Movimento Acorda Brasil/União BR dos Movimentos
Em 1789, a sociedade francesa era governada pelo Rei
e constituída por três grupos, denominados “Estados”: o primeiro, constituído
pelo clero, o segundo pelos nobres, e o terceiro pela classe média e produtora,
os burgueses. O povo formava os “sans culottes”, os despossuídos, os empregados
semiescravos.
Os impostos eram pagos somente pelo terceiro Estado,
que sustentava os dois outros. As consequências disso recaiam sobre seus empregados,
que recebiam salários miseráveis.
Quando a situação ficou intolerável, o povo e os
burgueses forçaram a convocação dos Estados Gerais, uma assembleia do tipo
constituinte, onde certas distorções poderiam ser corrigidas. O terceiro Estado
entrava em desvantagem nas decisões, pois os outros dois sempre se juntavam
contra ele a fim de manter seus privilégios. Desta vez, porém, algumas
defecções no segundo Estado lhe deram a vitória, que não foi reconhecida. Suas
reivindicações não foram levadas em conta pelo Rei, o que acabou resultando na
dissolução dos Estados Gerais e naquilo que se convencionou chamar de
“Revolução Francesa” na qual nobres cabeças rolaram em abundância.
No Brasil de nossos dias, há uma rainha mentirosa e
incompetente e um rei alcoólatra, corrupto e imoral que trabalha nas sombras e
cujo trono se desloca continuamente.
Há um primeiro Estado formado por um sistema político
soi-disantrepresentante do povo e encarregado de exercer o poder em nome dele,
mas que na verdade trabalha por usurpá-lo em favor de seus próprios interesses.
Há o segundo, constituído pelos parasitas que
aparelham o Estado em todos os setores da administração pública, e não só nada
produzem como tem autorização real e do primeiro Estado para saquear grande
parte das riquezas do Estado Nacional.
E, exatamente nas mesmas condições francesas daquela
época. Um terceiro Estado e um povo sofrido, que sustentam os outros dois com
seu suor e seus impostos.
Houve uma reunião dos Estados Gerais quando milhões
de representantes do terceiro Estado e do povo foram às ruas em quase
quinhentas cidades do País a fim de alertar aos outros que a situação estava
insustentável. Não foram ouvidos!
Mas eles continuaram seus esforços, tentando
demonstrar que, em contraposição ao Distrital Puro, o processo eleitoral que
proporcionaria a mais legítima manifestação da democracia eleitoral em nosso
país, aquele proposto pelas velhas raposas enriquecidas na política, o chamado
“distritão”, garantiria definitivamente o poder econômico como o senhor das
eleições brasileiras e seria uma afronta à maturidade de nosso povo, pois iria
juntar o Brasil ao seleto clube formado exclusivamente por quatro membros
ilustres: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn. Não foram recebidos!
Poder-se-ia, talvez, apelar à justiça, mas o Poder
Judiciário está contaminado pela servidão aos interesses do partido do rei
apedeuta, que continua a tentar infiltrá-lo com juízes iníquos, prontos a
atender seus interesses.
Sob argumentos subjetivos, a Suprema Corte concedeu
habeas corpus a inegáveis larápios, conluiados no assalto às empresas públicas
brasileiras, aplicando um tapa na face da sociedade e disseminando a sensação
de impunidade que tem sido a regra geral nos tempos que vivemos. Votaram
irmãmente o relator e o autonomeado presidente da turma. O primeiro, escolhido
a dedo pelo PT e o segundo, advogado do PT.
É absolutamente inconcebível que os senhores
senadores sequer cogitem agora de completar aquela Corte com um amoral advogado
do MST.
O povo, por mais de doze anos enganado pela falsa
propaganda do rei nu, começa a se aperceber disso, e se inquieta. Há mais
pessoas dormindo pelas ruas do Rio de Janeiro do que nas de Katmandu, no Nepal,
destruída por um terremoto. Aliás, estima-se que os recursos desviados pelos
representantes do rei e do primeiro Estado (e somente aqueles até agora já
descobertos), dariam para recuperar aquele país da desgraça que se abateu sobre
ele. Quando, e se, forem apurados todos os desvios praticados por essa corja,
talvez descubramos que menos cruel nos teria sido ter sofrido um terremoto
instantâneo do que suportar por tanto tempo a corrupção desses crápulas no
poder.
A insensibilidade e a fogueira de vaidades do sistema
político civil aumenta a quantidade de grupos que clamam por uma intervenção
militar “constitucional” e torna cada vez mais difícil a posição daqueles que
acham que essa não seja a melhor solução.
Senhores responsáveis pela condução da vida política
deste País: os senhores estão ignorando os repetidos avisos que a sociedade
brasileira lhes está enviando, até agora pacificamente, em português claro e
olhando-os nos olhos. Cuidado! Quem se propõe voluntariamente a esquecer a
história se arrisca a ser devorado por ela. O povo tem hoje pouco pão e terá
cada vez menos nos dias sofridos que se aproximam. Não o mandem comer bolos!
A Bastilha é frágil. Basta um rastilho de pólvora
aceso para derrubá-la. A pólvora já está se acumulando na base de suas
muralhas. Não são poucos aqueles cheios de intenções de acendê-la. Só falta a
oportunidade adequada.
Não a forneçam!
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