Comentário de Julio Severo:
Encontrei nos meus arquivos um artigo
do grande Joseph Farah, dono do WorldNetDaily, que eu havia traduzido no começo
do ano passado, mas não publiquei. Sua publicação neste momento nos ajudará a
ter uma perspectiva melhor do papel da grande mídia na guerra contra os
cristãos que defendem valores morais. Quando Uganda, sob um presidente evangélico, aprovou uma lei contra a
homossexualidade (uma lei muito mais branda do que as leis
anti-homossexualidade da Arábia Saudita e outros aliados dos EUA), tanto o
governo quanto a mídia dos EUA colocaram Uganda como alvo central. Uganda
estava, de forma extremamente negativa, sempre nas notícias dos EUA. E sempre
também nas notícias do Brasil, pois, aonde a vaca americana vai, o boi brasileiro
vai atrás. A grande mídia americana fez Uganda parecer como o maior país
anti-homossexualismo do universo. Mas tudo isso mudou, desde agosto de 2014,
quando o governo de Uganda cedeu sob pressão do governo dos EUA e rejeitou sua lei
anti-homossexualismo. Agora o noticiário americano, que atacava
Uganda por aparentes preocupações com os homossexuais, parou de atacar Uganda,
que não é mais assunto de manchetes negativas nos EUA. O governo dos EUA voltou
a enviar dinheiro de “ajuda” para Uganda. Essa “ajuda,” em grande parte, é voltada para investir e
fortalecer programas de “planejamento familiar” e educação sexual. Controle
populacional. Enquanto isso, a Arábia Saudita, que guarda sua imensa
fortuna em bancos americanos, continua torturando e matando homossexuais diante
de uma grande mídia americana que não ousa fazer desse radical país islâmico
alvo de ataques e manchetes negativas. Vale a pena ler o excelente artigo de
Joseph Farah:
Por Joseph Farah
Você
provavelmente já ouviu ou leu na imprensa que a nação africana de Uganda
aprovou uma lei que pede vida na prisão pela prática da homossexualidade.
Quase
todas as notícias do Ocidente relatam que foi isso o que o Congresso de Uganda
fez, com a sanção do presidente Yoweri Museveni.
A
impresão que dá, lendo essas notícias, é que alguém condenado de um único ato
consensual de homossexualidade pode acabar na prisão pelo resto da vdia.
Mas
isso é verdade?
Não,
não mesmo.
Prisão
pérpetua é reservada apenas para casos agravados que incluem, essencialmente,
condenações de uma forma de estupro homossexual ou o que é definido como
“homossexualidade serial,” conforme declara claramente a lei.
Ora,
eu aprovo essa lei?
Não,
não aprovo. Eu não gostaria de ver homossexuais presos por atos consensuais,
mas como cristão creio que a homossexualidade é pecado.
O que
quero dizer, porém, é que há muitos exageros e histeria acerca da nova lei de
Uganda. As nações ocidentais, inclusive os EUA, têm cortado assistência
financeira. O secretário de Estado John Kerry está enviando uma delegação
“científica” para Uganda para se reunir com Museveni para persuadi-lo de que as
compreensões dele acerca da homossexualidade estão erradas. Os progressistas em
todas as partes dos EUA e Europa estão protestando contra Uganda.
As
notícias e debates de TV a cabo sobre Uganda também deixam a impressão de que a
nação está em desarmonia com o resto do mundo, se tornando um país
marginalizado e proscrito até mesmo na África. Aliás, a homossexualidade já era
ilegal em 37 outros países africanos, uma realidade raramente mencionada em
qualquer notícia. Em 10 nações, a homossexualidade é punida com a morte.
Daí,
ficamos pensando: por que estão fazendo tanto estardalhaço com relação à Uganda
quando outros países têm leis muito mais rígidas em seus códigos penais —
inclusive o Iêmen, Irã, Mauritânia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, Somália e
Sudão. É claro que todos esses países têm uma característica em comum que
Uganda não tem. Eles todos são islâmicos. Em vários desses países, inclusive a
Arábia Saudita, a pena de morte pode ser executada por apedrejamento.
Não é
que me recordo que Barack Obama se prostrou diante do rei da Arábia Saudita
numa visita ali?
Por
que será que Uganda está sofrendo tanta oposição por suas leis contra a
homossexualidade enquanto outros países, majoritariamente muçulmanos, conseguem
um passe livre?
Essa é
uma das perguntas que Museveni tem acerca de uma lei devidamente aprovada que,
segundo a opinião geral, é muito popular entre seus cidadãos.
Mas há
mais um enigma acerca do delírio contra Uganda.
Outras
nações fazem coisas o tempo todo que são repugnantes para os americanos. Mas o
que Uganda fez ganhou classificação especial em si em termos de atenção,
críticas e represálias.
Uma
semana atrás, o Parlamento do Quênia aprovou uma lei que permite que os homens
se casem com quantas mulheres quiserem sem a aprovação da esposa.
Isso
parece uma medida que deveria enfurecer as feministas do Ocidente. Contudo,
quase que não estou vendo ninguém condenando. Nada de americanos ameaçando
cortar assistência. Nada do Departamento de Estado dos EUA enviando
forças-tarefas em viagens planejadas. Nada de artigos histéricos na grande
mídia americana.
Quase
nada de ameaça.
Qual é
a diferença?
Olha,
o Quênia também é um país majoritariamente islâmico.
Parece
que o multiculturalismo da esquerda tem um padrão de “tolerância” para o
islamismo e outro para nações de orientação cristã como Uganda.
Isso é
de surpreender?
Não
deveria.
O
Ocidente tem receio de impor seu senso de moralidade em nações islâmicas. Ao
lidar com muçulmanos e sua lei islâmica, o Ocidente tem disposição de sobra de
aplicar seu padrão multicultural de “tolerância.” Mas quando cristãos ocupam
cargos no governo, como é o caso em Uganda, daria para pensar, com base no
furor do Ocidente, que o ditador Idi Amin voltou a governar com todos os seus
genocídios e selvageria.
De
fato, Uganda pode, para os progressistas dos EUA, ser uma preocupação mais
grave agora do que a invasão da Rússia na Ucrânia, do que a tirania da Coreia
do Norte, do que o terrorismo islâmico e do que o tráfico sexual mundial.
Seria
justo dizer que a esquerda está perdendo qualquer senso de perspectiva?
Traduzido
por Julio Severo do artigo do WND: When “tolerance” and “multiculturalism” clash
Fonte:
Julio
Severo
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