Miami
(FL), 25 de agosto de 2006.
Caros
amigos brasileiros,
Umas
breves e afetuosas palavras de apresentação da edição eletrônica
condensada,
em português, de "Contra Toda a Esperança", minhas memórias de mais
de duas décadas de cárcere e torturas contínuas no "Gulag" castrista,
publicadas pela primeira vez em 1985, em espanhol. Como uma amostra de amizade
e afeto, esta edição eletrônica será difundida gratuitamente, por e-mail, a
todos os interessados.
No
Brasil, figuras representativas da chamada esquerda católica, como o cardeal Arns,
Frei Betto e Leonardo Boff chegaram a ver em Cuba comunista “sinais” do Reino de
Deus onde, na realidade, o que existe é uma ante-sala do inferno. É esta a
realidade que descrevo em “Contra Toda a Esperança”. Os brasileiros têm dado
muitas mostras Os brasileiros têm dado muitas mostras de afeto e de compreensão
pelo sofrimento do povo cubano. Em 2001, por exemplo, foi decisiva a
preocupação da opinião pública, de autoridades e de meios de comunicação desse
gigantesco país para que as jovens Sandra Becerra Jova e Anabel Soneira
Antigua, literalmente seqüestradas e retidas na ilha contra a vontade de seus
pais, profissionais cubanos residentes no Brasil, fossem finalmente libertadas
e enviadas a esta nobre e acolhedora terra, para reunir-se
com
suas respectivas famílias.
No
momento em que escrevo estas breves linhas de apresentação, estamos a poucas
semanas das eleições presidenciais nesse grande País sul-americano. Me atrevo então
a pedir a esse mesmo povo brasileiro, afetuoso, bondoso e compassivo, que se manifeste
ante os candidatos presidenciais, solicitando-lhes um compromisso público para
que o futuro governo atue com firmeza no campo diplomático e humanitário, de maneira
a contribuir para a libertação de 11 milhões de meus irmãos cubanos que na
ilhacárcere
continuam
seqüestrados, desde há quase 50 anos, em sua própria pátria.
Que
a Providência recompense a todos os brasileiros que assim procedam.
Com um
abraço afetuoso, subscreve-se
Armando
F. Valladares - E-mail: ArmandoValladares2005@yahoo.es
Resenha
Este
livro não é uma novela. É uma denúncia mundial. É um relato rigorosamente autêntico
do que seu autor, Armando Valladares, viu e padeceu durante 22 anos de prisão -absurda
e arbitrária- nos cárceres políticos de Fidel Castro. Valladares descreve a
tenebrosa prisão do castelo de "La Cabaña", onde os opositores do regime
comunista são justiçados com um simples tiro na cabeça. Denuncia os campos de trabalhos
forçados, onde a vida perde todo o sentido. Descreve as celas de repressão e confinamento,
a maldade refinada de estilo stalinista.
Revela
o funcionamento do "Centro de Exterminação e Experiência Biológica"
da prisão de Puerto Boniato, a pior de Cuba, onde médicos soviéticos, alemães
orientais e tchecoslovacos, junto com seus colegas cubanos, sistematicamente
provocam doenças e realizam experiências psicológicas entre os presos
políticos.
Pela
primeira vez, possivelmente, são denunciadas as condições desumanas nos centros
de detenção juvenil e a violência que ali impera.
Nunca
antes se haviam detalhado as condições subumanas a que as mulheres, prisioneiras
políticas, são submetidas em Cuba; a humilhação que sofrem essas infelizes quando
repelem a "reabilitação" política comunista, obrigadas a vestir
apenas roupas íntimas; o risco constante de serem enviadas para as prisões
comuns de mulheres delinqüentes, na mesma nudez, para enfim sofrer sua
definitiva desestabilização emocional e psíquica.
Este
relato verídico começa e termina na prisão política. Mas também atravessa seus
muros para narrar a perseguição e o tormento a que são submetidas as pessoas
que tenham um ente querido isolado no vasto presídio político de Cuba. Angústias,
privações, torturas e assassinatos... dor infinda que, nestas páginas,é recolhida
para dar uma mensagem -na verdade, um grito de angústia- pelos fatos tétricos que
acontecem em nosso próprio continente, no "Gulag das Américas": a
Cuba de Fidel Castro.
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