaria para si.
Portanto, não
haveria sentido em falar de casamento entre um “homem” e uma “mulher”, já que
são variáveis totalmente indefinidas.
Mas, do mesmo
modo, não haveria mais sentido falar em “homossexual”, pois a homossexualidade
consiste, por exemplo, num “homem” relacionar-se sexualmente com outro “homem”.
Todavia, para a ideologia de gênero o “homem 1” não é “homem”, nem tampouco o
“homem 2” o seria.
ZENIT: Então aqueles que defendem
a “ideologia de gênero” em nome dos direitos homossexuais estão equivocados?
Pe. José
Eduardo: Exatamente! Eles não percebem que, uma vez aderindo à ideologia de
gênero, não haverá sequer motivo em combater à discriminação. Nas leis contra a
discriminação, eles querem discriminar alguns que consideram mais
discriminados. Contudo, pela ideologia de gênero, não há mais sentido em
diferenciar condições e papeis, tudo se vulnerabiliza! Literalmente, eles
caíram no conto do gênero.
Para defender
a identidade homossexual, estão usando uma ideologia que destrói qualquer
identidade sexual e, por isso, também a família, ou qualquer tipo de família,
como eles mesmos gostam de dizer.
Em poucas
palavras, a ideologia de gênero está para além da heterossexualidade, da
homossexualidade, da bissexualidade, da transexualidade, da intersexualidade,
da pansexualidade ou de qualquer outra forma de sexualidade que existir. É
a pura afirmação de que a pessoa humana é sexualmente indefinida e indefinível.
ZENIT: Então a situação é muito
pior do que imaginamos...
Pe. José
Eduardo: Sim. As pessoas estão pensando em “gênero” ainda nos termos de uma
“identidade sexual”. Há outra lógica em jogo, e é por isso que ninguém se
entende.
Para eles, a
ideia de “identidade sexual” é apenas um dado físico, corporal. Não implica em
nenhuma identidade. Conformar-se com ela seria “sexismo”, segundo a própria
nomenclatura deles. A verdadeira identidade é o “gênero”, construído
arbitrariamente.
Todavia, este
“gênero” não se torna uma categoria coletiva. É totalmente individual e,
portanto, indefinível em termos coletivos. Por exemplo, alguém poderia se
declarar gay. Para os ideólogos de gênero isso já é uma imposição social, pois
a definição de gay seria sempre relativa a uma condição masculina ou feminina
mormente estabelecida. Portanto, uma definição relativa a outra, para eles,
ditatorial.
Não
existiria, tampouco, a transexualidade. Esta se define como a migração de um
sexo para outro. Mas, dirão os ideólogos de gênero, quem disse que a pessoa
saiu de um sexo, se aquela expressão corporal não exprime a sua identidade
construída? Portanto, para eles, não há sequer transexualidade.
Gênero, ao
contrário, é autorreferencial, totalmente arbitrário.
Alguém dirá que
não há lógica isso. Realmente, a lógica aqui é “ser ilógico”. É o absurdo que
ofusca nossa capacidade de entender.
ZENIT: O que dizer, então, de
quem defende a ideologia de gênero no âmbito dos direitos feministas?
Pe. José
Eduardo: Os ideólogos de gênero, às escondidas, devem rir às pencas das
feministas. Como defender as mulheres, se elas não são mulheres?...
ZENIT: Qual seria o objetivo,
portanto, da “agenda de gênero”?
Pe. José
Eduardo: Como se demonstra no estudo que mencionei, o grande objetivo por trás
de todo este absurdo – que, de tão absurdo, é absurdamente difícil de ser
explicado – é a pulverização da família com a finalidade do estabelecimento de
um caos no qual a pessoa se torne um indivíduo solto, facilmente manipulável. A
ideologia de gênero é uma teoria que supõe uma visão totalitarista do mundo.
ZENIT: Como a população está
reagindo diante disso?
Pe. José
Eduardo: Graças a Deus, milhares de pessoas têm se manifestado, requerendo dos
legisladores a extinção completa desta terminologia no Plano Nacional de
Educação. Pessoalmente, tenho explicado a muitas pessoas a gravidade da
situação nestes termos: 1) querem nos impor uma ideologia absurda pela via
legislativa; 2) querem fazê-lo às custas do desconhecimento da população, o que
é inadmissível num Estado democrático de direito; 3) e querem utilizar a escola
como um laboratório, expondo nossas crianças à desconstrução de sua própria
personalidade. E ainda querem que fiquemos calados com isso! Não!, o povo não
se calará!
ZENIT: Falando em “Estado
democrático de direito” e vendo a manifestação de tantos cristãos, evangélicos
e católicos, inclusive de bispos, alguns alegam a laicidade do Estado como
desculpa para desprezar os seus argumentos. O que dizer sobre isso?
Pe. José
Eduardo: Esta objeção é tão repetitiva que se torna cansativo respondê-la. Numa
discussão democrática, não importa se o interlocutor é religioso ou não. O
Estado é laico, não laicista, anti-religioso. Seria muito divertido, se não
fosse puro preconceito – e às vezes, verdadeiro discurso de ódio anti-religioso
–, a insistência com a qual alguns mencionam a Bíblia, os dogmas, os
preceitos... como se nós estivéssemos o tempo todo alegando argumentos
teológicos. Como se pode ver acima, nossos argumentos aqui são simplesmente
filosóficos, racionais. Aliás, são tão racionais a ponto de mostrar o quanto a
proposta deles é totalmente irracional, posto que contradizem as sua próprias
bandeiras ideológicas.
No final das
contas, a única coisa que lhes resta é a rotulação – na audiência de ontem,
chamaram aos gritos um deputado de “machista”, em outra ocasião de
“patricarcalista” –, mas a rotulação é a arma dos covardes, daqueles que não
têm honestidade e liberdade intelectuais. Como digo sempre, nestas discussões,
precisamos nos comportar como filósofos, e não como maus advogados, que estão
dispostos a negar até as evidências.
Fonte: ZENIT.org
PRINCÍPIOS DE
YOGYAKARTA: Para aqules que acham que tudo é teoria da conspiração, aqui
Ideologia de
gênero - Ex-marxista e feminista explica o projeto da ONU e da indústria
farmacêutica
Prof. Felipe
Nery - Ideologia de Gênero e Plano Municipal da Educação
LUCIDO E EXPLICATIVO AS PALAVRAS DO PADRE JOSE EDUARDO.
ResponderExcluirTRADICAO FAMILIA E PROPRIEDADE SAO AS BASES DE UMA SOCIEDADE JUSTA.