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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Che Guevara: herói de roqueiros idiotas e a censura ao rock

Por Bruno Chaves
Ernesto "Che" Guevara é o grande herói de muitos roqueiros marxistas, e essa admiração não se restringe somente aos jovens, tem muito tiozão aí que gosta de vestir a camisa com a clássica foto com o rosto de Guevara estampada. Para eles o Rock e o socialismo sempre caminham juntos, é como se fosse um filme e sua trilha sonora, o que faz parecer que no "paraíso" de Cuba Guevara e os companheiros acompanhavam os roqueiros alegremente rumo a um mundo comunista, mas a realidade é bem diferente.

 

Lembremos que Carlos Santana na cerimônia do Oscar de 2005 entrou com uma camisa estampando Che Guevara. Se liga Santana! Os caras parecido contigo em Cuba eram mandados a campos de trabalho forçado, inclusive os fãs que comprassem um simples disco seu. Os "hippies", "delinquentes", "párias" e "vagabundos" como Che Guevara chamava os "cabeludos" que escutam "música imperialista" eram constantemente vigiados pela milícia comandada por Che e por El Comité (grupos de delatores espalhados por todos os bairros das cidades cubanas). Tanto que alguns jovens cubanos chamavam o Rock de "som da meia-noite", pois era o horário mais seguro para tentar ouvi-lo sintonizando clandestinamente rádios americanas do Arkansas e de Miami em volume baixinho. O bicho pegava tanto para cima dos roqueiros que os que tinham alguma banda os instrumentos eram de antes da revolução comunista ou eram improvisados. "Ensinaram a si próprios como tocar guitarras eletrônicas e frequentemente tinham que construir seus próprios equipamentos, usando fios de telefone para cordas de baixo e montando tambores de bateria com pedaços de metal ou filmes de raio X" diz a historiadora Deborah Pacini Hernandez.

 

Hoje seu comuna, você veste uma camisa do Che, acende um baseado no quarto e coloca no último volume uma banda de rock n' roll para tocar, enquanto olha na estante os livros de Marx e sobre a revolução cubana, sonhando com um mundo socialista. Ah que lindo! Mas com os jovens que viveram em Cuba nos anos 60 sob o regime de Fidel e seu capacho Guevara não foi bem assim, "os primeiros internos de seus campos de concentração eram provavelmente culpados do hediondo crime de ouvir Beatles, Rolling Stones, Kinks e coisas do gênero" diz o jornalista que fugiu de Cuba, Humberto Fontova. Só o fato de você ter um disco dos Beatles ou dos Rolling Stones em Cuba é uma ofensa criminal, assim como ser gay, usar calças jeans ou ser um homem com cabelos compridos são motivos suficientes para que a policia treinada por Che te jogue em um campo de concentração com metralhadoras nas torres de vigia e com os dizeres acima do portão: "O TRABALHO O FARÁ HOMEM". Hoje seu socialista de merda, você coloca o fone nos ouvidos e conecta no iPhone com a capa do Che que o papai ti deu e sai ouvindo Rock por aí, enquanto em Cuba os jovens atrás do arame farpado eram forçados a trabalhar com doenças, desnutrição, espancamentos e torturas, tudo porque escutavam uma música com valores do imperialismo Yankee.

 

A banda Rage Against the Machine coloca a estampa com o rosto do assassino Che Guevara em suas camisas, guitarras e amplificadores. Não sei se eles sabem (ou fingem não saber) sobre a perseguição que Guevara fazia aos que escutavam Rock, pois inclusive Tom Morello já disse: "consideramos que Che é o quinto membro da banda e esperamos que assim permaneça por muito tempo" e completa "Che foi um exemplo maravilhoso" . Se exemplo para Tom Morello é censurar o Rock e dizer que os jovens não devem ir para férias de verão, mas trabalhar e sofrer pelo governo "alegremente e com muito orgulho", tudo isso "ao som de cânticos revolucionários" enquanto trabalham, então Che era mesmo um exemplo. Talvez para Morello também seja um grande exemplo banir a bebida, o jogo e os bailes que Guevara classificou como "frivolidades burguesas", logo depois de tomar a cidade de Santa Clara.

 

Que tal se Tom Morello assim como outros roqueiros socialistas/comunistas escutasse a voz de um guitarrista de heavy metal que foi obrigado a fugir de Cuba? Cubano, guitarrista de Heavy Metal e neto do próprio Che Guevara, Canék Sánchez Guevara disse para à revista mexicana Proceso que "Em Cuba, liberdade não existe". "O regime exige submissão e obediência... o regime persegue hippies, homossexuais, livre-pensadores e poetas... Eles estão em constante vigilância, controle e repressão". Canék sabe muito bem o que é, por exemplo, agendar um simples show para tocar em um local público e quando o show começa a polícia de Fidel aparece com bombas de gás lacrimogêneo e cassetete. "Mas eu sou neto de Che!" protestou o rapaz em vão

 

Em outro momento, o neto do quinto membro do Rage Against Machine foi retirado a força de uma fila de cinema e sujeito a um humilhante exame retal por policiais que hipoteticamente procuravam por drogas. Mas Canék teve muitos mais sorte que os outros "delinquentes" e "párias" da ditadura cubana, afinal nunca foi para um campo de trabalho forçado. Mas não pense, meu caro comuna, que o neto de Guevara é um direitista conservador anticomunista, ele se considera um anarquista e acredita que Fidel traiu a revolução cubana, talvez ele não saiba que seu avô era ideologicamente mais rígido que o próprio Fidel e que dentre as mais de 100 mil pessoas mortas pela ditadura cubana, Guevara foi o maior responsável e executava pessoas somente por não concordarem com sua opinião.

 

Che Guevara acreditava que os jovens deviam "pensar e agir não por si mesmo, mas como parte da massa", ele queria "fazer sumir da nação a praga do individualismo! É criminoso pensar como indivíduo!". "É por isso que cabeludos e hippies queimaram, picotaram e destruíram imagens de Che Guevara. Para grande tormento de sua própria polícia, Fidel Castro declarou o ano de 1968 como o "ano da guerrilha heróica", glorificando Che Guevara. A angústia e indignação dos jovens tinham um alvo perfeito: havia pôsteres de Che por toda a parte. E ao menos neste caso específico, a rebeldia dos jovens cubanos era tudo, menos sem causa." diz Humberto Fontova.

 

A ótima notícia é que não temos só roqueiros idiotas adoradores do assassino racista homofóbico Che Guevara, temos gente que presta ainda nesse meio. Roqueiros anticomunistas podem ser difícil, mas não são
"Mate um comuna para a mamãe".
impossíveis de encontrar, dentre eles um grande nome surge, Johnny Ramone. O guitarrista dos Ramones sempre tratou socialistas/comunistas como se fossem inimigos que devessem ser combatidos diariamente, já afirmou que "as pessoas sempre se inclinam para ideias liberais quando jovens. Só espero que mudem quando descobrirem como é o mundo real",  filiado ao Partido Republicano, chegou a se apresentar em convenções do partido e dizia que Ronald Reagan foi o melhor presidente que havia visto na vida.

No Brasil também temos roqueiros anticomunistas, mas irei destacar somente dois nomes: Lobão e Roger Moreira. O Lobão com seus Hangout's no YouTube convidando nomes como Olavo de Carvalho, Rachel Sheherazade, Rodrigo Constantino... incomoda muito os esquerdinhas no Brasil, tanto que conseguiram até tirar o seu canal do ar, além de ter escrito um livro que eu recomendo muito que se chama "Manifesto do Nada na Terra do Nunca". Seguindo essa mesma linha vem o Roger Moreira líder do Ultraje a Rigor, que como Lobão é um grande nome do rock nacional, ele também é um grande crítico do partido com ideias comunista que governa o nosso país, e já afirmou em entrevista que "qualquer esquerda, não só a brasileira, é uma merda falida, com uns exemplos como Fidel Castro que socializou a miséria".

 

E para você que em Junho de 2013 saiu as ruas com cartazes, incluindo um trecho da música da Legião Urbana escrito: "Somos os filhos da revolução". Sinto lhe informar que o Renato Russo já disse com todas as letras: "eu sou capitalista". Mas como você gosta tanto do Renato Russo fique com essa outra versão da música da Legião Urbana: Pais e Filhos de Esquerda: aqui

 

"I don't like politics. I don't like communists" (I'm Against It – Ramones)

 

Fontes:


- O verdadeiro Che Guevara e os idiotas úteis que o idolatram, Humberto Fontova.
- Fidel, o tirano mais amado do mundo, Humberto Fontova.
- Guia politicamente incorreto da América Latina, Leandro Narloch e Duda Teixeira.
- "Che Guevara não gostava de rock" - Relatos históricos sobre a proibição e Censura ao rock
http://shogunidades.blogspot.com.br/2011/08/che-guevara-nao-gostava-de-rock-relatos.html

- Roger, do Ultraje: "a gente não saiu da ditadura":
http://blogdomorris.blogfolha.uol.com.br/2014/04/10/roger-do-ultraje-a-gente-nao-saiu-da-ditadura/
- Entrevista com Renato Russo: https://www.youtube.com/watch?v=EwCo8bc-A20
- Pais e Filhos de Esquerda: aqui

Fonte: Blog do Bruno

Chique de matar - O amor doentio de Hollywood por Che Guevara

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