Senhor das Moscas - William Golding
Sinopse
Um avião lotado de
crianças e adolescentes cai numa ilha deserta. Os jovens sobrevivem e, aos
poucos, vão se reunindo num grande grupo. Em assembléia, os meninos designam um
líder. Longe dos códigos que regulam a sociedade dos adultos, esses jovens
terão de inventar uma nova civilização, alicerçada exclusivamente nos recursos
naturais da ilha e em suas próprias fantasias.
Até aí este romance
do inglês William Golding poderia ser lido como simples aventura infanto-juvenil,
cheia de caçadas, banhos de mar e, ao final, a descoberta de um tesouro
escondido por piratas. Mas não é o que ocorre. Apesar dos esforços iniciais de
organizar uma sociedade auto-suficiente e equilibrada, o bando vai
progressivamente cedendo à vida dos instintos, regredindo às pulsões de
violência e de morte. A disputa pelo poder é um dos estopins da desordem. E o
paraíso do "bom selvagem" acaba em carnificina.
Invertendo o
clássico Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, em que um único indivíduo conseguia
impor a civilização ao estado de natureza, Golding expressa neste romance sua
descrença na bondade inata dos homens e em sua capacidade de criar um mundo
melhor.
Lançado em 1954,
menos de uma década após os campos de concentração nazistas e a bomba de
Hiroshima, o livro carrega esse destino já no título: "Senhor das
Moscas" é a tradução literal da palavra hebraica Ba'alzebul - em
português, "Belzebu".
Fonte: Folha de
S.Paulo
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